Capítulo 5 - De todas as coisas que eu já ouvi ✈

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ATENÇÃO:

Personagens, ações, profissões e eventos nessa fic são FICTÍCIAS e criadas apenas para entretenimento. Não tendo intenção de estimular ou promover qualquer comportamento narrado.

- Hyunjin não pode vir.

- Oh! - Minah agiu como se tivesse levado o maior susto de sua vida. - Hyunjin não pode vir?

- Não pode. - Neguei, repetindo pela segunda vez o que não me descia pela garganta.

Repeti apenas porque ela realmente parecia desacreditada, tanto quanto eu mesmo fiquei quando ouvi as mesmas palavras vindas de Hyunjin.

"Eu não posso ir", ele disse.

Então ele não iria.

Ele não foi, e nada me convenceria de que estava tudo bem.

Nada me convenceria de que nada estava acontecendo, porque claramente estava.

Estava quente - mas nem tanto - exatamente como eu sempre gostei, mas o clima nunca me pareceu mais sem graça.

Porque, por mais que Jaelin nos esperasse - Minah e eu - na cozinha, preparando mais uma porção de pasteis fritos na hora, eu me sentia sozinho. Me sentia quase traído, por ele estar longe no dia em que faríamos quatro anos de amizade.

Tentei me convencer de que vinha mesmo sendo assim. Ele vinha faltando aos eventos importantes para mim. Como faltou ao enterro da vovó.

Se Jaelin esteve comigo, durante todos os momentos... Então era certo mantê-la por perto.

Só mais um motivo para me convencer de que, o que quer que sempre apertava meu peito nos momentos em que Hyunjin estava próximo, não passava de coisas inúteis da minha cabeça.

Porque, claro, o fato de meu coração bater mais rápido do que podia respirar, sempre que a possibilidade de tê-lo por perto se fazia presente, e o frio no meu estômago sempre que ele estava prestes a chegar - e eu sabia que estava prestes a chegar. Isso tudo era apenas gosto. Era apenas apresso, nada além. Porque se fosse além, então eu estaria tão errado, e todos me desaprovariam tanto...

Eu precisava de aprovações.

Mas nem mesmo eu me aprovaria.

- Felix, querido? - Minah me chamou, quando já estávamos sentados há muito tempo na mesa, mas eu me esqueci de que precisávamos comer.

- Sim? - A encarei, tentei encontrar meu sorriso costumeiro, mas não sabia ao certo onde o tinha escondido.

- Não quer experimentar meus pasteis, Lix? - Jaelin, ao meu lado, falou com cuidado. Como se soubesse o quanto estava próximo da beira de um abismo que nenhum de nós dois conhecia ao certo. - Eu fiz alguns com queijo, pra você. - Apontou para a bandeja com os olhos.

Sorri por milésimos de segundo, encarei Minah mais uma vez.

Tinha alguma coisa em seus olhos que me deixou perdido. Porque Minah era mais fácil de entender quando estava envolvida por seu habitual, e era mais fácil convencê-la de que não precisava se preocupar com nada - mesmo que sozinho eu não pudesse realmente resolver tudo - quando seu cotidiano a cansava demais fora de casa para que pudesse prestar atenção demais dentro dela.

Tinha um brilho, quase escondido por trás de seus cílios, que me lembrava preocupação. Era o bastante para sentir meus braços arrepiarem, pelo desespero que me fez apressar em tentar arrancá-la de seu rosto. Ela já se preocupava com coisas demais, e eu me negaria - de todas as formas - a ser mais uma.

Aviões de Papel |•HyunChangLixOnde as histórias ganham vida. Descobre agora