Uma nova ameaça

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O silêncio reinou por um bom tempo ali, Jane olhava para Ally com o semblante incrédulo, não conseguia digerir aquelas palavras, e nem mesmo acreditar naquilo.
Sua única reação foi rir, ela não tinha o que falar ou alguma ação naquele momento.

— Isso é loucura, fui criada por pais normais que não eram bruxos!

— Talvez você esteja enganada, mas não sou eu quem possui essas informações, querida Jane. — Ally olhou para o céu notando as nuvens ficarem escuras e passarem na frente da lua. — Eu tô presa aqui...

— Então como você estava fora da floresta ? O Zumbi te viu!

— Não foi exatamente eu... – Murmurou com um sorriso meio sem graça, segurando Blob que pulou em seu colo. — Essa coisinha assumiu a minha forma, teve uma leve interferência de magia para isso.

— Quem te prendeu aqui ?

— Garota, me liberta primeiro, depois conversamos. – Respondeu impaciente por tantas perguntas. — Sabe o relógio? Preciso que você encaixe ele no círculo dentro da cabana, e depois o tire de lá.

A morena concordou e correu para dentro da cabana, se agachando e tirando o relógio do bolso, procurando o lugar onde deveria encaixa-lo.

— Bingo.

Havia um pequeno círculo com traços finos e delicados naquele desenho, deveria ser ali o local certo. Sem mais delongas, ela pôs o relógio no círculo, e nesse momento uma grande ebulição de energia se espalhou por toda a área, até o lado de fora, e somente a força daquilo fez com que Jane caísse no chão.

— Jane! Você conseguiu, eu tô livre de novo! – Ally veio correndo até a garota, e a ajudou a levantar do chão. — Tem alguém vindo...

Dito isso, Ally se escondeu de trás das árvores, e Jane bateu a poeira de sua roupa, pegando o celular que estava no chão e direcionando a luz da lanterna do celular para a trilha, por onde Valete e Zumbi percorriam.

— O que tá fazendo? – Zumbi perguntou abaixando o capuz. — Você nos preocupou, pensávamos que algo tinha te pegado!

— Eu apenas supus que ela havia se perdido, nunca confirmei a hipótese de um sequestro. – Valete interferiu na fala do amigo, que o ignorou totalmente e continuou com o drama. — Faz muito tempo que está aqui ? Viu algo suspeito ?

— Tinha uma luz vinda daqui, me aproximei inconscientemente mas não encontrei nada. – Respondeu tentando disfarçar seu nervosismo.

Ally observava de longe, e tentava sinalizar para Jane, que a olhava sem entender o porquê de tudo aquilo. A mesma apontou em direção da cabana, e Jane olhou para trás, notando que o relógio continuava lá no chão, e só então ela sentiu o desespero.

— Não tem nada que nos ajude aqui, vamos continuar andando... – Sugeriu a moça, empurrando os dois para saírem dali.

— Ainda nem olhamos direito as coisas aqui... – Valete falou mas Zumbi também começou a puxa-lo.

— Já olhamos demais, vamos embora daqui.

Zumbi continuou o puxando, e Jane voltou rapidamente até a cabana e pegou seu relógio, para então acompanhar seus colegas.

— Aqui não pega energia... pelo menos não a energia da cidade. Ela não chega até aqui. – Zumbi comentou desistindo de mexer em seu notebook.

— Hm... interessante.

— Sinto que você, Valete, tem algo em mente...

(...)

Quando Jane finalmente voltou para casa, ela se jogou na cama e respirou fundo, estava mais calma por estar em seu lar, e feliz por ter Ally perto dela novamente.

— Então, pode me explicar um pouco sobre esse lance de bruxa Ametista?

— Existe as bruxas comuns e as bruxas que são definidas por uma pedra, cor ou qualquer outra característica. Elas são as bruxas com magias únicas, que não precisam de uma fonte de poder para usar magia. – Explicou a garota, enquanto flutuava no ar. — E você é a Ametista, não me pergunte o porquê, eu simplesmente sei disso.

— Você diz não se lembrar de tudo quando era...

— Viva ? – Perguntou erguendo a sobrancelha

— Sim! Porém você parece ter muito boa memória.

— Eu não tenho todas as memórias de quando eu era viva, eu como espírito é outro papo.

— Faz sentido.

Ally riu e se encostou na cama da garota, olhando para ela com um olhar mais calmo agora, porém, parecia estar querendo falar algo, mas suas ações eram hesitantes.

— Tem pessoas chegando na cidade, pessoas daqui que trabalham fora e outras que tiveram a proeza de ir embora e continuar vivas.

—... Quem são?

— Você precisa ter cuidado com a família Lacerda, ok ? – Alice a fitou com seriedade e então continuou. — Continue investigando os outros, descubra sobre o piloto 015.

— O que ele tem a ver com isso tudo ?

— Existe alguém que vai agir conforme o jeito que receber a notícia.

—... É parente ?

— Tome cuidado, Jane. Você não é mais um fantasma para o governo.

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