Aspen Baker não teve uma vida muito agradável. Seus dias eram resumidos em lutar para obter o reconhecimento do pai, que nunca demonstrou amá-la como realmente deveria. A fascinação pela música, poderia levá-la a lugares que, em seu ver, sempre este...
Não é adorável? Completamente sozinha. Coração feito de vidro, minha mente de pedra Rasgue-me em pedaços Pele e osso Olá, bem-vindo ao lar.
LOVELY - BILLIE EILISH, KHALID
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Está escuro. As ruas são apenas iluminadas por alguns postes, ainda assim, pareço ter dificuldade de enxergar com clareza.
Meus pés estão doloridos. Estou a algumas horas correndo pelas ruas de Nova York completamente descalça, sem me importar com o fato de ter sangue no asfalto a cada passo dado. Eu preciso despistá-los.
Não sei onde está Josh, se está vivo, se o levaram também, quem são essas pessoas e quanto tempo exatamente estive naquele lugar. Não sei absolutamente nada. Exceto, que neste momento, há uma SUV prata, rondando todas as ruas de Nova York à minha procura.
Eu consegui fugir.
Eu consegui. Consegui me livrar daqueles homens... De suas mãos... De tudo. De tudo que tenho certeza que sempre haverá traumas a serem superados. Apesar de saber que será impossível.
Os meus pés doem. Minhas roupas estão rasgadas, alguns pedaços de pano caídos pelo meu corpo nu. Ainda assim, não posso olhar para trás e não posso pensar que eles estão me caçando como um animal por estas ruas e ninguém parece se dar conta.
Lágrimas escorrem de meus olhos sem permissão, sangue mancha os meus pés e a dor já não existe. Pedaços de vidro e pedras minúsculas afundam na sola do meu pé, ainda assim, eu as ignoro. Nada mais importa, exceto fugir e procurar por Josh. Por favor, não esteja morto. Por favor, Josh, esteja bem!
De repente, o soar dos motores da SUV às minhas costas, faz o meu corpo estremecer, um arrepio subir pela minha espinha e minha respiração falhar. Eles me encontraram.
Eu abraço o meu próprio corpo, respirando fundo, tentando levar algum oxigênio para os meus pulmões, mas, tudo que eu consigo é ouvir os motores indicando que o carro está próximo demais, e minhas pernas já não podem se mover. Tudo está perdido. Eles me levarão para lá novamente, me machucarão novamente e nada disso terá valido a pena. Eu serei nada mais que um brinquedo novamente, e jamais, verei Josh outra vez.
Eu me encolho, pronta para sentir o baque de ser atirada para longe e arrastada para dentro do carro outra vez. Jogo o meu corpo no chão sujo e frio, totalmente rendida, sem forças, chorando e desesperada, quando sinto duas mãos balançarem o meu ombro. Com força.
— Aspen! — Josh. — Aspen... Acorde.
Sua voz doce e calma parece tão longe e tão perto... Parece alcançável, por mais que eu saiba que não é verdade. Eu o perdi. Perdi o meu irmão para sempre.
