24| I Promise

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Pra melhor apreciação, leia com o fundo negro.

1842
Inicio do século XIX

Bill

Sabe quando nos sobe a sensação de que tudo desmoronou de uma só vez? Quando parece que a decisão da nossa vida não cabe a nós mesmos e tudo parece fora do nosso alcance, do nosso controle... foi o que eu senti.
Senti como se algo tivesse sido tirado de mim sem eu poder dizer ou fazer nada. Como se alguém tivesse me tomado algo e eu simplesmente tivesse que observar ir embora por que não há o que eu possa fazer para lutar para tomar de volta. Senti como se minhas forças não fossem o suficiente.
Elizabeth dormia em meus braços, por mais que a situação trouxesse tamanho peso, sua expressão era serena, como se estivesse em paz... Diferente de mim. Nesse instante meu corpo está lidando com um turbilhão de emoções que não reconheço. Meu peito esta apertado, parece que alguém o está esmagando com as próprias mãos.
Seria isso um castigo de Deus por tudo o que fiz? Até poderia ser, mas o amargor em minha boca agora me remete que o que estou sentindo é um tremendo desgosto, isso está sendo o maior obscurecimento do meu espirito e isso não é um castigo divino.

Então, que se foda Deus.

Pensei, observando Elizabeth.
Segurei suas mãos, observando a delicadeza de seus dedos, suas pontas estavam escuras e suas unhas amolecidas. Ela é linda, mesmo nessa situação tão deplorável que a assola, ela continua angelical, um perfeito retrato de um anjo. Toquei suas bochechas avermelhadas pela febre e no mesmo instante, senti algo pingar sobre meu braço, desviei meu foco e não me surpreendi ao ver o seu sangue, tão vermelho e espeço, escorrer de uma de suas orelhas.
Fechei meus olhos os apertando e me levantei do sofá com ela em meus braços, levando-a para os meus aposentos, ela ficará lá a partir de hoje.

{...}

- O que vai acontecer com ela?

Eu fui contra todos os meus princípios, trouxe alguém de fora, um médico de Londres, um renomado médico que, segundo os jornais, tem estudado e tem tido bons resultados a respeito da Cólera, e isso é um ato muito marcante. John Snow.

- O que acaba acontecendo com todos...

- E o que isso significa?

Ele suspirou.

- Bill, sua noiva possui uma doença que não depende mim, não depende da medicina, da ciência... depende somente dela, da capacidade de seu próprio corpo combate-la e expulsa-la. Se ela não conseguir, ela irá desfalecer como tem acontecido com metade da população da Europa... eu sinto muito mas, eu não criaria grandes expectativas.

Apertei minhas mãos, estalando meus dedos e aproximei-me da cama, onde Elizabeth repousava e ele, ao seu lado, a examinava.

- Olha, senhor Bill, os sintomas da peste surgem cerca de 2 a 6 dias após a picada da pulga infectada ou após o contato com pessoas que tenham contraído a doença, as vezes isso leva mais tempo, vai de organismo para organismo, pode ser muito discreto e não deixar nenhuma marca perceptível. Os pacientes costumam desenvolver um quadro súbito de febre alta, calafrios, dor de cabeça, dor pelo corpo, fraqueza, prostração, sangramentos e perda de apetite. São os sintomas mais comuns e isso pode durar de 5 á 7 dias, vai depender de como o corpo dela reagirá a doença. Eu virei a cada dois dias para ver a progressão.

- E o que eu faço durante esse período?

Ele afastou-se de Elizabeth, observando-a sobre a cama.

- O senhor espera.

- O que? O que eu devo esperar?

- O pior, senhor Bill.

Naquele instante, todos os meus ossos serraram e no seguinte, eu já estava o segurando contra a parede, o forçando contra ela.

+16 | CASO N° 44 | Bill Skarsgård - Dark RomanceWhere stories live. Discover now