capítulo 58.

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𝐓𝐇𝐈𝐀𝐆𝐎 𝐒𝐈𝐋𝐕𝐀. 🏅


O jogo contra o Luton Town havia terminado há exatos quarenta minutos e agora eu estava andando pelo vestiário com uma toalha na cintura atrás da minha bolsa.

— Celular tocando.— James balançou um aparelho em mãos, chamando a atenção dos demais.

— Qual o nome?

— Isago.

— Então é do Thiago.— Mudryk disse óbvio, e eu dei uma corridinha para alcançar ele e pegar o celular.

— Oi carinha.— atendi a chamada antes que ele desligasse pela demora. Escutei a respiração ofegante dele e franzi o cenho, não entendendo nada.

— Pai.— disse nervoso.— Tem como o senhor vir pra casa, por favor?

— O que aconteceu?— perguntei, já pegando minha bolsa e me preparando para me vestir.

— A Camila.

Meu coração parou por alguns instantes, disso eu tinha certeza. Isago respirou fundo antes de continuar, pareciam horas mas não passou mais de três segundos.

— A Camila está chorando muito, ela recebeu uma ligação e a gente não sabe o que fazer.— disse rapidamente.— A Rose tentou, eu tentei e o Iago também.

— Vocês não sabem o que aconteceu?— perguntei desesperado também.

— Não, pai, estava tudo bem. Chegamos do treino há pouco tempo, a gente escutou o grito dela mas não há nada com o bebê, não é fisicamente. Ela não está machucada.

— Eu tô indo, Isago.

Peguei a bolsa e já está a prestes a sair do vestiário quando eles me gritaram.

— THIAGO, A ROUPA!

— As fotos dele saindo do estádio pelado vão valer quantos euros?— escutei a risada do Enzo e voltei bufando.

— Vai se foder.— resmunguei, colocando a blusa e depois me contorcendo para colocar a calça por baixo da toalha.

— Milhões.— Ben respondeu.— Que foi, irmão? Aconteceu alguma coisa?

— Sim, mas eu não sei o que aconteceu então já tô indo. Bom jogo, time!— sai apressado.

As coisas se mostraram não estar ao meu favor quando eu saí do estádio e fizeram um alvoroço atrás do meu carro, até criança tinha correndo. Eu normalmente não via problema em parar para falar com os torcedores após o jogo, mas hoje era outro esquema.

Porra. Estava nervoso pra caralho. A Camila estava com oito meses, não tinha porque ficar tendo tanto estresse.

Apesar do Isago ter falado que ela não estava ferida e nem a bebê, ainda me preocupava porque… porque era a Camila e só de imaginar alguma coisa ruim acontecendo com ela me dava calafrios.

— Vocês estão bem?— perguntei, batendo a porta do carro e vendo os dois parados na porta me esperando.

Iago estava visivelmente cabisbaixo e o Isago apenas concordou, uma expressão agoniada.

— Ela está no quarto, a Rose pediu pra você levar água pra ela.

Concordei, passando rapidamente pela cozinha e pegando o copo que estava encima da bancada, subi as escadas com pressa e do corredor já pude escutar os soluços da Camila.

Entrei no quarto sem nem bater, tomando ciência de como as coisas estavam por ali. Camila me olhou e eu observei em apreensão a forma em que seus olhos estavam super vermelhos. Ela tampou a boca, me dando as costas.

SEGREDO | Thiago Silva Where stories live. Discover now