Capítulo 9 - Porque somos tempestade ✈

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ATENÇÃO:

Personagens, ações, profissões e eventos nessa fic são FICTÍCIAS e criadas apenas para entretenimento. Não tendo intenção de estimular ou promover qualquer comportamento narrado.

GATILHO:

ATENÇÃO, ESSE CAPÍTULO FAZ MENÇÃO AO SUICÍDIO. SE SENTIR DESCONFORTO, FAVOR INTERROMPER A LEITURA.

Não que Jeongin não fosse bonito. Ele sempre foi lindo.

Desde que se viu livre das vontades e expectativas alheias para atender parte de suas próprias, a grande mania de manter o cabelo liso cortado à altura dos olhos, roçando as sobrancelhas como eu mesmo creio que sentiria cócegas, da forma como a pontinha das orelhas sempre vencem a barreira lisa e esvoaçante que são os fios fininhos tricolores - os tons de castanho, preto e mel - quase perfeitamente distribuídos sob a cabeça pequena de aparência leve - que nada tem de leve, vai saber se já serviu como apoio para o choro pesado que rompe seus pulmões vez ou outra. Ou mesmo o costume ininterrupto de usar um risco escuro na linha d'água abaixo dos olhos castanhos, contrastando exageradamente com a pele pálida de quem muito pouco se expõem ao sol - porque ele realmente não sairia de casa, se não fosse por nossas reuniões e tamanha insistência de Minho hyung -, deixando os olhinhos já minúsculos ainda menores. Tudo isso é o que constrói parte do que Kai, Lin e Beomgyu vêm junto a Maya quando descem do carro, e não é nada fora do usual.

O que faz Huening Kai e Beomgyu - me arriscaria a dizer, até mesmo Jaelin - não conseguirem desviar seus olhos, no entanto, não vem inteiramente da aparência. Mesmo que a roupa completamente branca o deixe quase brilhando sob as luzes pálidas dos postes, nada chama mais seus olhos do que o quê nenhum deles pode realmente enxergar.

É quase uma camada visível, aos olhos de Beomgyu, e ele gostaria de tentar tocá-la, se possível, mas não pode. Não pode por dois grandes motivos: o primeiro é o olhar quase mortal que Minho os lança assim que o nota encarar Jeongin por muito tempo - o que também não é nada fora do usual -, e o segundo é que sente - e tem quase tanta certeza quanto sabe que dois mais dois são quatro - de que pode se queimar se chegar perto demais. Porque Jeongin brilha tanto agora, que parece o sol em pessoa.

- Bom dia, chato. - Minho lança um sorriso ladino para Kai, ao lado de Beomgyu.

Maya toca seu ombro para apertar os dedos ali.

- Respira, criatura. - Ela diz. - Beomgyu, respira!

- Pode se mover agora, os olhos de Minho não estão mais em você, Gyu.- Jaelin ri baixinho.

Beomgyu ri, move os ombros com desdém, como se não fizesse muita diferença. Abre seus passos para seguir Kai quando o vê se aproximar dos outros dois.

- Com ou sem seus olhos em mim, eu não tô nem-

- Bom dia, idiota. - Minho o cumprimenta quando ele passa, e está tão perto que quase pode sentir o ar quente de suas palavras rebater em seu rosto.

Quando foi que ele chegou tão perto?

- Bom dia é o caralho! Filho de uma- Mas que ódio, Minho! - Beomgyu grita. Jaelin ri junto dos outros quando um dedo trêmulo é apontado para o meio do peito de Minho, parecendo tão inconstante a ponto de cair a qualquer momento. - Estamos no início da noite. - O tom de aviso, junto da feição severa de Beomgyu, que é como a de quem avisa a um inimigo mortal para ter muito cuidado com o que planja fazer a seguir, faz todos rirem ainda mais.

Aviões de Papel |•HyunChangLixWhere stories live. Discover now