Capítulo 32

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Na manhã do dia seguinte, Harry acordou determinado a conversar com sua avó.

Ele não havia dormido bem, era raro isso acontecer por lá, ora que sua mente ficava tão desacelerada e raramente ansiosa, logo o sono costumava chegar de maneira natural e espontânea.

Em sua frente, Marilene parecia inquieta, sentada na rede ao lado do cacheado após o mesmo questionar se poderiam conversar.

Ela não sustentava o olhar e desviava-o a todo instante, demonstrando seu nervosismo evidente como se ela soubesse que em algum ponto, Harry fosse a encurralar sobre o que estava havendo.

— Vó, eu... tenho te achado tão distante. — Confessou Harry, sendo cauteloso em sua voz e escolhendo com cuidado suas palavras. — E notei algumas atitudes suas fora do que estava habituado ver.

Ele suspirou, ela também.

— Você tem pouco se importando com a sua aparência, por exemplo, e antes adorava se maquiar, fazer a unha, o cabelo... tinha uma vaidade de se admirar.

Uma arfada pesada esvaiu-se de Marilene e Harry segurou gentilmente em sua mão ao ver sua postura caída.

— Porém, isso mudou drasticamente, além de você também estar se afastando. Eu não quero isso para nós, vó, queria saber o que está acontecendo, queria poder de alguma forma, te ajudar...

O silêncio pesou a seguir.

Harry jamais iria força-la a conversar com si e por isso, a deu tempo, aguardando-a calado.

— Eu conheci uma moça. — Marilene proferiu, após um tempo. — Eu... na verdade, fiquei interessada em conhecê-la.

O quê de interrogação cresceu no rosto de Styles, levemente receoso do rumo qual suas palavras iriam ter.

— Já sai com bastantes pessoas dessa Ilha, admito, mas... tudo mudou em mim quando percebi que queria ir além com ela. — Suspirou. — A queria nos nossos cafés de todas as manhãs, a queria dormindo ao meu lado e percebi que secretamente estava desejando que ela me escolhesse para passar o resto da vida com ela também.

O cacheado engoliu em seco, silenciosamente derretendo-se por dentro pela maneira tão genuína que Marilene divagava sobre a moça que ele apostava ser a ruiva da fila do sorvete.

— Mas eu... eu me afastei. — Ela abaixou a cabeça. — Fiquei com medo, fui covarde, eu sei. Nesse meio tempo percebi que talvez eu não tenha mais idade pra me apaixonar, já estou velha e chata, demorei muito pra me permitir ter um amor de verdade depois do seu avô e agora já é tarde.

A mão de Marilene sobra a sua tremia brandamente e em seus olhos verdes haviam lágrimas grossas.

Harry estava despedaçado por vê-la assim.

— Mas o amor não tem idade. — Harry proferiu com convicção e ela o encarou, abalada. — Nós somos humanos e somos destinados a nos apaixonarmos. E eu não acredito que o amor tenha que chegar mais cedo ou tarde. Marilene, o amor é pontual, ele chega sempre na hora certa, independente da hora que for.

Uma lágrima percorreu o rosto dela lentamente, ele sentiu sua mão ser apertada com força e algo no olhar de sua avó, dizia-o que suas palavras haviam impactado-a intensamente.

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