The Price of a Life

(des)encanto

      Sinceramente, detesto física. Por que pitombas isso foi existir na face da terra? Acordar de manhã cedo já é uma luta ignóbil mas tenho que pensar em meu futuro com base nisto?

      Eu e Benji não conseguimos dormir por conta do homem que tentou invadir minha casa ontem a noite, ninguém acreditou que dois jovens conseguiram derrubar um gigante psicopata. Foi como Davi e Golias, um milagre divino.

       — Não sei como tu consegues ter disposição depois da surra que levamos! - recebo um peteleco na cara -

       — Meu corpo ainda dói, desgraça! - faço massagem no local - E aquele seu plano todo cheio de espúria?

       — Pelo menos estamos à salvos! - ele rebate o mais lacônico possível -

       — Sinceramente...

      Retomo a atenção na aula vendo que o professor atenuou a turma logo em seguida, pedindo-lhes silêncio e atenção pois haverá um torneio de interclasse nas escolas. Ficamos felizes, pois isso era motivo de comemoração, com os jogos marcados não teria como ter aulas.

      Os meninos organizam seu time de vôlei e futebol, já às meninas formaram sua equipe por conta da falta de alguns membros. Basicamente não teríamos conteúdo nenhum no dia porquê esses tipos de campeonato são levados muito a sério por aqui.

       — Murilo, quer se juntar no nosso time? - Patty me convida com um certo escopo -

       — Não, obrigado. Sou bom no apoio moral mesmo. - sorrio de repente -

       — Então, torça por mim! - ele sussurra em meu ouvido -

       — Tu não és o Patty! - percebo pelo olhar dele - Por que....

       — Murilo, me ajude com a arbitragem. Preciso de um assistente e tu podes me ajudar. - somos interrompidos propositalmente -

       — Claro, Benji. É bom que o professor note nossa participação em algo pelo menos. - digo esbaforido pela insolência do falso Patty -

       — Há algo de errado? - ele percebe meu comportamento estranho -

       — Estou de saída, não se esqueça do nosso combinado! - Patrick se retira satisfeito com minha desestrutura emocional -

       — Patty está estranho, não acha?

       — Talvez não seja ele, possa ser uma outra pessoa. - entico -

       — Não, eu conheço bem meu amigo! - ele se retira primeiro -

      Ele não é o Patty, eu tenho certeza.

...

      Nos sentamos próximo a quadra de vôlei na terceira fileira que dava a melhor visão da partida, o restante do pessoal se acomoda e iniciam um assunto qualquer.

      O suposto " Patty " ficou encarregado como líbero, o James cortador, Félix o levantador, Benji o bloqueio e o restante dos meninos ficaram mais livres. O time adversário parecia bem forte, os caras tinham ar de profissionais, com joelheiras e tudo. Seu líbero tem um rosto familiar, de longe não consigo identificá-lo direito.

      O jogo inicia com a bola no nosso time, um garoto qualquer faz um saque por cima e conquista o primeiro ponto para nós, o público vai aos gritos com a liderança desde então.

       — Achei que esses frangotes não jogavam vôlei, olha que orgulho! - Bia comenta em um tom elevado por conta da gritaria de fundo -

       — Como isso afeta nossas notas extracurriculares, os meninos darão a vida neste jogo. A escola deveria agradecer pelo nosso esforço! - acompanho a entonação -