02- Expulsa...de novo!!!

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Abbye:

Óbvio que eu e a diretora tivemos uma conversinha bem desagradável. Óbvio que fui obrigada a me desculpar com Jonhy Williams pela maior(e merecida!) surra que já levou na vida. Óbvio que minha mãe foi chamada. E ÓBVIO...eu fui expulsa.

Carol:- Já é a quarta vez desde que eu me casei Abbye Smith Sunshine!!

Abbye: - Já pedi que não me chame assim.

Carol: - Isso não vem ao caso!!! O que eu vou fazer com você?- essa é a pergunta retórica que minha mãe costuma fazer toda vez que sou expulsa de um novo colégio.

Eu sou um caso perdido. Só dou dor de cabeça pra minha mãe e isso dói, pois a amo de mais.

Seguimos em silêncio até em casa, onde, assim que entrei, Angus ergueu os olhos do jornal pra me encarar e as gêmeas do desenho que faziam na mesa.

O olhar de Angus dizia algo mais ou menos assim: "pare de se meter em confusão, fique em um dos colégios que te colocamos e me deixe viver em paz com MINHA mulher e MINHAS filhas na MINHA casa, como uma família normal e não com uma garota problemática!!!". Idiota.

Angus: - Eu disse que deveriamos colocá-la em uma academia militar. Assim ela terá um pouco da disciplina que não recebeu do pai.- ele resmungou.

Me segurei pra não dizer: "cale a boca seu grande idiota" e dar a segunda surra do dia. Por que todos insistiam em me encher por causa do meu pai?! Que culpa eu tenho se ele não me quis?!

Carol: - Angus, ninguém aqui vai para nenhuma academia militar. Meninas, por que vocês não vão brincar lá quarto? E Abbye, você também pode ir pra lá, por favor. Eu vou ligar para alguém que me deve um favor.

Fiz como mamãe pediu e me dirigi ao meu quarto. Ao entrar no cômodo, deitei-me na cama e comecei a pensar no por quê ser tão agitada, respondona e agressiva.

Pensei, pensei e pensei, mas não cheguei a nenhuma conclusão. Então, fiz a melhor coisa que poderia fazer naquele momento: dormir. Me virei e, em poucos instantes, mergulhei no sono.

E tive um sonho estranho. Uma voz me dizia que eu era muito especial e não se referia aos meus problemas de concentração, comportamento e nem a minha dislexia. Se referia a um poder, algo muito forte que eu tinha. Algo que corria no meu sangue. Disse que haviam outros como eu. Então eu estava em um tipo acampamento esquisito, onde todos pareciam como eu: adolescentes, aparentemente normais, mas algo em seus rostos os assemelhava a mim. Não sei dizer se o olhar de quem teve todo tipo de problemas ou os traços de vidas confusas e complicadas, implícitos em suas faces. Sei que, por um instante, quis conhecê-los. Sentir que haviam mais pessoas como eu.

Então o sonho apagou e vi minha mãe sentada na beira da cama. Parecia pensar em algo muito importante, mas no que será?

A Filha do Sol🔆Where stories live. Discover now