Bala contra bala

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Valete e Jay permaneciam no meio da rua com as mãos pra cima, enquanto o homem falava no telefone. Jay se apoiava em um muro para permanecer de pé, pois sua perna doía muito e seu sangue estava derramando sem cessar. Ele precisava estancar aquilo.

— Aí cara... Libera o meu mano, teu problema é comigo.

— E deixar que ele crie uma confusão e avise a alguém sobre isso de agora ? Sem chance. – O homem respondeu, voltando sua atenção para o celular.

— O governo não irá ficar feliz caso perca alunos com uma média tão boa... E o Jay é um dos jogadores destaque do instituto, com ele sangrando assim... Acha mesmo que você será perdoado ? E além disso, não podemos fazer nada se tem pessoas em risco.

O atirador ficou pensativo quanto as palavras de Valete e acabou o deixando Jay livre. Valete entregou seu casaco pro amigo, para poder usa-lo no estancamento do sangue.

— Agora vamos concluir um plano de forma inteligente... – Ele sussurrou para Jay. — Diga a Stevan para sair do hospital com a Sapph, avise a todos para terem cuidado. Pense antes de agir.

— Vem logo moleque, temos compromisso na saída da cidade.

Valete então se afastou de Jay e se pôs a seguir o homem até um carro cinza. Jay os viu partir, e então olhou para o casaco do amigo e viu que o celular dele estava ali, e com alguns contatos fixados. Valete era mesmo um mestre em encobrir e agir.

Ligou para o número de Seven que não demorou a atender e parecia que estava acordando naquele instante.

— Seven, não quero te preocupar mas... Um cara abordou o Valete aqui na rua próximo do beco do bairro dele, atirou na minha perna e os dois sumiram em um carro cinza. – Jay explicava e do outro lado da linha, só podia escutar a voz de Seven nervosa. — Eu tô bem relaxa, mas você e a ruiva estão em perigo, tem gente observando vocês e estão armados. Liga pra alguém que tem carro, te vira aí, e sai desse hospital com a Sapph. Tchau.

Ele então desligou a chamada e ligou para Leslie, que não atendeu de primeira mas na segunda tentativa deu certo.

— Leslie chama a Lacerda e pega um carro emprestado dela, passa aqui no bairro do Valete perto do beco. Tô com uma bala na perna e o Valete tá com um cara armado, sendo levado só Deus sabe pra onde. Vem rápido.

Dito isso, ele desligou o celular e permaneceu quieto esperando a ajuda chegar. Seus olhos estavam bambos, talvez fosse pela fraqueza causada pela perca do sangue. Ele só precisava fechar os olhos, mas lutava contra isso, tinha medo de morrer enquanto dormia.

— Como se eu fosse morrer com um tiro na perna...

Era só dormir, era a única coisa em que ele pensava. Seus olhos se fecharam lentamente, já não conseguia aguentar.

— Jay... Jay acorda, você é pesado, me ajuda! – Era a voz de Leslie o chamando.

Jay abriu os olhos e viu Leslie ajoelhado próximo de si, tentando levantar seu grande corpo para levar até o carro que estava com as portas abertas e Lacerda no banco da frente.

— Finalmente...

Jay juntou todas suas forças e se apoiou em Leslie, que o levou até o banco de trás, e em seguida se sentou ao lado de Lacerda, que ligou o carro e deu partida.

— Pra onde nós vamos e o que diabos aconteceu aqui ? Leslie me ligou desesperado dizendo que você e o Valete estavam morrendo.

— Saída da cidade. Um cara abordou o Valete e bom, eu tava vagabundando e entrei na briga e no fim... Levei um tiro. – Resumiu o moreno, se deitando no banco e respirando fundo para não gritar de dor.

Imperfeitos Where stories live. Discover now