O professor então começou as ligações. Dos mais velhos aos mais novos, porém, ninguém atendeu, muitas das ligações nem ao menos foram completas.

Jimin não falou, mas Yoongi sabia a resposta, sabia o que dividiam agora em seus pensamentos, podiam ver no rosto um do outro o fantasma da culpa. Algo ocorrera enquanto eles estavam se divertindo.

Os dois focaram em encarar a estrada enquanto pediam ao universo para que tudo estivesse bem.


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Após a explosão, tudo se tornou silencioso por alguns minutos. Pelo menos até as vozes dos caçadores voltarem a soar alta:

— O chefe vai nos estraçalhar! — resmungou um dos caçadores, fitando o grande buraco coberto por terra e pedaços de Obsidiana Negra. — Matamos o dragão dele!

Outro caçador se aproximou da borda, estalando a língua e sacudindo os ombros. Ele passou a mão na testa, secando seu suor enquanto com a outra segurava o celular que estava em seu ouvido.

— São fatalidades de uma guerra — disse o caçador que ainda segurava o celular. — Era eles ou a gente de qualquer maneira.

— Temos que resgatar os corpos? — o primeiro caçador perguntou.

O outro voltou a olhar o buraco antes de olhar para os camburões e os caminhões que já partiam com caçadores e seus corpos. Os capturados já estavam longe dali há muito tempo.

— Vamos embora, eles estão mortos. — Ele guardou o celular no bolso, voltando a secar sua testa. — O irmão desse cara e o outro dragão-vampiro devem servir.

Com uma concordância, o outro se virou, seguindo em direção ao caminhão ainda aberto. O caçador que ficou para trás secou sua testa outra vez, puxando saliva do fundo da sua garganta e cuspindo no buraco.

— O bem sempre vence, monstros.

Dito isso, ele seguiu para o caminhão; era hora de voltar a Sede.


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A montanha ficou para trás quando o carro passou por ela, já próximo de onde moravam. Yoongi estava em uma velocidade alta demais; Jimin se segurava no apoio acima da porta de passageiros, em silêncio.

— Isso são marcas de pneus? — Yoongi perguntou quando se aproximavam da estrada de terra que dava para o sítio.

— Parece um carro pesado, talvez a picape de Jin?

Yoongi acelerou, a luz do farol iluminando o caminho, mesmo que ele não precisasse, conseguia enxergar perfeitamente na escuridão total. Ele viu Jimin abrir a janela ao seu lado e colocar parte do corpo para fora.

— O que você vê?

Jimin tentou distinguir entre as marcas, mas eram muitas ao ponto de deixar a lama revirada em certos pontos. Não eram pneus comuns de picape, eram pneus de algo mais pesado. O professor voltou a colocar o corpo para dentro do carro, os olhos já arregalados em sua face.

— Caminhões! — disse Jimin, arfando. — Yoon, são muitos caminhões.

— Merda! — o vampiro meteu o pé no acelerador, chegando ao máximo do carro. — Não temos tempo a perder.

Foram momentos de tensão. Nenhum dos dois proferia algo e somente a respiração de Jimin era escutada no automóvel.

O portão escancarado foi a primeira coisa que encontraram, mas Yoongi não parou, somente adentrou o sítio em alta velocidade, parando poucos metros antes das casas, com seus olhos sem conseguirem acreditar no que via.

Spark of FireWhere stories live. Discover now