Cap.9: Rain of Emotions

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P.O.V Angel 08:18 a.m.

Duas horas havia se passado e meu corpo inteiro ainda tremia freneticamente, minha ansiedade estava pior e prova disso era a forma como eu balançava a perna no sofá lá de casa. Estava inquieta e bastante perturbada.

— Tome. — O Carl surgiu com um copo de água e um comprimido. — É um calmante. Tome, vai se sentir melhor. — Concordei com a cabeça e tomei o medicamento.

Todos naquela sala me olhavam como se eu fosse um ser estranho, mas o olhar que mais me doía era do meu cachorro que deitado no sofá, apoiava sua cabeça nas minhas pernas. Ele me olhava com muita preocupação e eu via medo. Aquilo doeu muito em mim.

— Até o Aster tá preocupado com você. — Disse a Sophia. O Stefan que também estava ali sorriu olhando pro meu bichinho. — O Stefan trouxe a Winnie pra ele brincar enquanto todo esse alvoroço passava. Ele quase derrubou a porta quando voltamos da clínica e você não estava com a gente. — Olhei pra ele novamente que levantou as orelhas pra mim. Bati de leve na minha coxa e ele veio pro meu colo.

— Valeu, Stefan. — Agradeci e suspirei pesadamente. Tinha alguma coisa de errado comigo.

— Ah... Filha. Sobe, tome um banho e descanse. Você tá visualmente abalada. Com todo respeito. — Disse o Carl, me olhando estranhamente e enruguei a testa. — Tenta dormir um pouco. Vou ligar pro Robert e avisar que hoje não irei mais pro restaurante. Vou ficar com você.

— Eu também não vou pra faculdade. — A Sophia me olhou e sorriu. — Vamos ficar com você. — Sua mão tocou a minha e meus olhos se preencheram em lágrimas.

— Fica bem, Angel. De verdade. Mais tarde venho te visitar. — O Stefan se aproximou e beijou minha cabeça. Acariciou o pelo do Aster e foi embora.

Eu subir pro meu quarto ainda desnorteada, a primeira coisa que fiz foi tirar aquela roupa e tomar um banho gelado. Fiquei minutos debaixo do chuveiro, pensando e repensando em tudo o que aconteceu de ontem pra hoje. Nada fazia sentido pra mim.

Eu sentia uma espécie de bloqueio no meu raciocínio. Não era brincadeira, depois que eu saí do banco e foi declarado que o banco estava vazio, a ficha começou a cair diante dos meus olhos.

O Justin estava lá. Participando do assalto junto com outras pessoas. Depois de tudo o que aconteceu nunca passou pela minha cabeça que ele estaria vivo. Nunca. Ter ouvido da boca daquele verme que ele estaria morto foi o fim de tudo pra mim.

Mas como nunca sequer pensei nisso? Acredito que deve ser pelo fato de que eu o amava incondicionalmente e que se ele estivesse vivo correria pros meus braços sem pensar duas vezes. Mas não, eu estava errada sobre muita coisa, começando pelos sentimentos dele.

Se ele esteve vivo durante todo esse tempo já tinha sobrado espaço pra ele me procurar. Coisa que ele não fez, será que aconteceu alguma outra coisa? Porque esse assalto eu sei que foi planejado, mas não durante 4 anos?

Eu não quero ter pensamentos precipitados em relação a ele, porque quando tudo aconteceu a gente estava noivos e fazendo planos de até ter filhos. O que deve ter mudado pra ele?

Quando me dei conta que já devia ter secado a caixa d'água pelo tempo que eu havia passado debaixo do chuveiro em um longo banho, eu me vesti no roupão felpudo e saí do banheiro, encontrando a minha irmã sentada em minha cama, junto do meu cachorro. Ambos me olharam de um jeito preocupado.

— Oi, mana. — Falou e dei um sorriso, me aproximando. Ela tinha trazido um lanche também. — Papai fez um lanche e eu trouxe.

— Obrigada. — Me sentei na cama e peguei a caneca com café. A Sophia me observava e suspirou.

Last Chance: Dangerous BackOnde histórias criam vida. Descubra agora