Lewis

14

Quando cheguei em casa era uma e dez da manhã, mandei uma mensagem para laura.
tomei uma ducha, sentei na minha cama e comecei a assistir alguns episódios de good girls enquanto comia uma caixa de chocolate, era isso que fazia quando não conseguia dormir.
capotei depois de algumas horas.
acordei as dez e trinta da manhã, e me sentia exausta, e com muito dor de cabeça.
não queria ir para escola, mas era melhor do que ficar andando pela casa o resto do dia sem fazer nada.

Passei a manhã pensando naquela festa, e de eu ter indo com duas intenções e não ter feito nem uma: beber e beijar garotos.
lembrei da briga de bryan com isaac.
isaac não parecia ser babaca daquele jeito, talvez não fosse realmente intenção dele, e fosse só a bebida.
lembrei também de michael, e do papo estranho dele, bryan e isaac.
Erick... silent... o que aquilo significava? lembrei do dia em que cassandra disse que bryan andava com delinquentes, será que era sobre isso?

Cheguei na escola mais cedo que o normal, a sala estava vazia, aproveitei e coloquei os fones ligando minha playlist no modo aleatório enquanto fazia alguns desenhos no meu caderno.
alguns minutos depois percebi que o sinal já havia tocado quando vi os alunos começando a entrar na sala
não queria olhar para porta por que estava com medo de ver bryan chegando.
vi alguém se aproximando da minha mesa e não conseguir evitar não olhar, mas para minha felicidade era apenas Raquel, uma garota que sempre sentava atrás de mim durante a aula de filosofia.
suspirei de alívio mas olhei para porta bem nessa hora, quando bryan entrou com o braço no ombro de uma garota com o cabelo de trança cujo não sabia o nome, ela sempre sentava do outro lado da sala.
ela sorria enquanto tagarelava algo para ele.
seus olhos verdes encontraram os meus e deixei transparecer a minha raiva em um único olhar, ele percebeu, porém seu rosto estava neutro.
não sei se ele estava fazendo aquilo de propósito, mas eu tinha certeza que sim, ele tentou transar comigo na última noite e agora me aparece com uma garota demonstrando muita intimidade.

baixei a cabeça e pude ver ele dando um beijo nela e caminhando para fileira próxima a qual eu estava.
eu conseguia sentir seus olhos em mim durante um bom tempo.
depois de alguns minutos de aula ele resolveu se levantar para ir até o banheiro, foi o que ele disse para a professora, ou ele só estava ensaiando um início de uma briga perfeita.
quando passou pela minha carteira derrubou meus livros e pisou em um dos meus trabalhos, isso foi de propósito, e era extremamente infantil.

- qual a porra do seu problema? você é cego ou o que?

- foi mal docinho de café, foi sem querer eu juro.

- sem querer nada, seu pedaço de lixo.

- a culpa foi sua, quem manda ser desorganizada - ele disse rindo.

quando me abaixei para pegar ele fingiu ir me ajudar, enquanto pisava no resto dos meu papéis, estragando por completo meu trabalho de química que entregaria na próxima aula.

- acho que estraguei seu trabalho.

não conseguir me segurar e partir para cima dele dando um belo soco no rosto, o que o fez virar o rosto, mas ele segurou minhas mãos bloqueando meus próximos ataques.

- você está agindo feito uma vadia surtada - ele gritou

- vadia é sua mãe

- já chega, os dois para fora da minha sala - gritou a professora
- A.G.O.R.A

nunca fui expulsa de nenhuma aula,e a primeira vez tinha que ser logo por isso?

recolhi meus papéis e peguei minha mochila e sai da sala, passei pela porta sentindo o olhar de todos nas minhas costas.
logo atrás veio bryan.

a professora bateu a porta e caminhei pelo corredor vazio e me encostei na parede e fui encurralada por bryan que colocou cada uma de suas mão ao lado de minha cabeça.

- a minha mãe morreu a muito tempo, você sabe, respeite a memória dela e não a chame de vadia.

- e você me respeitou? você me chamou de vadia primeiro. agora saia de perto de mim ou irei chutar os seus três centímetros.

isso foi como a pior das ofensas para ele, e ficou estampado em seu rosto.

- o que? hahaha muito engraçado, pode acrescentar uns dezessete centímetros a mais docinho de café

ele acabou de dizer que tinha vinte centímetros? não sei por que mas senti uma enorme vergonha.

- seu sonho, os meninos dizem isso para se sentirem melhores.

- quer tirar a dúvida? sinta você mesma pode por a mão, ou se preferir eu te mostro no banheiro.

- vá se ferrar, para de ser nojento.

ele riu e tirou as mãos da parede quando me viu corar.

- olha nessa...não sei se é uma boa hora, mas desculpa por ontem a noite.

- por que está me pedindo desculpa? é por ter tentando algo ontem e hoje aparecer com outra garota? tá arrependido?

- foi imaturo eu sei.

ainda bem que ele sabia.

o sinal tocou e a porta da sala foi aberta, os alunos começaram a sair e a professora veio em nossa direção, se eu levasse uma suspensão por algo tão bobo assim, minha mãe me mataria, ou talvez não... desde que reencontrei com bryan ainda não contei isso para ela, e muito menos que estava trabalhando na casa dele cuidando de seu irmão mais novo.