SEGREDO | Thiago Silva

capítulo 59.

𝐂𝐀𝐌𝐈𝐋𝐀 𝐒𝐀𝐅𝐑𝐀 🫧

— Eu estou sentindo muita dor, preciso ir pro hospital.— falei na porta do quarto do Thiago, com a mão na barriga.— Por favor.

Ele levantou alarmado, desligando a televisão e calçando o chinelo antes de caminhar até mim.

— A bolsa estourou?

— Eu não sei, acho que não, é uma contração muito forte e eu não quero ficar aqui.

— Vou pegar as bolsas e colocar no carro, me espera aqui.— colocou um casaco qualquer e foi correndo lá pra baixo com a bolsa da neném.

Eu respirei fundo, querendo chorar pelas contrações que eu estava sentindo. Parecia rasgar todo o meu interior, então eu estava com medo porque era a minha primeira vez sentindo uma dor tão horrível, era quase como uma cólica de menstruação só que bem pior das que eu geralmente sentia.

Agarrei a porta com força, soltando um grunhido e me sentindo agoniada demais.

— Vem, vou te deixar no carro e avisar pros meninos que a gente está indo.— Thiago estendeu a mão ao voltar.— Sua bolsa de documentos está lá?

Concordo com a cabeça, me mantendo de olhos fechados enquanto Thiago me guiava devagar pelo corredor até a escada.

— Hm, vai ser difícil pra você descer.— comentou.

— Eu consigo.

— Sobe aqui, vem.— estendeu o braço, querendo me pegar no colo e eu o encarei abismada.— Anda Camila, você tem que ir pro hospital e eu só quero que isso acabe logo!

— Não fala assim comigo.— soltei a sua mão, descendo o primeiro degrau e respirando fundo. Eu desceria sozinha essa porra também.— Não me encosta.— mandei, quando ele veio segurar a minha cintura.

— Que porra tem de errado com você?

— Tudo! Eu tô assustada e você falar assim comigo não adianta então por favor, só me leva pro hospital e me larga lá.

— Você falar assim comigo também não adianta muito.— disse atrás, me observando descer e se mantendo perto por precaução.

Eu respirei fundo, decidindo não dizer nada. Não estava no clima para discussão logo agora.

— O que tá acontecendo?— o Isago perguntou, quando cheguei no último degrau, ele estava saindo da cozinha.

— Vamos pro hospital, fica com o seu irmão que eu vou ficar com a Camila por lá.

— Chegou a hora?— perguntou nervoso, os olhos brilhando e eu jurei que se não tivesse tão mal iria até conseguir sorrir.

— Achamos que sim, se eu não chegar até de manhã liga pra sua mãe levar vocês pro colégio.— Thiago pediu.

— Boa sorte, Camila.— Isago disse baixo, ele sabia bem o que estava rolando entre eu e o pai dele.— A gente te ama!

— Obrigada.— disse chorosa, já na porta, com as costas meio arqueadas por conta da agonia.— Eu amo vocês também.

Thiago não demorou mais nenhum segundo, vendo que eu estava prestes a desistir ali mesmo, me colocou dentro do carro, jogando um casaco por cima do meu abdômen e saindo com o carro na maior velocidade do mundo.

— Puta que pariu!— xingou ao ultrapassar um sinal vermelho.— Vou ganhar todas as multas que nunca ganhei antes só por causa da Emili.

Meus olhos estavam fechados e assim eu me mantive, estava me esforçando pra não vomitar ali dentro e ele surtar porque o carro estava limpo, vai saber qual seria a reação. Não queria descobrir.