~ Capítulo 21 ~

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Eu estava decidido que iria conversar com ele ainda hoje, mesmo que sejam 2 da manhã, eu não me importava nenhum pouco, ele vai ter que me escutar.

Tudo bem que eu já mandei 50 mensagens para ele e liguei 7 vezes, mas ele é tão teimoso que mesmo com a minha insistência ele não atendia e nem respondia minhas mensagens, eu estava ficando furioso.

- BROOKLYN! - gritei pelo meu irmão do meu quarto na esperança que ele escutasse. Achei que ele não havia escutado já que não havia me respondido e eu já ia gritar outra vez, mas ele logo apareceu na porta do meu quarto.

- O que foi? Eu estava dormindo - respondeu o loiro coçando seus olhos com as mãos e sentando na cadeira que havia ali por algum motivo.

- Lembra que eu te ajudei a ir para uma festa com a Sophie? - ele revirou os olhos ao ouvir o nome dela, mas logo após assentiu com a cabeça - eu preciso da sua ajuda para praticamente a mesma coisa.

- Vai sair para uma festa? Tá louco, Andy?

- Não Gibson, eu não vou para uma festa - respondi meu irmão me levantando e dando um peteleco em sua testa.

- Aii! Para aonde você vai então? - perguntou ele me encarando e esperando que eu o desse alguma explicação.

- Eu preciso falar com o Rye.

- O que? Não, você não vai - disse ele eufórico e se levantando da cadeira rapidamente. Por que eu não poderia ir?

- Por que não? Eu preciso falar com ele, Brook. Foi um mal entendido, eu preciso resolver - respondi com raiva. O que deu na cabeça do meu irmão para ele não deixar eu ir conversar com o Rye?

- Andy, escuta, ele é meu melhor amigo e eu conheço ele melhor do que ninguém, não é uma boa ideia você ir agora, até porque o irmão mais velho dele vai estar lá - Brook diz calmo dessa vez, provavelmente para tentar me convencer a não ir, mas eu não iria deixar que ele me convencesse.

- Brooklyn, por favor, eu não posso deixar ele ficar bravo por minha causa. Não de novo - disse já sentindo algumas lágrimas descerem pelo meu rosto. Eu odiava chorar na frente de Brooklyn, não queria que ele sentisse que sou um fraco por conta disso.

- Como assim "de novo"? - respirei fundo pela primeira vez e expliquei tudo para ele, tudo mesmo, desde o começo. Ele ficou um tempo parado e sem nenhuma reação mas logo depois ele deu um sorriso meio fraco mas sincero dizendo que estava feliz por nós dois e que esperava que o Rye me entendesse. Logo após ele me ajudou a sair pela janela me prometendo que iria me acobertar caso precisasse.

Fui andando devagar em direção a casa de Rye na esperança em que ele aceitasse me escutar. É horrível a sensação de ser o culpado de tudo isso, ainda mais quando minha cabeça diz que muito provavelmente ele está me odiando depois de tudo isso.

Não demorei muito para chegar a casa de Rye, logo pude ver ele pela janela conversando animadamente com um garoto que eu presumi ser seu irmão mais velho. Foi naquele momento em que eu me senti nevoso e com medo pela primeira vez.

Bato na porta meio baixo e logo pude ver um menino de aparentemente 11 ou 12 anos que parecia muito com o Rye. Sorri fraco para ele.

- Boa noite, o Rye está? - ele não me respondeu de imediato mas pude vê-lo olhar para dentro de casa como se estivesse falando com alguém.

- Desculpe, são 2 da manhã, nesse horário Rye já está dormindo - eu sabia que era mentira, tinha visto Rye a uns 2 minutos atrás pela janela, mas antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer coisa ele fechou a porta na minha cara.

Não pense que isso foi motivo suficiente para me fazer desistir. Eu saí por alguns minutos e até encontrei uma cafeteria aberta para tomar um café e quando eram mais ou menos 3:42 eu voltei para a casa de Rye, mais específicamente para a parte de trás aonde eu sabia que tinha a janela do quarto dele.

Pode parecer estranho mas eu sei que não há outra maneira de chamar sua atenção para o lado de fora, então minha única ideia ali no momento foi pegar pequenas pedras para tacar na sua janela, sem nenhuma intenção de quebrar, apenas acorda-lo. E pelo jeito eu consegui. Como a janela do seu quarto era literalmente uma porta transparente com uma pequena varanda eu pude ver o exato momento em que ele se levantou e veio em direção a essa mesma varanda, me deixando nervoso mais uma vez.

