Indecente

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ROSA

Dois dias depois daquela festa horrenda, Kurt me acordou com beijos e disse que tinha uma surpresa.

— O que é? — eu perguntei e ele riu, enquanto ficava por cima de mim na cama. O sorriso dele era tão lindo!

— Se eu contar, deixa de ser surpresa, espertinha — ele beijou a ponta do meu nariz, enviando faíscas. A cada dia, eu as sentia mais. Será que ele estava certo sobre sermos destinados?

— Só uma dica — Eu pedi — Só umazinha.

— Hmmm... você já me pediu por isso, eu digo, a surpresa.

— Eu não peço por muita coisa.

— Exato. É uma super dica. Você tem que saber do que se trata, Rosa.

Eu tentei pensar, mas então ele fez o favor de encostar o nariz no meu pescoço e ele sabia que eu não consegui resistir.

— Nós... café da — eu não conseguia pensar direito. Era impossível com aquele macho delicioso. Sim, eu estava me tornando tão safada quanto ele. Mas eu não me sentia suja. Não com ele.

— Certo — Ele falou e se levantou de uma vez, me deixando na cama. Eu mal conseguia respirar! — Eu tenho que me afastar um pouco, antes de perder a cabeça, princesa.

Eu estendi a mão e ele entendeu, ajudando-me a levantar.

A ansiedade me consumia.. eu queria saber logo do que se tratava a tal surpresa! Assim que terminamos de comer, ele estava sorridente e tirou uma venda do bolso ele.

— Hora da surpresa! — Ele falou e colocou a venda nos meus olhos. Senti a respiração dele na minha orelha — Adorei você com essa venda... me deu algumas ideias para mais tarde.

— Você é um depravado...

— E você ama — O tom convencido dele me fez balançar a cabeça.

— Sim, amo!

Ele gargalhou e como eu estava vendada, era possível sentir melhor o efeito e a entonação da voz e risada dele.

Ele me colocou no colo após darmos alguns passos, dizendo que eu andaria lento demais, vendada, e ele queria ver a minha reação. Pelo visto, o meu querido Kurt era um lobinho ansioso. Lobinho, não. Ele era grande em todos os sentidos. Todos.

Após alguns minutos, ele me colocou no chão e me segurou por trás.

— Chegamos.

Eu tentei ouvir algum som que pudesse me dar uma dica, mas nada... então eu senti a mão dele indo para a parte de trás da minha cabeça, desatando a venda.

Precisei de alguns segundos para poder enxergar e então, eu franzi a testa. Eu nunca tinha ido ali. Olhei para Kurt e ele estava sorridente.

— O que é isso? — Eu perguntei, vendo um espelho em uma das paredes, mas fora isso... Olhei para o teto e havia alguns ganchos.

Kurt foi para uma das paredes e abriu uma porta que eu nem tinha visto! Realmente, aquele era o sentido de uma porta secreta, não é mesmo?

Ele voltou segurando alguns halteres e colchões, além de um saco de boxe.

— Kurt...

— Hora de você, minha delícia, treinar — Ele falou e colocou tudo com cuidado no chão. Eu me aproximei e peguei um dos halteres e caramba, aquela coisinha pesava! E pensar que Kurt estava segurando tudo aquilo como se não fosse nada.

— Eu... — Senti meus olhos ficando nublados, embaçados. Eu estava chorando...

— Amorzinho, o que foi? Você não quer? — Eu ouvi aflição na voz de Kurt e levantei os olhos para ele. Sim, ele estava com medo e preocupado, também.

— É que... obrigada! — Eu pulei no pescoço dele e ele imediatamente me segurou pela cintura, abraçando-me forte — Você realmente fez isso... Você levou em consideração o que eu disse.

— Claro que levei, Rosa — Ele segurou meu rosto com uma das mãos — Você é a pessoa mais importante do mundo para mim. É óbvio que eu vou levar em consideração as suas opiniões, as suas necessidades. Você está acima de mim, meu amor.

Ele me beijou tão ternamente que eu pensei que o meu coração não fosse aguentar.

— E quando nós vamos começar? — Eu perguntei, animada e ele me colocou no chão.

— Agora mesmo — Ele me disse, mas segurou gentilmente a minha mão — Primeiro, lindeza, você precisa fazer alguns exercícios de cardio. Nada de ir pegando peso assim.

E aquele foi o primeiro dia de treino. Eu não tinha um lobo, portanto, eu não podia ir muito pesado nos exercícios.

Após uma semana de exercícios com ele, Kurt teve que ir ao campo de treinamento dos novatos e resolveu me levar com ele.

Chegando lá, eu vi vários rostos novos. Senti Kurt tensionar de leve ao meu lado e o olhei. Ele olhava para mim intensamente.

— O que foi? — Eu perguntei e ele estalou a língua, passando os olhos pelo meu corpo.

— Você está indecente.

Eu demorei para reagir, porque aquilo era ridículo! Olhei para baixo, para o meu próprio corpo e não havia nada de indecente ali. Eu vestia uma bermuda de ginástica preta, uma legging e uma blusa rosa claro larguinha, que cobria o meu busto e até o meu bumbum, já que era longa.

— Kurt, eu estou mais decente do que você, com essa camiseta mostrando os seus músculos! — E era verdade! Ele estava com uma calça de ginástica cinza, aquelas folgadinhas de material impermeável, e uma camiseta preta cavada. Ele era uma luxúria ambulante e eeeu estava indecente? Era muito atrevimento!

— Você está gostosa nessa roupa! — Ele falou mais alto do que deveria e eu percebi alguns desviando o olhar de nós, envergonhados.

— Shh! — Eu fiz e me aproximei dele — Pode parar com isso!

— Ah, Alfa? — O Delta se aproximou de nós — Podemos começar?

— Sim, sim... — Kurt fez e eu olhei para o rosto do Delta. Ele piscou de leve para mim. Claro, ele veio em meu socorro.

Os membros do bando eram muito bons comigo.

— Rosa, meu amor, eu quero que você dê uma corrida, ok? Pode ir pra aquela parte do campo.

— Tá bem — Eu fiquei na ponta dos pés e dei um beijo nele, antes de ir para o local indicado por ele.

Eu já tinha dado algumas voltas quando uma bola quase me acertou. Olhei para trás e vi um rapaz bronzeado com o cabelo quase cobrindo o rosto dele, mas quando ele se aproximou e balançou o cabelo, tirando-o da frente, eu vi como eram verdes.

— Oi, desculpa! —- Ele falou, sorrindo — Eu vim só pegar a bola.

Eu olhei em volta e avistei o objeto. Fui até lá, já que estava mais perto de mim e a peguei, andando até ele e a estendi.

Ele pegou a bola, sorriu e eu vi as duas covinhas que ele tinha. Ele devia ter a minha idade. Era musculoso, alto. Muito bonito. Mas... eu não podia deixar de compará-lo ao meu Kurt. Nenhum macho se comparava.

— Valeu! Qual o seu nome? — Ele perguntou.

— Rosa — Eu respondi e ele estendeu a mão para mim.

— Prazer, Gareth! — Ele falou, mas antes que eu pudesse segurar a mão dele, Kurt estava entre nós, rosnando. 

Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now