Conversando

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KURT

Eu não conseguia conter o sorriso no meu rosto. Apesar do dia ontem parecer que seria péssimo depois que o Conselho veio nos visitar, Rosa me deixou dar um banho nela. E que banho.

Certo, não foi só um banho. Foi prazeroso e tortuoso ao mesmo tempo. Passar as mãos pelo corpo dela e não poder fazer nada... mas, enquanto a enxugava, eu pude provar do mel dela.

Eu já tive uma companheira e, à época, ela era tudo pra mim. Tudo nela era perfeito. E eu devo dizer que depois dela, apesar de ter me aliviado com algumas fêmeas, eu nunca dei a elas atenção. Portanto, Rosa foi a primeira, depois de Alexandra. E Rosa era muito, muito melhor. Não havia como comparar.

Agora, eu estava dirigindo para o Yellow Stone a fim de conversar com Gregorio e com Giselle. Eu não podia me casar com aquela fêmea. Ainda que ela e eu não fossemos ter intimidade física. Eu... não dava.

Ao chegar lá, Gregorio me recebeu muito bem, claro, ele não tinha ideia do que eu tinha ido fazer ali.

"Posso falar com Giselle?" Eu pedi e ele, com um sorriso super largo, concordou prontamente.

"Mas é claro que sim, Alfa Kurt! Eu vou pedir que a chamem imediatamente!"

Eu concordei com a cabeça. Era melhor falar com ela, primeiro. Portanto, eu esperei.

Incrivelmente, a mulher demorou pelo menos uns quarenta minutos para descer e eu já estava enlouquecendo, ali. Tive que conversar amenidades com Gregorio e continuar fingindo que o casamento era parte do meu plano de vida. Bom, o meu casamento com a filha dele. O que não era.

Eu ouvi o som dos passos de Giselle, no andar de cima, e o cheiro dela se tornou mais evidente. Ela estava muito arrumada, parecia até que iria para uma festa. Eu franzi o cenho. Não era necessário tudo aquilo apenas para fingir.

— Alfa Kurt! — Ela falou e abriu um enorme sorriso. Não me entendam mal. Giselle era bonita e tudo, tinha um corpo bonito. Porém, eu não sentia a menor vontade de tocá-la. Rosa aparecia imediatamente na minha mente e por favor! Rosa era a perfeição em vida. Giselle era apenas... aceitável, perto dela.

— Olá, Giselle. Ah, poderíamos dar uma volta? — Eu perguntei e vi o sorriso dela abrir mais. Ela parecia contente com o meu pedido.

— Sem sombra de dúvidas! — Ela falou e segurou no meu braço, aproximando o corpo dela. Aquilo me deu náuseas. Era tão... errado!

Nós saímos para os jardins e assim que nos afastamos um pouco mais da packhouse deles, Giselle deu risadinhas.

— Eu não esperava que viesse me visitar hoje — Ela disse e mordeu o lábio, com o rosto corando. Não era possível.. ela não... ela não estava flertando comigo, certo?

— Sim, eu vim porque tenho um assunto muito importante para tratar com você.

— Hmmm, e o que seria? – Ela me perguntou estreitando os olhos e sorrindo de maneira sedutora. Ou, ao menos, me parecia ser a intenção dela.

— Eu encontrei a minha segunda chance.

O sorriso no rosto dela foi sumindo, sumindo, até que o canto dos lábios dela se curvaram para baixo.

— Como assim, Alfa Kurt? A sua segunda chance... a sua companheira predestinada como segunda chance apareceu?

— Exatamente. E eu não pretendo rejeitá-la. Segundas chances são raras. A minha primeira, como todos sabem, se mostrou um total fracasso. E eu não pretendo jogar fora essa segunda vez.

O rosto dela se contorceu.

— Pois eu sinto muito, mas eu não vou terminar o nosso noivado.

— Giselle, veja bem...

— Não! – Ela disse e apertou o meu braço. Um movimento perigoso, uma vez que eu podia arrancar a cabeça dela ali mesmo — Você vai se casar comigo! Você e eu fizemos um trato!

— Mas a minha segu...

— Você manter essa outra fêmea como sua concubina. Eu aceito isso. Já não teríamos relações sexuais, não é? — Ela falou e o desprezo na voz dela era um alarme.

— Giselle, eu não vou submeter a minha companheira..

— Eu vou ser a sua companheira. Você me marca e pronto. Eu serei a sua Luna. E vou dar à luz aos seus filhotes. Você nem sequer precisa dela!

— Do que está falando?

— Kurt... – Ela me olhou com lágrimas nos olhos. Mas que beleza. Ela tinha mudado de ideia quanto a não querer relações sexuais. Maldição! Mas por quê? — Eu vou te dar tudo. Você terá todo o prazer que precisa comigo.

Eu me desvenciliei dos braços dela, desta vez, sendo um pouco mais rude.

— Eu não vou tocar em você, Giselle. Ainda que eu não ficasse com a minha companheira — Eu me aproximei mais dela e eu pude ver o corpo dela se retessando. Ótimo – Eu posso dormir com qualquer outra fêmea. Mas não com você!

Com isso, eu me afastei dela, mas então, eu me virei para dar um último aviso.

— Fale com seu pai e acabe com isso. Porque quanto mais você empurrar com a barriga, pior pra você. Eu não direi sim no dia do casamento perante o rei.

Virei-me e andei para o carro. Eu não iria me dar ao trabalho de me despedir de Gregório. E se eles quisessem guerra, então ok. Mas eu não me casaria com Giselle!

Dirigi de volta morrendo de raiva! Aquela vac@ havia dito que não me queria. E agora, ela vem com essa de querer me satisfazer na cama. Pensar naquela possibilidade me dava nojo! Só havia um corpo que eu queria mais do que tudo.

Quando estacionei o veículo, farejei no ar e sim, Rosa estava na packhouse. Eu entrei pela cozinha e lá estava ela, conversando com Aria, sorrindo. Ela era maravilhosa. Assim que ela me viu, os olhos dela brilharam ainda mais.

Eu caminhei até ela e a segurei pela mão. Continuei andando.

— Oh, calma! — Ela disse. Ok, eu era muito maior e, claro, um passo meu era o dobro do dela. Então, fiz o mais normal. Eu a coloquei no ombro — Kurt!

— Quietinha.

— Não! Eu... Kurt, os outros...

Eu dei uma palmadinha no bumbum dela. Ela soltou um gritinho, mas não foi de dor. Eu dei outra palmada. Um gemido. Eu sabia!

Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now