Quatro

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A constatação do que fiz é nítida na manhã, parte do meu corpo está dolorido e consigo ver sob a luz pequenas manchas no meu corpo, apesar de não ter visto força em seus atos. Me preparo para ajudar Marise na cozinha. Me visto de maneira simples outra vez e prendo o meu cabelo mesmo com algumas mechas rebeldes se soltando da xuxa. Desço as escadas e decido tomar café na cozinha.

Tomamos café juntas e em seguida começamos a separar materiais para o almoço, decido subir com Mila para os quartos, a fim de ajudá-la a arrumar os dormitórios. Comecei pelo quarto de Luigi, um bem moderno e masculino, cercado de tons em preto e azul escuro, com alguns quadros na parede. No carpete do chão, há cigarros e muitas bebidas espalhadas, recolho suas roupas e coloco-as no cesto que vai para a lavanderia. Depois de garantir que sua cama esteja organizada e com lençóis limpos, eu vou para o banheiro.

Tento limpar tudo e terminar antes do almoço, e é o que faço, depois de garantir que Luigi teria um quarto limpo quando voltasse de seu club, era a vez de Mateo. O mais velho de meus irmãos e o que mais me detesta. Destravo a porta do seu quarto e ao contrário de nosso irmão, o quarto de Mateo está perfeitamente organizado, somente a cama precisa ser arrumada. Faço isso é Mila me encontra no banheiro, sua função hoje foi limpar o quarto do meu pai, já que eu não tenho permissão para entrar lá.

Terminamos o serviço dos quartos e como não serei solicitada pelo meu pai ou irmãos decidi praticar um pouco de yoga e em seguida ler o livro sobre a história da Mesopotâmia. Se um dia conseguir ir embora, espero poder cursar uma faculdade de história. Tenho curiosidade em aprender sobre antigas civilizações e sei que isso é mais que um gosto. Passo uma hora fazendo yoga, os movimentos relaxados me proporcionam um momento de paz que logo é perdido pelo russo de ontem.

Meu pai teria um problema no coração se eu dissesse a ele que há um rondando nossa casa e teria outro ataque quando percebesse que saí sem Marise e sem sua permissão. 

A presença de Viktor tão perto é um perigo. Ele pode estar pretendendo matar toda a minha família e a mim. Preciso dar um jeito de alertar Dom sem que ele saiba que saí. 

Penso na noite anterior e em tudo que senti com relação a ele, eu só poderia ter enlouquecido, dormir com um homem. Tudo bem que ele tinha um sorriso perfeito, mas ainda era uma pessoa ruim, meu instinto me manda correr para longe dele.  Preciso ir embora.

Meu livro sobre mesopotamicos se torna tediante quando meus pensamentos não estão na forma como eles liam as estrelas, mas sim em Viktor. Decido abandonar o livro e vê se Marise precisa de mim, por sorte ela está saindo para o mercado e pergunto se posso acompanhá-la.

— Por favor, Marise. — suplico a ela quando a mesma apresenta resistência em me deixar ir.

Seu longo suspiro é ouvido e sei que posso ir com ela. Dois seguranças nos acompanha, enquanto descemos a rua, indo para o lado oposto da noite de ontem. Tento prestar atenção nas ruas por onde passamos, e me concentrar nisso. Mas me pegava olhando para todos os cantos esperando vê-lo.

Isso chamou a agência da senhora ao meu lado. Marise saiu e disse:

— Esperando alguém?

— O quê!? Não! Claro que não, Marise. — tento reduzir a minha voz, estou me entregando assim. — Você sabe que não tenho essa possibilidade. 

Ela olhou para trás e mediu a distância que os seguranças se encontravam de nós, estavam olhando o movimento da rua e com uma voz mais calma ela disse:

— Eu consegui alguém que vai conseguir passaportes falsos para nós duas. Na verdade, ele vai nos encontrar no mercado.

Meu coração acelerou ao máximo ao ouvir isso. Era a minha liberdade, eu estava quase a alcançando. Quase chorando eu olhei para Marise, o rosto já apresentava algumas linhas de expressões, o cabelo sempre em um coque perfeito e com olhos grandes e castanhos.

Fruto Proibido Where stories live. Discover now