CAPÍTULO 3

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Nós poderíamos ter tido tudo
(Você vai desejar nunca ter me conhecido)
Rolando nas profundezas
(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)
Você teve o meu coração na palma da sua mão
(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

ROLLING IN THE DEEP - ADELE

ROLLING IN THE DEEP - ADELE

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Três dias.

Setenta e duas horas e quatro mil trezentos e vinte minutos sem piscar os olhos.

Estes três dias têm sido um completo desastre. Josh tem me feito perguntas sobre o que faremos para lidar com a situação, tenho recebido ligações a respeito das minhas faltas consecutivas no colégio, e o meu subconsciente não permite que eu feche os meus olhos por nem mesmo um minuto. É como se eu quisesse estar atenta a qualquer movimento suspeito a todo momento, tomada pela preocupação e medo.

Tenho algum tipo de intuição que diz que estamos sendo observados. E temo que não começou após aquele maldito bilhete, talvez tenha começado muito antes. Como se quem quer que seja, soubesse exatamente quais são os meus sentidos e preocupação quanto à nova vida na cidade.

Seja quem for esse maldito cara - ou mulher -, sabe que eu estou sempre prestando total atenção em tudo. Seja nas ruas, na cafeteria, no colégio, nos meus vizinhos e até mesmo nos colegas de classe de Josh. Então, está sendo cauteloso o suficiente para não ser visto. Além do mais, se eu estivesse sendo seguida... saberia. As malditas merdas na qual enfrentei há alguns anos, deixou claro que eu não devo confiar nem mesmo na minha sombra.

Entretanto, não posso deixar de confessar que estou com medo pra cacete do que vêm por aí... tudo está quieto demais, calmo demais, como se nada tivesse ocorrido naquela maldita estrada.

Eu sei que algo ruim está para chegar, e é por este motivo que me recuso a tirar os olhos de Josh e da arma que mantenho debaixo do meu travesseiro.

No fim, os capangas de merda ao menos serviram para algo útil.

Josh está a dois três dias longe do colégio, e hoje recebi uma ligação na qual, sua professora disse que suas faltas apenas fariam com que a sua educação atrasasse ainda mais do que está. Me senti a pior responsável de uma criança do mundo. Quer dizer, nós viemos para a Califórnia por um motivo. Josh merecia uma vida boa, fazer amigos, sorrir com mais frequência e não se preocupar com nada além de sua própria vida. Ainda assim, estou permitindo que alguém me assuste o suficiente para quase manter o meu irmão em prisão domiciliar. É doentio.

Ele é tudo que tenho na vida, tudo que me mantém respirando. Ser cuidadosa com a sua segurança não é algo ruim, mas acho que estou exagerando nas formas de o fazer.

Talvez a pessoa esteja sacaneando com a minha cara?

De fato, o bilhete dizendo estar de olho em mim, é o principal motivo de estar tão abalada com toda essa merda. Portanto... se de fato fossem os capangas daquele lugar, já não teriam invadido a minha casa e me arrastado para Nova York?

SURVIVORSWhere stories live. Discover now