Ep. 18 - Doces Nadas

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GENTE TODO MUNDO QUE LÊ A FIC É ESCORPIANO EU AMO! hoje tô postando em homenagem a minha querida amiga neyle que fez aniversário ontem!!!! todo mundo dando parabéns aqui nos comentários pra espalhar amor pra essa luz linda que ela é. feliz aniversário amiga, tudo de bom pra você! desculpa só postar hoje, eu tentei! mas espero que goste ♥️
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Anita foi sentindo o corpo despertar, recobrando os sentidos. O ar novo da manhã adentrou novamente suas narinas, mas dessa vez, vinha acompanhada do cheiro de Verônica; novamente os olhos procuraram se acostumar com a luz do dia, mas dessa vez, foi o rosto da escrivã que encontraram. Novamente a delegada acordava ao lado de Verônica, mas dessa vez, era um clima totalmente diferente.

Elas estavam abraçadas, a escrivã dormindo sobre o peito da delegada, o braço por cima de sua cintura. Anita se pegou observando os detalhes do rosto de Verônica, perdida na visão da mulher dormindo ao seu lado.

Adormecida, a escrivã tinha uma expressão de paz em seu rosto, como se nada pudesse abalar essa sua tranquilidade. Anita se percebeu com medo de ver essa paz sumindo. Se pegou com uma vontade, uma necessidade de manter aquela paz. Não aguentava mais a possibilidade de Verônica estar em situação de desespero novamente.

Anita percebeu que criara um senso de proteção para com Verônica - algo que sempre vira na escrivã para com outras pessoas, mas nunca conseguiu entender. Agora, ela entendia. Entendia o que era ser capaz de fazer qualquer coisa para manter o bem estar de outra pessoa. Talvez por tudo que Verônica fez por ela durante esse tempo; talvez por ver tudo que ela passou e o quanto apanhou; talvez pelos filhos de Verônica; talvez pela pessoa que conheceu nessas semanas juntas. Não sabia. Só sabia que não queria que nada acontecesse com ela.

A escrivã foi acordando aos poucos, respirando fundo e abrindo os olhos gradualmente. Se espreguiçou e encontrou uma Anita olhando para ela com um olhar terno. Verônica sorriu.

- Se perdeu no meu rosto, Anita?

A delegada revirou os olhos com tanta força que quase viu o fundo de seu crânio.

- Eu não suporto você, sério mesmo. - Reclamou Anita, e a escrivã riu em resposta.

- Vai, tava me encarando por quê? - Verônica insistiu em saber.

- Tava anotando mentalmente todos os defeitos que você tem pra depois jogar na sua cara.

- Ah, é? - Verônica ajeitou a postura, colocando o queixo sobre o peito de Anita para olhar melhor para ela - E quais são, então?

A delegada suspirou, impaciente, revirando novamente os olhos antes de cravá-los de volta na escrivã. Sua expressão mudou, suavizando-se de uma de impaciência até uma de seriedade, os olhos passeando entre os detalhes do rosto de Verônica.

- Nenhum. - Respondeu Anita, por fim - Não consegui achar absolutamente nenhum. 

A escrivã sorriu, um sorriso sem dentes e cheio de ternura. Ergueu o queixo e encostou os lábios nos de Anita, uma sensação que para ela lhe era tão nova mas tão familiar ao mesmo tempo. Beijar Anita não era algo com o qual estava acostumada, de maneira nenhuma, mas a boca da delegada já era o mesmo que sua casa.

- Vai, coloca uma roupa. - Disse Anita; Verônica roubou mais alguns selinhos enquanto ela falava, e a delegada sorriu - Vamos fazer alguma coisa pra gente comer.

- Ah, não. - Reclamou a escrivã, deitando de costas, o peito virado para o teto, saindo de cima de Anita - Tô sem fome.

- Nem venha com essa, Verônica. - Repreendeu a delegada, com o tom firme - Você tá sem comer direito, ontem nem café tomou. Vai, se ajeita pra se alimentar, que eu não tô com paciência pra ficar brincando, não.

FaíscasWhere stories live. Discover now