- Andy? O que você está fazendo aqui? - pergunta Rye coçando seu olho aparentando ter acabado de acordar. E como sempre ele continuava lindo.

- Eu precisava falar com você.

- A gente não tem nada para conversar, Andrew - aquilo me doeu, como sempre dói quando ele me trata dessa forma, eu odeio magoar ele, se eu soubesse eu nunca teria deixado aquilo acontecer, não que eu tenha deixado, mas eu não tinha nenhuma escolha, eu simplesmente não esperava que aquilo fosse acontecer.

- Rye, por favor me escuta, foi tudo um grande mal entendido - eu pude ver a reação de raiva em seu rosto, como se não acreditasse em mim, ou pelo menos tentasse não acreditar - por favor, acredite em mim.

- Andy, essa é a segunda vez que você me mágoa por alguma coisa. Como você espera que eu me sinta pensando que a qualquer momento você pode acabar me magoando de novo? - um tiro. Suas palavras eram como um tiro direto no meu coração e mais uma vez eu senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, tudo porquê eu me sentia um grande idiota - Andy, não precisa chorar pra tentar me convencer de algo.

- Eu não estou chorando para tentar te convencer de nada. Estou chorando porquê eu não aguento mais, porquê sempre que eu tento fazer algo certo eu faço tudo errado, porquê pela primeira vez que eu sinto que realmente estou amando alguém eu simplesmente estrago tudo, porquê eu sou um idiota e mereço o seu desprezo - enquanto eu falava pude notar que também saiam lágrimas de seus olhos, que ele estava tão destruído quando eu e eu estava me sentia um verdadeiro idiota por isso.

Ele não falou mais nada, apenas saiu de volta para seu quarto e fechando a porta me deixando ali sozinho e chorando, imaginando que iria perder a única pessoa que amei de verdade. Eu não conseguia me mexer mas eu sabia que deveria sair dali, me forcei a levantar e me dirigir até o lado da frente, mas antes de sair pude ver Rye andando em minha direção ainda com os olhos chorosos e me dando um abraço tão forte que eu senti como se estivesse sonhando, eu estava genuinamente aliviado com aquele abraço.

- Eu também amo você, Andy Fowler - diz ele ainda me abraçando forte. Provavelmente eram quase 5 da manhã e eu já deveria estar em casa, mas eu não me importo se irei levar alguma bronca, Rye disse que me ama e isso para mim já é mais que suficiente.

Ele passou sua mão lentamente pelo meu rosto limpando as minhas lágrimas com um sorriso fofo em seu rosto e eu não me aguentei sorrindo de volta também.

- Por favor, me diz que você me perdoa, eu não aguento mais ficar longe de você, eu te amo Ryan Beaumont - ele sorriu mais uma vez em meio as lágrimas mas não me respondeu, em vez de uma resposta ele apenas chegou um pouco mais perto de mim deixando um beijo em minha testa, depois outro beijo em minha bochecha, e mais um na outra bochecha e logo em seguida me beijou. Um beijo calmo e sincero, sem nenhum desespero, apenas carinho, apenas amor, graças a ele eu descobri que sou capaz de me apaixonar pela mesma pessoa todos os dias, descobri que consigo ter mais medo de perder alguém do que perder meu próprio celular. Enquanto ele me beijava eu sabia que não seria capaz de amar mais ninguém além dele, eu não queria amar mais ninguém, eu só queria ele.

- É óbvio que eu te perdoo, seu bobo - ele diz me dando mais um beijo na testa - mas juro que se encontrar essa garota na rua eu arranco os cabelos dela.

- É proibido agredir animais, Ryan - respondi e juntos demos essa e várias outras risadas em plenas cinco horas da manhã, eu não queria ir para casa mas sabia que eu precisava - te vejo amanhã no colégio? - pergunto e ele apenas assente me dando um beijo nos lábios e desejando boa noite. Eu sabia ali naquele momento, enquanto andava pela rua no meio da madrugada, que eu não queria mais ninguém para amar além do melhor amigo do meu irmão. Desculpa Brook, mas seu amigo agora é meu.

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O Melhor Amigo do Meu IrmãoWhere stories live. Discover now