Nosso primeiro natal

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BATMAN 

A mansão Wayne estava decorada pela primeira vez depois de muitos anos, mesmo com a insistência de Alfred, não havia alegria alguma para mim na data comemorada. Mas, havia a maioria havia votado e ganho de que esse ano seria aqui e eu teria que participar. Meu mordomo já estava velho e não conseguia fazer tudo sozinho, então contratamos todas as empresas de natal que existem em Gotham para ceia, decoração e presentes. De meu quarto, escuto as vozes dos organizadores da ceia que precisam fazer tudo rápido e ainda voltarem para suas famílias e comemorarem. Ouço uma batida na porta e Alfred entra devagar, ele em quase seus oitenta anos de idade ainda age como se realmente fosse um mordomo. 

- Patrão Bruce? 

- Sim? 

- A árvore de natal já está montada com as cores que o senhor pediu, assim como toda a decoração da mansão, está muito bela. Gostaria de descer e vê-la? 

Me viro e caminho até ele. Coloquei um terno azul que não usava á muito tempo e uma gravata borboleta com gorros de Papai Noel, até eu tenho senso de humor algumas vezes. Ao sair do quarto, vejo a árvore de cinco metros iluminada e enfeites dos mais brilhosos. Em sua base, há incontáveis presentes. 

- Alfred, por que tantos presentes? 

-Ora, Bruce. Já se passaram seis anos, lembra? A Liga da Justiça cresceu muito e constituiu uma bela família, além dos adolescentes. Só dos seus adotados, lota o primeiro andar. 

Sorrio para ele. Realmente não havia pensado em quantas pessoas poderiam estar ali hoje. 

- Quantas pessoas vêm hoje? 

- São trinta confirmadas, Senhor. Mas, sempre há esperanças para ser trinta e uma. 

Olho para ele novamente, Alfred sempre espera que ela venha, mesmo depois de tantos anos. 

- Ela não vêm. 

- Se ela vier, o presente está em seu guarda roupa, como todos os anos. 

Quando Diana se foi, fui até uma loja e comprei um presente. Não sei quando ou se retornaria, pois ninguém da Liga tinha noticias, mas o tempo estava passando e já não sou mais um garoto para namorar uma semideusa. 

Vi as pessoas trabalhando na cozinha, os músicos da orquestra, os serventes e que trabalhariam no estacionamento. 

-Alfred, todas essas pessoas vão trabalhar no natal? 

- Claro, Senhor. Estamos pagando muito à mais para isso. 

- Chame a família deles, coloque uma mesa no salão ao lado. Eles precisam passar o natal com a família e não trabalhando. Há comida para todos? 

- Claro, fizemos com muita fartura. O senhor sabe como heróis comem exageradamente, principalmente o Sr. Allen. 

- Certo. Mande buscarem a família de todos eles e dê um bônus de cinquenta por cento como presente de natal. 

- Sim, patrão. Vou agora avisar aos outros. 



Ao dar nove horas da noite, os convidados começaram a chegar e trazendo suas famílias. Clark e Louis com uma barriga crescendo, Barry e sua esposa, Lanterna Verde e Mulher gavião, Canário Negro e Arqueiro Verde. Dick chegou com Bárbara Gordon e percebi que talvez houvesse algo entre eles... assim como seus novos amigos titãs. As famílias que chamei também começaram a chegar e se dirigir para o salão ao lado, tão bem decorado quanto o que estávamos. As bebidas foram servidas e conversamos, rimos, agradecemos como uma grande família. Houve a troca de presentes e brincadeiras de adivinhação em grupos. Ao final da noite, todos subiram para os quartos reservados e fui até a varanda com uma taça de champanhe. A noite estava fresca e a lua iluminava o quintal. 

Ouço um som discreto, mas quando me viro é tarde demais. Porque lá está ela, linda como 6 anos atrás, não existe tempo para ela, mal deve saber o que significa envelhecer. Seu vestido é vermelho e justo, indo até os joelhos com uma fenda. Um cinto dourado fazendo combinação com o colar, há abertura no meio dos seios e suas costas estão à mostra. Os cabelos estão presos em um coque, mas a elegância é toda sua, seria deslumbrante até de pantufas. 

- Vermelho sempre foi sua cor. 

- E preto a sua, mas pelo visto, você mudou seus gostos. - Ela sorri para a gravata e sinto minhas pernas balançarem, como senti falta daquele sorriso. - Desculpe pela demora, passou muito mais tempo do que estava preparada. Quis chegar para a comemoração anual, mas acho que cheguei atrasada. 

- Você chegou no momento perfeito. 

Me aproximo dela, acariciando seus ombros e fecho os olhos. O cheiro tão característico, ela não mudou nada, como se estivesse congelada todo esse tempo. Encosto minha cabeça em sua testa e nossos narizes se tocam. 

- Você vai ficar?

- Você quer que eu fique? 

Encosto meu lábio no seu e o sabor é doce, como senti falta disso. 

- Diana... antes...

- Sim! - Ela se afasta e coloca um braço à frente, há uma pequena caixa - Feliz Natal! Sei que nessa comemoração se comemora com presentes, mesmo que não seja aniversário. 

Abro a caixa e há um vidro pequeno, o líquido azul cintilante. 

-Hãm... Obrigado. É uma poção do amor ou algo assim? 

- Não, poções do amor são ilegais e somente Afrodite faria algo assim, na verdade, temos muito dela em Themyscira. É um liquido de imortais. 

-Diana, eu não sou imortal. 

-Eu sei, mas pode ser se quiser. Se um dia resolver que quer aproveitar muitos dias comigo, mas... não precisa ser agora e se esse dia nunca chegar, tudo bem. 

Não acredito no que estou ouvindo ou vendo, espero que ela comece a rir e diga que é apenas uma brincadeira, que aquele líquido azul é só uma água que cura, poção mágica que me faça esquecer os traumas, quem sabe até me rejuvenescer alguns anos.  Mas, sei que não é, porque ela não sorri e agora parece se sentir culpada por sequer ter sugerido isso. 

-Bruce, desculpe, eu fui egoísta...

- Não se desculpe, nós podemos pensar nisso mais tarde. Agora, chegou minha vez. 

Vou até o guarda roupa, retiro o pacote simples do fundo do armário, ainda intacto e entrego à ela. 

DIANA

A caixa é pequena, quase do mesmo tamanho da que entreguei à ele a poção esperando ser um ótimo presente, mas acho que não sou boa com isso. Desembrulho com cuidado e olho o delicado anel ali, uma pedra vermelha no topo, mas que devia valer mais do que imagino. Olho para Bruce prestes a agradecer e ele diz: 

- A cor combina com você. Sei que ainda não se acostumou muito com as demonstrações estranhas que temos aqui, mas esse anel é simbólico. Ele tem o mesmo simbolismo da poção que me ofereceu, ficarmos juntos até o fim. 

- Você quer se unir à mim? 

- Bom, é. Casar, eu diria. 

Bruce se ajoelha e tira o anel da caixa, pega minha mão e coloca o anel no dedo anelar. 

- Diana Prince, filha de Zeus e Hipólita, semideusa, aceita casar com um humano mortal? 

Me ajoelho junto à ele. 

- Serei sempre sua. 

Nossos lábios se encontram de novo, logo nossas roupas estão no chão e consigo ama-lo como jamais consegui antes. Não importa se vai durar poucos ou milhares de anos, meu coração sempre será dele. 

Wonder love - A história nunca contada.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora