O lenço - Julio 2

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Eu a espero encostado no meu carro. Em cinco minutos eu a vejo abrir a porta de entrada do prédio e eu vou ao seu encontro. Eu sorrio para ela, impossível não fazer aquilo, como não a olhar do jeito que eu estava fazendo?Ela é linda. Em seus 1,65 de altura seu corpo era magro, mas bem distribuído. Ela tinha o par de seios mais lindos que eu já havia visto. Os cabelos castanhos levemente ondulados, caía sobre os seus ombros. E o comprimento ia até meio de suas costas. Seus olhos eram de um castanho amendoado tão peculiar, único. E sua pele era branquinha, suas mãos eram tão macias e femininas, como eu pude desfrutar do toque delas desde quando ela permitiu o nosso pequeno "amasso" na semana passada. Aquele dia foi perfeito! Existia uma química entre nós excepcional. E eu queria beijá-la desde quando nos conhecemos há três semanas atrás. Ela era diferente das mulheres que eu havia me interessado antes. Ela tinha uma história forte, instigante, e com certeza os valores dela eram outros. Também pudera, filha de uma israelense com um muçulmano? Vamos combinar, não havia muitos casos por aí assim. Eu era fascinado pela sua voz, rouca e suave, o seu sotaque, e a capacidade dela em falar fluentemente seis línguas, isso não era comum, qual é? Ela era diferenciada. Seu chefe tecia elogios direcionados á ela, por seu profissionalismo e dedicação. E ontem num almoço de negócios, ele acabou confidenciando para nós que o sonho dela era ir trabalhar em alguma sede ou consulado no Brasil. Ela e sua família precisava de proteção, pois eram um ícone de resistência contra os desmandos na faixa de gaza. E eu, ontem mesmo comecei a falar com alguns contatos. Ela merecia, um tempo de paz.

-Julio! Porque me olha assim? Eu já disse você me deixa sem jeito. Se for muito para você eu não vejo problema em ficar em casa, meu chefe me liberou mesmo e...

-Não! Não... Hadassa, não quero que se sinta invadida, constrangida. É... é que você está linda! O amarelo fica tão bem em você. - Eu a assegurei, antes que ela mudasse de ideia, e fosse embora. Eu sabia que ainda estava presa ao Hálim.

- Tudo bem. - Ela me disse e sorriu tímida. - Obrigado. Você está muito é... sexy também. E isso eu não posso deixar de notar.

-Sexy...hã! Fico feliz, que você gosta do que vê.

-Huuum. Metido! - Ela desdenhou e riu. - Sabe o poder que tem. Safado!

-Eu? Pelo contrário sou um cara muito bem comportado. - Me defendi rindo.

-Sei bem da fama que vem lá do solo brasileiro. E posso dizer que não é pelo bom comportamento.

- Tudo bem. Um pouco. Mas sabemos tratar uma mulher bem.

-Espero que sim, senão eu voltarei para casa no mesmo minuto em que não superar minhas expectativas. - Ah! Ela tava no jogo! Provocou de mansinho, mas provocou.

-Ok. Vamos?

-Sim, vamos.

Eu abri a porta do carro para ela. E depois voltei para o meu lado. E fomos direto para o maior hotel da Turquia onde a ONU, realizava o seu baile anual, para angariar fundos para pesquisas. Chegamos em vinte minutos. E fomos em direção ao salão principal do evento. Hadassa, aceitou o meu braço e enganchou suas mãos nele, formalmente. O toque de suas mãos em mim, me deixava com a sensação de calor. Eu sei que eu estava muito mexido com ela. Sabia que gostava muito de estar na sua presença, apreciava demais as nossas conversas sobre, arte, música e até política, a qual ela tinha um jeito próprio de pensar. Ela era inteligente, e linda. Entramos no salão. A decoração era clássica, e totalmente rica. Não importava quantos anos eu viesse á negócios aqui no lugar do meu pai. Eu nunca me acostumaria com a classe e o requinte daquele povo turco. Era outro mundo realmente. Cumprimentamos alguns amigos de trabalho. O chefe de Hadassa a cumprimentou, e a monopolizou um pouco mais do que deveria com alguns assuntos sobre a faixa de gaza e a cidade natal dela. Eles falaram em turco e eu não entendi quase nada.

A Garota do Lenço Amarelo - Série Garotas do Brasil - Livro 2Where stories live. Discover now