𝐍𝐈𝐊𝐈 ❴ 니키 ❵ ━ 𝖲𝗁𝗈𝗋𝗍 𝖿𝗂𝖼'𝗌

마흔 네

— 당밀 —

    RESPIREI FUNDO TENTANDO NÃO SURTAR E MATAR todos aqueles seis garotos sentados na mesa junto a mim.

    Conversavam sobre algum assunto que no momento eu não ligava a mínima, enquanto eu tentava fazer o trabalho em grupo que era para eles estarem fazendo também. Exceto Ni-ki, ele desenhava na cartolina extremamente quieto e calado, apenas deixando que fizessemos o que bem entendemos em sua casa.

    — Vocês podem fazer um pouco de silêncio, meninos? - Pedi, tentando ser o mais gentil possível, mas a conversa era tão alta que nem mesmo me ouviram.

    — Eles não vão parar se continuar sendo tão dócil. - Murmurou, sem tirar os olhos do desenho.

    — E o que eu vou fazer?

    — Grita. - Finalmente olhou para mim.

    — Gritar? Não! Grita você, eu não tenho vocal pra isso. - Discordei.

    — E porque eu tenho que fazer isso? É você que quer silêncio! - Riu enquanto cruzava os braços em frente ao peito.

    — Porque você é uma pessoa muito legal, que quer ajudar uma amiga. - Sorriu sugestivamente.

    — Claro, nessas horas você é minha amiga. - Revirou os olhos, e eu o encarei confusa.

    — Não entendi.

    — Acha que eu esqueci que você rejeitou meu convite porque já ia com "um amigo"? O hilário é que ele te deu um belo de um fora e te deixou lá plantada, coisa que eu não teria feito, até te buscaria em casa! - Arquiei as sobrancelhas, o vendo falar sobre aquilo de novo.

    — Porque você tinha que mencionar? Eu tava começando a finalmente superar essa vergonha alheia! - Passei a mão pelo rosto, sentindo minha pele esquentar.

    — Tem soju na geladeira... - Nos encaramos por breves segundos antes de levantarmos para sair.

    — Ei, onde vocês vão? - O silêncio finalmente reinou, quando Jay fez todos olharem para nós.

    — Porque quer saber? - Riki interrompeu quando eu iria responder.

    — Porque o trabalho ainda não terminou. - Sunghoon completou.

    — Terminem, já fizemos nossa parte! - Fui puxada para a cozinha, sem ao menos poder escutar o falatório e reclamações.

    — Seus pais não vão ficar bravos por bebermos o soju? - Questionei, me sentando em uma das cadeiras em frente ao balcão.

    — É só uma garrafa. Eu não vou contar, você vai? - Sorriu colocando o copo em minha frente.

    — Você tem um lado "pestinha sem futuro"? Sério? - Joguei a cabeça para o lado, o admirando servir a bebida. — Você é sempre tão estudioso e quieto, achei que não fazia esse tipo de coisa.