~ Capítulo 24 ~

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Fiquei feliz quando Jack e Brooklyn saíram do quarto, os dois pareciam sorrir animados, provavelmente porquê se resolveram, e isso é uma coisa muita boa.

Resolvi deixar os dois sozinhos conversando e saí mais uma vez para ir ao parque, não tinha muito o que fazer na casa e eu só queria dar uma volta, o que talvez não tenha sido uma ideia tão boa.

Chegando no parque eu me deparei com Elliot e Sophie conversando em uma sorveteria, obviamente eu revirei os olhos assim que os vi. Ela traiu meu irmão com ele e agora eles agem como se nada tivesse acontecido, que estúpidos.

No fim das contas eu optei por ignora-los totalmente e continuei andando, era um dia quente e eu estava começando a me arrepender de ter saído de moletom.

Sentei em um dos bancos do parque e comecei a relembrar tudo o que aconteceu comigo desde que cheguei aqui em Londres, e como tudo virou de cabeça para baixo desde que eu conheci Rye.

Eu sabia que eu não era gay, pelo menos eu achava, esse questionamento nunca havia passado pela minha cabeça antes, mas agora aqui sozinho eu realmente me questiono. Como posso ser gay se eu tenho certeza que já gostei de garotas antes?

Obviamente lembrei de Rye dizendo que eu provavelmente era bi com preferências em garotos, então ali sem nada para fazer eu resolvi pesquisar um pouco sobre o assunto, porquê tudo aquilo ainda era um pouco confuso para mim, mesmo depois de alguns meses namorando com Rye.

Nessa pesquisa eu vi muitos comentários de pessoas contanto seus relatos sobre se assumir bissexual, eu acabei me identificando com vários desses questionamentos. Vi pessoas comentando sobre esse tipo de acontecimento em uma comic chamada Heartstopper, tinha o link dela na página então eu só entrei e comecei a ler.

Eu sabia que era estranho eu ter me identificado até demais com o personagem Nick, mas ali eu comecei a perceber que talvez eu realmente fosse bissexual e isso só teria ficado bem escondido dentro de mim por bastante tempo e eu nem desconfiava.

Olhei para a hora em meu celular e percebi que já estava ficando tarde, resolvi voltar para casa e ver se os meninos estavam bem ou ainda vivos, não quero ser culpado pela morte de nenhum dos nós, mesmo que as vezes eu queira matar o Brooklyn.

Quando eu cheguei em casa eu pude ver Brooks e Jack conversando na sala, não quis atrapalhar então fui direto para a cozinha terminar de ler a comic que eu havia começado a ler pouco tempo antes de vir para cá.

Não se passou muito tempo e pôde ser ouvido um barulho alto vindo da sala, como um grito bem estridente.

- Oieee amigoooosss!!! - era Rye gritando, óbvio, ele adorava fazer isso o tempo inteiro.

- Cala a boca, Rye, aqui não é a casa da mãe Joana - respondi meu namorado em tom de sermão, as vezes ele parece uma criança de 5 anos.

- Aiiii tá bom, eu paro - responde o moreno se redendo e se sentando ao meu lado, logo distribuindo vários selinhos pelo meu rosto.

- Então Ryan, qual é a boa? - diz Brook de uma maneira um pouco hétero fazendo todos ali rirem, claro, porquê nenhum de nós somos héteros.

- Vai ter uma festa na rua aqui do lado, ouvi dizer que vai ser das melhores - Rye comenta e todos ficamos em silêncio, ele sempre inventava de nos levar em uma festa diferente - O que vocês acham?

- Tô dentro - respondo rápido, não porquê eu queria ir mas sim porquê eu sabia que deixar o Rye sozinho em uma festa seria uma péssima ideia, só me restou aceitar.

- Também topo - Brook responde animado. Já tô vendo que vou ter que ficar de olho nesses dois.

- Okay, então eu também vou - disse Jack não parecendo tão animado com a ideia de uma festa, ele sempre foi muito tímido e acredito que não tenha tanto costume como nós.

- E você, Rye? - pergunta meu irmão, obviamente já sabendo a resposta positiva que meu namorado daria.

- Eu? Eu tô com fome. Tem comida aqui? - Rye responde fazendo todos rirem de seu lado infantil. Eu realmente namoro uma criança.

Passamos um tempo só conversando sobre besteiras. Eu e Jack tivemos que intervir na pequena discussão dos outros garotos sobre o lado em que ficariam em guerra civil, Brook no time do Capitão América e Rye no time do Homem de Ferro. Não querendo uma confusão maior, mas eu queria ter ficado do lado de Brook, Ryan simplesmente não entende nada sobre a Marvel, então é hilário ver ele defendendo o único personagem que ele conhece.

- Vamos brincar de alguma coisa? - pergunta Rye após ter aceitado sua derrota contra meu irmão.

- Que brincadeira? - olho seriamente para meu namorado após minha pergunta feita. Ele nunca tem ideias muito inteligentes para o momento. Como eu disse antes, uma criança.

- Sei lá, que tal... "Eu já e eu nunca" ? - Ryan sugere e todos o olham sério. Essa brincadeira nunca é uma boa ideia - O que foi? Essa foi a única que veio na minha cabeça.

- Então vai ser essa mesma - Brook fala e todos nós damos de ombro, apenas concordamos em participar.

- Faz a primeira pergunta, Ryan - sugiro erguendo a sombrancelha para saber que pergunta meu namorado faria.

- Eu nunca namorei com alguém do meu grupo de amizade - ele diz abaixando um dedo e olhando para mim, logo após abaixando o meu dedo. Ele estava falando de nós dois juntos, claramente.

- Minha vez - dizia Brook - eu nunca fiquei com mais de duas pessoas em um dia.

Vi Rye abaixando o dedo e senti um leve ciúmes misturado com um pouco de raiva. Abaixei um dedo também, mesmo sem nunca ter ficado com mais de uma pessoa, era apenas para irrita-lo. Aparentemente deu certo. 1x0 para mim.

- Eu agora - foi a minha vez de dizer - eu nunca bebi tanto a ponto de esquecer o meu próprio nome - provoquei meu irmão, já que por conta disso ele havia atrapalhado meu primeiro beijo com Rye. Brook abaixou o dedo, aparentando envergonhado.

- Nem adianta continuar brincando, o Jack já ganhou - meu namorado comenta e todos começamos a rir, era verdade, Jack não havia nem sequer abaixado um dedo.

- É porquê eu sou um santo - respondeu Jack risonho.

- Até parece né, parece mas não é - dizia Brooklyn rindo do moreno a sua frente.

Ficamos ali brincando e nos divertindo mais um pouco, igual crianças de três anos. Eu nunca tinha visto Jack se divertir tanto com a gente. Fiquei feliz em ver que ele está se acostumando com nossa presença em sua vida, até porquê entramos nela de penetra. Fazia tanto tempo que até eu mesmo não me sentia assim, genuinamente animado com alguma coisa, e eu espero que seja sempre assim.

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O Melhor Amigo do Meu IrmãoWhere stories live. Discover now