capítulo 12.

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𝐂𝐀𝐌𝐈𝐋𝐀 𝐒𝐀𝐅𝐑𝐀 🫧

— Caramba Neymar, eu já falei que vou ligar pro Thiago daqui há cinco minutos, para de encher o meu saco.

Emburrei, atendendo a chamada enquanto lavava meu rosto, estava fazendo minha rotina de skincare noturna, mesmo que não fosse muita coisa.

— Se eu soubesse que você ia me ligar, iria esperar mais um minutinhos, Doutora.

Chega arrepiei.

A voz do próprio saiu do outro lado da linha, me fazendo desligar a torneira e derrubar um dos meus cremes no chão, arregalei os olhos na hora, me agachando para buscar.

— Thiago.— suspirei, o cumprimentando e tentando soar calma.— Oi, soube do ocorrido no campo….— confessei timidamente.

— Deixa eu adivinhar, o boca de sacola que contou?— Ele riu e eu acabei me juntando a ele.

— Uhum, eu mal tenho tempo pra ver futebol quando trabalho.— contei, não sei porque.— Então ele me atualizou sobre você hoje, no meio do meu expediente, sendo bem específica.

— Ele desconhece a palavra e o significado de limites.— respondeu, e eu concordei com ele, era a mais pura verdade.

— A que devo a honra da sua ilustre ligação?— brinquei, secando o rosto com um paninho, e joguei o mesmo no lixo em seguida.

— Não fui a pessoa escolhida pra você perturbar hoje também?— perguntou, todo sonso e eu dei risada.— Decidi ligar pra saber.

— Hm, mal tive tempo pra pensar nisso.— confessei, terminando de passar o creme pelo meu rosto.— Mas acho que hoje era dia da Carol.— brinquei.

— Puts, mandei mal.— se desculpou, mas sabia que ele nem estava ligando.— Mas pelo meu estado de saúde, acho que ela não vai ligar de passar a vez dela pra mim.

— É?— provoquei.— Tá precisando de cuidados?

— Muito.— respondeu.— Machuquei feio.

— Minha especialidade é pediatria, acho que você chamou a médica errada, Thi.— usei o apelido que já escutei chamarem ele, um pouco receosa com o ato.

— O que vale é a tentativa.— escutei sua resposta baixinha do outro lado.— Você pode negar cuidados a pacientes?

— Claro que não, jamais, por que?

— Então pronto.

Revirei os olhos, me sentando na cama e encostando na cabeceira dela, era tão bom pra manter a postura, senão eu estaria que nem o corcunda do desenha, toda torta e com um ovo nas costas.

— Você sendo meu paciente? Só se nascer de novo.— gargalhei.— Já passou da idade, nem mesmo seus filhos podem ser atendidos por mim.

— Sério?— perguntou encucado.

— É que, eu escolhi a pediatria como especialização, posso atuar em outra área pela formação, mas envolve outras coisas e só o diploma não quer dizer nada.— contei e ele resmungou, concordando.

— Mudaria de área?

— Acho que não, sou apaixonada no que faço.— comentei, olhando para os meus pés enquanto os mexia.— Mas chega de falar sobre mim, quero saber do machucado.

— Mas você não pode me tratar, qual a graça?

Eu ri.

Ousado.

— Quero saber como uma….— Comecei, mas não terminei.— Não quero saber como médica.

— Deu ruim no meu joelho, tô com lesão no meu joelho esquerdo, pegou bem nos ligamentos, sabe.

SEGREDO | Thiago Silva Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon