8 • Sagitta

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#pessegodoce

O ruivo paralisou a comida até a metade do caminho em sua boca. Não era como se Jungkook tivesse lhe pedido em casamento de novo, já que da primeira vez quem pediu, na verdade, foi ele, mas o pedido do arquiteto foi direto, depois dele passar alguns minutos em silêncio olhando para o telefone. Sentiu-se agitado, o que era estranho porque lembrou que fazia muito tempo que não ouvia essas palavras.

— Faz tempo que eu não escuto isso, uau. — Jimin comentou, bebendo mais do café.

— É. — Jungkook afirmou, sorrindo pequeno ao entender o peso da frase.

— Mas eu não posso, tenho que trabalhar. Alguém tem que sustentar essa familia. — o ruivo levantou, colocando a xícara na pia.

— E os plantões noturnos? — Jungkook indagou calmo.

— Eles são mais cansativos, e eu deixei na mão da última vez. Preciso falar com a enfermeira chefe pra ficar ser da equipe do caso do Yoongi, ele me ameaçou roubar meu oxigênio se eu não desse um jeito. — se encostou na pia, passando as mãos nos fios ruivos.

— O paciente que descobriu sobre a gente? Tem algum problema com ele? — o arquiteto indagou, virando-se para Jimin.

— Ele é um pé no saco, mas é inofensivo. — o ruivo pensou, torcendo o nariz. — Na verdade não, ele é poligamico, fique longe dele.

Jungkook pensou em Namjoon, mas não comentou nada, apenas levantou da mesa e mexeu nos dedos longos de cabeça baixa.

— Seria uma bom termos mais contato, agora que você, sabe...

— Eu não, a perua da Jihye que pareceu atormentar minha vida.

— Tudo bem, esqueça. Foi uma ideia repentina, vou pedir para trocarem a fechadura de casa. — o moreno arrumou os óculos no rosto.

Os ombros de Jimin caíram, porque era a segunda vez que faziam isso na casa.

Quando mudaram-se para o lar, meses depois, quando aparentemente todos os seus contatos íntimos sabiam sobre o casamento falso, a mãe do enfermeiro acabou descobrindo o endereço de onde eles moravam. Era uma tarde de folga de Jimin, o que não acontecia com frequência naqueles meses, mas deu a má sorte de ouvir a campainha de casa tocar repetidamente. No começo, achou que tinha sido seu pai que tinha ido lhe visitar e lhe contar sobre a nova namorada, mas Carter tinha saído a poucos minutos para sentir saudades do filho. No olho mágico Jimin viu os olhos de sua progenitora e sua figura por trás da porta, convencida de que se tocasse o suficiente na campainha e batesse incessantemente na porta, alguém atenderia. No começo, parecia irritada, mas depois, Jimin sentiu que ela praticamente chutava a porta da casa.

Não conseguia nem respirar pelo pânico que se apossou de seu corpo, agradeceu a toda santidade existente no mundo por ter levado Aquiles no pet shop para tomar banho e não precisava se desesperar com latidos altos. O ruivo paralisou, uma fina lágrima escorrendo de sua bochecha esquerda, enquanto que ele deslizava até o chão e esperava - rezava - para que ela fosse embora.

— Espera. — Jimin disse. — Jun, oi, espera.

— Sim? — falou, percebendo a mão do enfermeiro em volta do seu braço. — Olá.

— Ah, oi. — Jimin sorriu. — Vou com você.

— Tem certeza? Podemos marcar algo no próximo fim de semana...

— Relaxa, eu meio que acumulei todos os minhas horas de folga nas ultimas semanas. Dora pode me cobrir, só preciso levar ela pra alguma festa clandestina como recompesa.

Com amor, Utopia  • jikook • Where stories live. Discover now