~ Capítulo 6 ~

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De repente aquele noite pareceu mais fria e ao mesmo tempo mais calma, eu continuava abraçado com ele, não queria sair dali nunca.

– Você quer ir lá para dentro? – ele me perguntou um pouco tímido. Eu não queria ir, queria continuar abraçado com ele.

– Você quer entrar? – eu pergunto e ele apenas assente com a cabeça, negativamente – Então vamos continuar aqui – isso me agradou bastante. Ele sorriu para mim e eu só queria aproveitar aquele momento.Com ele. – Eu sinto que mesmo depois de tantos meses, eu ainda não sei muito sobre você – ele ri.

– É verdade. O que quer saber sobre mim? – ele pergunta parecendo se aproximar um pouco mais de mim, se é que isso era possível.

– Eu não sei, você já sabe basicamente a minha vida inteira graças ao Brooklyn, mas você não tem um Brook para me contar sobre você – dou uma risada mesmo não tendo graça alguma, ele ri também.

– Eu tenho três irmão, um mais velho e dois mais novos que são gêmeos – ele dizia calmo mas ao mesmo tempo... Triste? Eu não sei – Meu irmão mais velho voltou a morar na Espanha a uns dois anos atrás e os dois mais novos moram com a minha mãe desde que ela pediu o divórcio para o meu pai.

– Quais são seus nomes? – eu pergunto tomando o copo com um bebida de sua mão e a tomo de uma vez só. Estava só na metade e já estava quente por ele ter a pegado antes de virmos para fora.

– Robbie é o mais velho, Shaun e Sammie são os mais novos – ele fala o nome de seus irmãos e solta um breve suspiro – Eu sinto falta deles.

– Eu sei bem como é – solto um suspiro também, aquilo havia feito eu me lembrar de minha mãe, ela faz muita falta por aqui.

– Bom, vamos falar de coisas legais... Como eu disse para você, eu morei alguns anos na Espanha, basicamente a minha adolescência foi passada lá – ele dizia para tentar mudar de assunto. Eu não queria ficar triste naquela noite e nem em nenhuma outra, então apenas entrei na onda do assunto.

– Sim, seu espanhol é muito bom, eu não entendo nada – digo rindo e ele logo me acompanha – Você precisa me dar umas aulas.

– Não! Não vou não, você vai aprender sozinho, senão eu não vou mais poder te elogiar sem saber se você vai entender ou não – ele dizia rindo também. Me lembrei instantaneamente de seus elogios, foram apenas dois mas era o suficiente para mim. Lembrei também que nos dois ele havia elogiado meus olhos.

– Você gosta dos meus olhos? – não sei de onde veio aquela coragem, mas no momento em que o vi corar, eu também corei.

– Eles são bonitos e... Intensos – ele parecia tão envergonhado, eu não queria deixar ele daquela forma.

Eu não sei se aquilo foi pelo frio, pela lua está tão bonita no céu. Não sei se foi pela bebida, ou por ele estar ali tão perto de mim. Eu só sei que tive uma vontade louca de beijá-lo, eu queria ele para mim e isso tava me deixando confuso ao lado dele.

– Obrigado – sorri e corei violentamente – Seus olhos também são lindos... Assim como você – quando percebi o que havia dito eu fechei meus olhos com uma certa força, querendo sumir dali, e eu pude ouvir uma breve risada vindo dele e o olhei novamente.

– Brooklyn vai me matar por isso – ele disse me deixando confuso. Por que Brook o mataria?

Eu estava prestes a perguntar isso a ele quando senti seus lábios nos meus. Sim, ele havia me beijado.

Naquele momento eu senti tantas borboletas no meu estômago, bem mais do que eu estava sentindo antes. Me senti nas nuvens, beijar ele era como estar no paraíso, e, mesmo sendo só um beijo, eu já me sentia completamente viciado. Mas infelizmente não pudemos nos beijar até o ar cessar, mas o beijo acabou porque de repente Mikey apareceu gritando, dizendo que precisava de ajuda.

Obrigado Mikey! estragou meu momento com um garoto tão fofo.

– O que aconteceu aqui? – Mikey pergunta com um sorriso sapeca no rosto me fazendo revirar os olhos.

– Diz logo o que você veio fazer aqui, Mikey – eu disse, saindo do lado de Rye e indo até ele.

– Brooklyn tá muito bêbado, esqueceu o próprio nome – Mikey dizia rindo, mas também aparentava estar preocupado – Harvey está com ele no banheiro, ele está vomitando.

Não respondi a ele e fui direto ao banheiro procurar Brooks e Rye veio logo atrás de mim. Entramos lá e a primeira coisa que vimos foi Brook vomitando. Na pia. Vimos também Harvey brigando com ele pedindo, quer dizer, implorando para que ele fosse fazer isso na privada.

– Vamos Brook, não deve ser tão difícil assim ir daqui para o vaso, né? – Harvey tentou mais uma vez tirar meu irmão daquela pia, mas foi totalmente em vão – Até que enfim vocês chegaram, ele não para de vomitar – disse o loiro quando nos vê se aproximar.

– Ele está bem? – pergunto a Harvey e vejo Brooks negar com a cabeça, logo depois voltando a vomitar – Vamos para casa, papai não vai gostar nada de saber disso.

– Eu já tenho 16 anos, Andy.

– Ou seja, um menor de idade. Vamos embora logo, eu nem devia ter vindo com você, ou muito menos ter deixado você vir – eu dizia enquanto puxava Brooklyn do banheiro que ainda vomitava, mas em uma sacolinha, que Rye havia dado a ele.

– Andy, a gente conversa depois? – Rye pergunta quando finalmente consegue me alcançar. Eu no mesmo momento lembrei do que havia acontecido minutos antes e voltei a chorar de vergonha.

– Claro! eu te mando uma mensagem assim que chegar em casa – respondo tentando manter uma certa naturalidade que não existia ali naquele momento, e ele apenas concordou sorrindo, dizendo que iria esperar minha mensagem. Ele era um fofo mesmo.

Depois de uns 15 minutos eu cheguei em casa com Brooklyn, era mais ou menos 1:45 da madrugada quando chegamos, meu pai ainda estava acordado por conta de seu trabalho e aproveitou isso para dar uma bronca em Brooklyn, que já havia parado de vomitar e já tinha voltado a raciocinar direito também.

Esses dias papai tem ficado meio estranho, não com a gente mas em geral, como se estivesse escondendo alguma coisa de nós, eu só não sabia o que era. Ele estava me aparentando meio lunático, uma feição um pouco mais longe da terra como se algo tirasse seu foco, era estranho, nunca havia visto ele assim. Quer dizer, nunca tinha visto ele tão feliz, pelo menos não desde a morte da mamãe.

Eu estava morto de sono, então fiz uma nota mental para não me esquecer de enviar mensagem para Rye amanhã. Aquele beijo não saia da minha cabeça. Mesmo estando no meu quarto e escutando meu pai brigar com Brook no andar de baixo, a única coisa que eu conseguia focar era naquele beijo. O que está acontecendo comigo?

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O Melhor Amigo do Meu IrmãoWhere stories live. Discover now