loved by you

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notes.

a história acabou no capítulo anterior, e a graça era justamente essa, ter um fim sem um "fim", e a ambiguidade do que poderia ter acontecido depois que a bella e a s/n atravessaram o mar, mas eu estava revisitando essa história e vi alguns comentários de pessoas meio que pedindo um "próximo capítulo", e ele não deveria existir... mas eu tinha isso guardado e pensei "por que não publicar?". Acho ainda que a graça da história é ter acabado como acabou, mas de qualquer modo, aqui está! algumas explicações.


◼◼◼


Eu me apresso na rua e subo as escadas do flat que aluguei na semana anterior, na direção da porta frontal, cantarolando uma batida aleatória, iluminando o espaço com o cigarro aceso.

Eu abro a porta do flat, e fico surpresa ao ver Bella na nossa nova cama, sonolenta, mas ainda acordada. 

O espaço não é o maior de todos. É como um estúdio, tudo em conceito aberto, com o que seria o quarto logo ao centro, as coisas ainda parecem meio bagunçadas, mas é certo que vão se ajeitar com o tempo. Não temos tanto ainda porque ainda precisamos comprar muita coisa, mas o importante está aqui. Meu piano velho, que consegui em uma venda de garagem há cinco anos atrás, logo quando chegamos em Londres, serve como a cabeceira da cama, mesmo que agora eu tenha outro, novo e talvez mais bonito, esse é importante e cheio de significado. Minhas caixas de discos servem de apoio para outros objetos, enquanto nosso sofá é a coisa mais cara que compramos até agora. Um estofado branco, e confortável, que nos custou algumas boas libras, mas que definitivamente não fizeram falta.

Estranho pensar que estamos nesse momento. 

Deixar Dublin foi maluquice, e eu vejo o quão impensado foi tudo aquilo, mas é difícil me arrepender olhando para o momento atual.

Bella conseguiu a chance que tanto queria, e agora tem um contrato com a IMG Models, enquanto eu tenho um contrato com a Columbia Records, mas minhas músicas são publicadas pela Cerise Records, a minha gravadora. Ela foi fundada com a minha carreira solo, há três anos atrás. É uma gravadora independente, mas tem a Columbia Records como parceira. Os álbuns creditados na Cerise são apenas os meus. Os direitos autorais de todos meus trabalhos me pertencem e assim eu consigo ter poder sobre minha música, álbuns, uso dos direitos, e todo o conteúdo. É minha maneira de me manter segura, e admito, só segui por esse caminho porque Jesse me ajudou.

Claro, Jesse.

Ele atravessou o mar em direção a Londres poucos meses depois que Bella e eu fizemos a mesma coisa. Ele não disse nada, apenas o fez, e isso colocou nossos pais em um estado confuso, claro, sem ideia do que estava acontecendo. Nós apenas cortamos o contato, e sendo honesta, eles provavelmente apenas souberam que estamos onde estamos quando meu primeiro álbum estava prestes a sair, a minha foto nas capas de algumas revistas talvez tenha entregado isso. Se eu me arrependo? Definitivamente não. Eles não estavam prontos para serem pais, por mais que eu quisesse acreditar no contrário a isso, mas no fim Jesse estava certo.

Ele sempre esteve.

No início de tudo, meu irmão ficou no apartamento alugado em que estávamos, mas eventualmente se mudou quando achou um lugar legal em Knightsbridge. Nos primeiros meses ele trabalhava em um pequeno café, perto de onde morava, mas nas horas vagas nos dedicávamos as músicas, isso eventualmente nos levou a algum lugar. Com meu contrato, Jesse me seguiu, me ajudando nas letras e saindo comigo nas turnês que fizemos.

Os meninos, a antiga formação da New Estate, bem, cada um seguiu sua vida, e eu incorporei o nome ao meu projeto artístico. Não foi por falta de tentativa que a formação original não se juntou, eu fiz o que pude, e tentei de tudo, mas acho que cada um tinha uma ideia diferente do que queria para vida. Eles ainda vivem na Irlanda.

— Bells! Ainda na cama? Perfeito — eu tiro meu casaco, chuto meus sapatos para algum canto, e então apago o cigarro no cinzeiro na mesinha de centro, e sigo na direção de Bella.

— Eu detesto que você tenha começado a fumar com mais frequência — ela diz.

— Eu deveria parar, mas minha voz tem ficado estranhamente melhor.

— A sua voz já era muito boa — Bella diz — E eu preciso me levantar.

— Não — eu a paro antes que ela possa fazer qualquer coisa, me deito ao seu lado e a puxo para mim, fazendo ela ficar por cima — A nova regra para nossa nova vida juntas: temos que fazer amor pelo menos quatro vezes ao dia, claro, se quisermos, e esse número pode ser alterado, mas eu duvido que você vá querer alterar, hm? 

— Provavelmente não — ela sorri — Eu acho uma ótima ideia — Bella ri enquanto eu faço cócegas nela por um momento e então a beijo.

Nos separamos por um segundo, eu foco o olhar nos de Bella, e sem que perceba acaba falando:

— Eu tenho que te dar uma coisa.

— Que coisa? — ela pergunta, e eu não respondo diretamente. Com cuidado eu me levanto, a deixando na cama e vou até meu casaco apoiado no cabideiro, tirando do bolso lateral a pequena caixinha, que tenho carregado já a alguns dias.

— O que é isso? — Bella pergunta quando eu me sento de frente para ela e estendo a pequena caixinha.

— Vá em frente, abra! — eu digo, e assim ela o faz.

Ela abre a caixa e dentro dela há esse pequeno anel, não é nada espalhafatoso. É delicado, como Bella.

— Oh não...

— Bem...? — eu a encaro, esperando uma resposta.

— Qual mão? — ela pergunta.

— Mão esquerda, quarto dedo — eu respondo e assim ela faz, e por um momento meu coração para — É a sua vez de dizer algo.

— Sim. Claro que sim — ela me beija.

— Tudo bem, então. Não é? — eu pergunto quando nos afastamos, ela acena com a cabeça, comovida, olhando para o novo anel, e eu apenas a observo.

Porque não existe imagem mais bonita que essa.

New Estate • Bella HadidOnde as histórias ganham vida. Descobre agora