✈ Capítulo 8 - O que urgiu, foram raios

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ATENÇÃO:

Personagens, ações, profissões e eventos nessa fic são FICTÍCIAS e criadas apenas para entretenimento. Não tendo intenção de estimular ou promover qualquer comportamento narrado.

O que Yoongi disse pareceu derrubar de vez os ânimos que se ergueram durante toda a narrativa de nossos dias passados.

Os rostos se movem apenas para mastigar, enquanto continuamos no mesmo circulo no centro da "garagem", engolindo com dificuldade fatias e mais fatias de pizza sem mastigar direito, porque a fome nos assola tanto quanto o desespero nos fazia há tão pouco.

Hyunjin também come, com os olhos - tão sérios quanto os de todos nós - indecisos entre o lanche e algo mais ao lado. Os olhos de Changbin fazem exatamente o mesmo.

O olhar furtivo dos dois, não tem nada de "furtivo", e isso me diverte. Talvez em combinação ao alívio de finalmente reencontrar Hyunjin - minimamente bem -, e conseguir também confortar meu estômago agitado e inquieto por não conseguir comer mais cedo, eu sorrio para a falta de jeito deles.

Porque, se parar um pouco para observar atentamente, é quase tão lindo quanto é vergonhoso. Changbin tem os olhos grandinhos agora, apesar de serem um tanto estreitos, e eles parecem se abrir ainda mais todas as vezes em que pega Hyunjin olhando em sua direção, pouco antes de os dois desviarem o olhar ao mesmo tempo.

- O que, Yongbok? - Chan hyung me pega sorrindo. Curioso, ele olha para a mesma direção que me nota observar. - A-ah... - Ele, no entanto, não sorri como eu faço. - Hyunjin. Sua pizza é de quê?

- De calabresa, hyung. - Tão confuso quanto eu mesmo, ou talvez quanto qualquer um de nós, uma vez que a pergunta surgiu do grande nada, Hyunjin franze a testa ao responder. Os lábios formam um bico grande, por ainda estar mastigando quando o faz. - Que nem o seu, olha aí. - Aponta com os olhos e um gesto de cabeça.

- Ele não come de outro sabor. - Eu e Changbin respondemos ao mesmo tempo.

A sala parece ficar em completo silêncio, mesmo que a música que Yeonjun colocou nas caixas grandes de som ainda se erga entre as paredes frias da garagem continue tocando.

De repente, a quietude parece mais pesada que o normal, e eu não sei diferir se é por ser encarado por uma porção de olhos preocupados dos meus amigos sujos, se é por ver os olhos dos amigos de Changbin encará-lo da mesma forma, ou se o peso inteiro vem do que obstrui minhas artérias como parece fazer - também - à minha garganta.

Tudo o que eu respiro - o pouco que eu respiro - tem cheiro de veneno. Sinto arrastar pela minha pele, escorregadio e derrapante. Me repreendo quando descubro que é exatamente como eu descreveria "ciúmes".

Consigo entender, então, um pouco da preocupação de Chan hyung que o trouxe a fazer o questionamento inesperado.

Preferiria que não tivesse entendido, e os olhares de antes tivessem continuado em segredo entre os dois envolvidos - e eu.

- Que refeição maravilhosa pra cacete. - Yeonjun entrega em tom entediado. Ele se levanta, mais uma vez enquanto todos nós permanecemos sentados, e anuncia com a mesma animação: - Vou tomar banho primeiro e começar a me aprontar. As coisas lá fora já estão ficando agitadas.

- "Coisas lá fora". - Changbin pergunta, encarando à finco seu hyung enxerido. - O que tá começando a ficar agitado lá fora, hyung?

- Verdade! Você tá aqui não é, Binnie? - Yeonjun parece um pouco menos entediado.

Aviões de Papel |•HyunChangLixOnde as histórias ganham vida. Descobre agora