Capítulo 36

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Havia uma dor física palpitando em conjunto com as batidas frenéticas no peito de Harry. Ele era competente para perceber a gota de suor gélida, que escorria pela base de sua coluna e seus olhos lacrimejados embaçaram, dificultando a visão.

Havia um bolo em sua garganta, ou um vazio, ele não saberia dizer.

A tremedeira de sua corpulência não era sequer notada. Todavia, ao que a figura do homem virou-se e ele se deparou com sua frente, Harry jurou que fosse desmaiar.

Os olhos do homem arregalaram-se, chocados.

Styles segurou no braço de Louis, numa ação automática ou de fato não se manteria de pé com o quão trêmulo situava-se.

Uma parte de seu cérebro afirmava ser miragem, uma possível ilusão e descuido de uma saudade inexplicável.

Mas a outra, estava em êxtase, com seu subconsciente gritando o que Harry não queria acreditar.

Foram questões de ínfimos segundos que pareceram passar um bilhão de anos, o instante em que Harry sentiu-se colidir contra o seu corpo macio, e igualmente, trêmulo.

Ele inalou seu cheiro num gesto imperceptivelmente rastreador.

Era Nalu.

Uma série de respingos foram sentidos despencando em seu pescoço, seguido de fungadas e Harry assegurou-se mais no corpo dele, partilhando do choro e inconscientemente da tremedeira involuntária.

— Por que você me deixou, pai?

Sem medir as palavras, elas foram cuspidas da boca de Harry, antes que ele fosse capaz de enterra-las.

Ele vislumbrou os olhos verdes de Nalu marejarem novamente.

— E-eu nunca te deixei, meu filho. — Nalu gaguejou, perdido, aparentando assustado com os falares de Harry.

Louis havia saído cautelosamente dali, e Styles percebeu, embora se sentisse incompetente para fazer algo quanto a isso naquele momento.

Já havia se passado mais de uma década.

Não podia ser.

Harry se afastou, aturdido, olhando-o quase como se não o conhecesse.

As marcas da velhice ascendendo apropriavam-se dos traços de seu rosto, seu cabelo estava comprido, mas o torso delineado e os olhos verdes gentis semelhavam o mesmo.

Sem contar que Nalu carregava aquele colar em seu peito, o símbolo dos Irons qual Harry também tinha um igual. E desta forma, quebrava qualquer mísera dúvida de que fosse realmente ele em pele.

— Onde você estava, pai? — Ele murmurou baixo entre o choro, destruído. — Em todos esses anos, eu estive te esperando...

Nalu carregava um semblante de extrema mágoa e Harry, se sentiu parcialmente culpado por acusá-lo indiretamente de estar tão perto e tão longe, por todo aquele tempo, sem sequer dá-lo a chance de se explicar.

Mas havia como explicar aquilo?

— Nós podemos... — Seu pai engoliu em seco, respirando fundo com as mãos segurando nas de seu filho, ainda trêmulas. — Conversar?

latente de verão Where stories live. Discover now