58. Foreign

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Nunca é tarde demais ou cedo demais para ser quem você quiser ser, não há limite de tempo, comece quando você quiser, você pode mudar ou ficar como está, não há regras para esse tipo de coisa, podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa, espero que ainda encare de forma positiva, espero que veja coisas que te surpreendam coisas que nunca sentiu antes, espero que conheça pessoas com um ponto de vista diferente, espero que tenha uma vida na qual se orgulhe. Não há mais isso onde estou.

Agarrada ao cara que me obrigou a reagir, confiar não é opção, mas por efeito manada me joguei a aceitar a condição.

— É melhor você não fazer nenhuma gracinha - O pegava pelo pescoço enquanto empunhava uma faca próximo ao abdomen — Se ousar, vou furar sua barriga e arrancar suas tripas para fora.

— Eu entendi na primeira frase.

Eu o arrastava até darmos fora da floresta densa, próximo a uma rodovia e logo a frente o posto que ele falava, que mais parecia um acampamento do que algo a salvar uma vida, várias pessoas, incluindo tendas e carros que serviam como parede ao meio da rodovia sem a proteção do relento.

As pessoas se agitaram, mulheres, algumas crianças e uns homens que se levantaram armados.

— Mas que porra é essa Benício? - Um deles falou arregalando os olhos ao nós ver.

— Hey, sabe aquele plano? Então não deu muito certo, falei que os cara eram problema, não cooperaram.

Hanna e Kenna postas atrás de mim enquanto ficava próxima ao seu ouvido e o fazia caminhar mais a frente.

— HEY VOCÊ - Apontei ao que segurava a doze e parecia ter mais controle — SEU AMIGO TÁ FERIDO, VAI MORRER LOGO, ENTÃO NÃO VAMOS TOMAR TANTO TEMPO, ME DEVOLVAM O QUE É MEU E FINGIMOS QUE NADA ACONTECEU.

A uma distância razoável pedia que entregasse às armas em troca da vida de seu colega.

— Foi você que feriu ele? Foi essa majadera que te feriu Benício?

Falava o cara maior e dimensões dentre eles de mais o menos uns 40 anos que segurava uma shotgun, vestia roupas latinas e tinha tatuagens de gangs.

— No Gonzales está muchacha aqui só quer las armas, as que os meninos roubaram.

— É pra falar na minha língua filho da puta - O envolvi mais para perto do objeto pontiagudo.

Ao meu ver aquele povo não parecia ser tão temíveis como os que já enfrentei, não possuíam uma estrutura adequada ou segura dos mortos, estendiam roupas em varaus e faziam muita fumaça com a fogueira que era vista a quilômetros.
Algumas mulheres e crianças que se escondiam na saia das mentoras, apenas o que separavam uma fileira de carros e alguns homens.

— Dá pra ela a bolsa.

O cara a frente obedeceu e jogou a bolsa aos nossos pés.

— Agora solta ele.

— Acha que sou idiota? Vou solta-lo assim que eu estiver longe.

Ainda preso a mim dizia, para todos ouvir. Mas logo Benício de alguma forma cogitou não deixar eu ir.

— Acredite não vai querer sair desta parte. Está noite, escuro, pode ficar com a gente, não temos muito, mas os peixes que peguei são reais. Sei que está com frio com essas roupas molhadas e fome, estou sentindo sua barriga roncar.

As noites em áreas áridas eram congelantes, minhas roupas encharcadas não ajudavam, não ligava a fome isso era o de menos o problema era Kenna e Hanna que junto a mim não comíamos a 2 dias.

— Hazel - Olhei a Hanna que me chamava — Eles tem crianças, olha - Ela de uma face cansada e juntando as sobrancelhas.

Eu as via com olhar amendrontado a situação, e cheguei a conclusão que eles não arriscariam dar um tiro ao relento no escuro a noite para correr floresta a dentro com toda aquela gente, era muito a se perder.

Julgamento ao Amanhecer - Zumbie™Where stories live. Discover now