O Amor Perdido

Capítulo 13

Na manhã seguinte, depois de uma longa noite me revirando na cama, levantei-me e olhei por entre as janelas os primeiros raios solares adentrarem meu quarto.

— O que ele quis dizer com isso? — murmurei para mim mesma pensando nas palavras de Vicent — Ele quer ou não quer que sejamos próximos?

Balancei a cabeça, aquilo estava me deixando inquieta e eu precisava me concentrar em outra coisa que não fosse... ele.

Um movimento abaixo me chamou a atenção, ali estava um homem e uma mulher conversando alegremente e eu teria saído dali no mesmo instante, se eu não tivesse reconhecido a mulher em questão.

— Amélia... ? Mas quem é o homem que está com ela?

Fiquei curiosa com este acontecimento, mas não querendo invadir a privacidade de minha amiga, saí dali e comecei a me arrumar para o café da manhã. 

Quando terminei, abri a porta do quarto e respirei fundo me preparando para mais um dia agitado.

— Bom dia, soldado. — cumprimentei como sempre fazia, mas ao olhar para o lado não eram nenhum dos dois guardas responsáveis pela segurança em meu quarto que estavam ali. — Vicent?

— Bom dia, Alteza. — respondeu com uma leve reverência.

— O que faz aqui? — perguntei direta e curiosa.

— Apartir de hoje eu também sou o responsável pela sua segurança. — disse com seu rosto sério.

— Mas e os outros? Por que essa mudança repentina? — ignorei as emoções que se agitavam dentro de mim.

— Eles ainda serão seus guardas, mas devido às circunstâncias do que aconteceu ontem à noite, o rei achou melhor colocar alguém mais preparado para casos como esse para ficar de olho em você e eu me ofereci para a função.

— Você se ofereceu para cuidar de mim? — arqueei a sobrancelha surpresa com esta revelação.

— Sim... quero dizer, não exatamente assim... só fiz isso para que você fique segura e... bem, só ficarei aqui em alguns turnos e não todo tempo — Uma risada baixa escapou de meus lábios sem que eu pudesse segurar, ele se retesou e olhou para mim em confusão — Você está rindo de mim? Eu falei alguma coisa estranha?

— A-ah, não é nada demais, só achei engraçado o fato de você estar se esforçando para se explicar. — Um sorriso ainda brincava em meu rosto. — Você é sempre tão direto e de poucas palavras...

— Só não quero que entenda errado minhas intenções. — respondeu desviando o olhar, mas por um segundo podia jurar que vi um pequeno sorriso surgindo nele.

— Tudo bem então, vou fingir que acredito nisso, soldado marrento. — ele me fitou com seus olhos semicerrados.

— Do que me chamou? — Em resposta apenas sorri para ele e dei de ombros. — Eu não sou marrento, apenas levo meu trabalho a sério, e você é uma princesa teimosa.

— Eu não sou teimosa! Apenas faço o que acho que é o certo... — cruzei os braços.

— Você é impulsiva, isso sim... — ele sorriu e eu admirei profundamente aquele sorriso tão lindo e ao mesmo tempo tão familiar para mim.

Mais uma vez a lembrança de Thomas veio à minha mente, nesses raros momentos em que ele ficava à vontade na minha presença, imaginava se era assim que meu antigo amado seria...

— Alteza...? — Nem percebi que Amélia estava se aproximando, ela olhou entre mim e Vicent com um olhar desconfiado, mas ele já estava com sua expressão costumeira de novo. — Eu vim acompanhá-la até o salão de banquete.