Lewis

3

Acordei com o despertador estralando até minha alma.
meu coração estava acelerado, mas não era pelo volume do despertador, mas sim pelo pesadelo que tive.

Acabei pegando no sono depois da escola.

ainda me sentia morfinada, e ainda consigo ouvir aquela voz, a voz que tentava quebrar meu mundo em pedaços.
não importa o tempo, sempre me lembraria daquele final de tarde de quando ainda tinha cinco anos e morava naquele trailer maldito.

não sei onde o irmão do meu pai está, mas é melhor não saber.
eu sinto tanta raiva.
só espero que ele esteja tendo uma vida miserável, tão miserável quanto ele
quero que seja até o dia de sua morte.

talvez ele tenha morrido, mas ele não séria punido o suficiente.
se eu soubesse que sua morte foi tão horrivel e cruel, eu ficaria um pouco satisfeita.

*************

como estudo de tarde, não tenho muito o que fazer pela manhã, além do meu dever de casa e algumas coisas domésticas.
eu precisava de um estágio de meio período, mas não encontrei nenhuma vaga até então.

eu só precisava de algo, me ocupar, e ter planos para o futuro.

fiz a inscrição em um site de vagas empregos, que me avisará sobre alguma vaga que surgir.

Quando cheguei na escola, o sinal já havia tocado, ainda não conseguia entender como eu chegava atrasada mesmo sem fazer nada pela manhã.

passei para pegar uns livros no meu armário, e estava com as mãos lotadas, nem conseguia ver os meus pés.
em um giro rápido me bati em alguém, mas me equilíbrei e não derrubei nada.

- desculpa! - pedir ainda tentando manter o equilíbrio.

-tudo bem - respondeu ele.
era bryan.

olhei pra ele e ele estava apertando os lábios em um sorriso malicioso, como se tivesse tombado em mim de propósito.

- qual aula tem agora? - pergunta ele.

- química.

- porque tantos livros? são das aulas do dia?

- sim.
eu já estava ficando desconfortavel com a maneira que ele me olhava.

sentei na frente hoje, eu não sei por que fiz isso, sentia muita saudades de bryan, e sim, queria conversar com ele.
mas era estranho depois de tantos anos.

o mais estranho nesse meu último ano, era que eu não tinha mais amigos, todos eles saíram, foram terminar em outro lugar, era como se estivessem fugindo desse lugar, não julgo, eu ia fazer o mesmo, mas minha mãe não colaborou.

depois do nosso encontro no corredor, não troquei uma única palavra com bryan. Quando as aulas acabaram, vi como ele andou rapidamente até a porta, como da última vez.

quando sai da escola, e ainda estava no estacionamento, andando em passos de lesma, para o ponto de ônibus.
ouvir um roncar ensurdecedor, e depois passou por mim me fazendo tremer e fazer o meu cabelo voar com brisa laçada por aquele monstro de duas rodas.

ele estava de capacete, mas eu reconheci seu deboche sem olhar diretamente para o seu rosto.
ele virou para mim como se também tivesse feito isso de propósito.
É CLARO QUE ELE FEZ!

bryan arrastou tão rápido, ele parecia uma águia sobre rodas.
ele dirigia uma hayabusa preta.
Eu não iria mentir, realmente, esse bryan não é mais o bryan que eu conheci, mais um motivo para não me aproximar dele. E a outra coisa, é que, ele fica extremamente sexy pilotando moto.
talvez eu estivesse falando isso porque não era qualquer moto, mas não era isso... não era qualquer pessoa...era bryan.