Eu Quero Você

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VI

— Cait… — minha voz sai ofegante. — A gente tem que ir.

Ela não responde, não sei sequer se ouviu o que eu disse, já que continua com o rosto encaixado na curva do meu pescoço enquanto vai para frente e para trás no meu colo. O zíper da minha calça está aberto, meu cinto foi parar no banco do motorista. Sinto as mãos de Kiramann nas minhas costas e uma mensagem de Ahri pisca na tela do meu celular. Seguro a bunda de Caitlyn com ambas as palmas e o vaivém do seu quadril no meu me deixa alucinada.

Eu me deixo levar por um momento, sentindo a maciez dos lábios dela no meu pescoço nu e o contorno das suas curvas se encaixando perfeitamente nos meus dedos, mas isso só dura até eu ouvir meu celular tocando. O nome de Akali brilha na tela, estico minha mão para pegar o aparelho e o coloco no ouvido, Caitlyn tira o rosto do meu pescoço e me encara.

Onde vocês estão, caralho? — Jhomen esbraveja do outro lado da linha.

— Calma, porra, a gente tá chegando. — mantenho meus olhos fixos nos de Kiramann, que puxa o decote da regata branca de alças finas um pouco para baixo, evidenciando mais ainda seus peitos que estão muito bem sustentados pelo sutiã. Seus dedos brincam com o cós da minha boxer e ela parece se divertir com a minha falta de concentração ao falar com Akali. — A Caitlyn se atrasou, você sabe como ela é.

Claro que sei. — mesmo sem vê-la, sei que ela está revirando os olhos. — Só… cheguem logo. — antes que eu possa responder, Akali desliga.

Caitlyn dá uma risadinha.

— Nossa, então você fica colocando a culpa das coisas em mim?

— É óbvio que sim. — dou de ombros. — Não é como se não fosse realmente culpa sua.

— É você que tá pegando na minha bunda.

— Você subiu no meu colo porque você quis. — devolvo, Kiramann cruza os braços.

— Não pode me culpar, faz uma semana que eu tô tentando — ela balança os seios e eu sinto o seu quadril pressionar o meu.

— É, eu sei, eu também. — vejo os lábios de Caitlyn se curvarem num sorriso discreto e malicioso quando digo isso. — Mas a gente tem que ir, ou Akali vai afiar as kunais dela em mim e eu sou jovem demais pra morrer.

Kiramann e eu definitivamente estamos tendo algo agora. Eu não sei exatamente o que, mas é alguma coisa. E, desde então, começamos a fazer coisas um pouco… inconsequentes. Aventuras particulares, excitantes e arriscadas, como na vez que nos pegamos dentro do estúdio nos minutos que ficamos sozinhas, ou da vez em que Caitlyn passou os pés pelo meio das minhas coxas por debaixo da mesa durante uma das reuniões em grupo, sorrindo a cada vez que me via cobrir a boca e olhar para ela com raiva. Ou até mesmo quando saí tarde da noite do estúdio depois de um ensaio com a Pentakill, me deparando com uma visita surpresa de Caitlyn no estacionamento da RR, que acabou em uma pegação forte atrás do meu carro.

Porém, nunca passamos disso. Não por falta de tentativas, mas porque sempre tem algo que literalmente empata nossa foda.

Hoje é o fato de que Ahri inventou um rolê de casais e insistiu que Caitlyn e eu fossemos. Como não consigo dizer não para aqueles olhinhos brilhantes de raposa, aceitei. Kiramann mal protestou, e acho que pela primeira vez ela veio me buscar exatamente no horário. E por isso quero dizer que ela chegou só dois minutos atrasada, nem me dei ao trabalho de reclamar. Chegamos mais cedo do que o esperado, então ela estacionou em uma rua lateral qualquer enquanto as garotas não chegavam e, bom, cá estamos.

Caitlyn suspira e sai do meu colo, olha o reflexo no espelho retrovisor e ajeita os fios de cabelo que estão fora do lugar. Saímos do carro, aliso com as mãos minha regata preta dos Lakers, abotoo minha calça e passo o cinto de couro pelos passadores. Caminho com as mãos nos bolsos da calça verde militar, e mesmo antes de atravessar a rua já consigo ver as luzes do parque de diversões. Observo um brilho sutil nos olhos azuis de Caitlyn, a menor das colorações ainda estampada no seu rosto.

Club 57 | CaitViWhere stories live. Discover now