Erga-se, Valete - Parte I

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Após escutar a resposta de Ally, a garota se sentiu mal por ter agido de forma tão injusta com a colega Angel, sabia que precisava pedir desculpas assim que a visse.

Ally contou várias coisas sobre a linha temporal, e em como podia ser perigoso as viagens, porém, havia uma necessidade maior por trás disso tudo.

— Eu te falei do governo, não é? Eles não são pessoas com quem devemos brincar.

— Sim, eu já entendi isso... Então eu devo parar com as viagens ?

— Pelo contrário, deve continuar. Eu sei de tudo que aconteceu com cada um deste instituto, mas tem certas coisas que vão além de tudo que eu sei. – Disse Ally ao se escorar no muro. — O governo quer mais do que só educar jovens, o governo quer aumentar o poder deles e continuar espalhando seus funcionários por todo o país, até que tudo pertença a eles. Eles não poupam esforços, muitas coisas foram causadas por eles e pesaram na consciência desses pobres coitados que estudam aqui.

— Céus... Ally, seja mais direta por favor.

— Jane, não sei se você percebeu mas... Só você pode enxergar a mim. Os outros enxergam apenas se eu quiser, mas você faz isso naturalmente. – Ally sorriu, pegando nas mãos da garota. — Sou uma das bruxas que restaram depois da caçada. E tô pedindo ajuda... Por favor Jane, continue indo ao passado e evite a perca de memória dos alunos que foram afetados! Se eles lembrarem, vão encontrar a saída para fora daqui e parar com esse projeto louco.

— Não entendi, se eles quiserem fugir eles podem simplesmente sair daqui.

— Se eles são marcados pelo governo, eles podem sair, mas com a certeza de que irão voltar. – Retrucou a fitando com semblante sério. — Olha, são muitos lugares dominados por esse projeto louco, mas se esses daqui se livrarem e todo o plano vir a tona para lugares de fora, automaticamente tudo vai cair.

— Se você é uma bruxa, por que não faz isso você mesma ?

— Eu não sou poderosa, estou recuperando pequena parte dos meus poderes ainda. Acha que viver fora da minha zona de conforto e me adaptar como uma simples adolescente foi fácil? Eu nem chego a ser uma adolescente de verdade!

Jane respirou fundo notando o desespero na voz da garota, e chegando a sentir pena dela por aquilo.

— Metade desse instituto não vai alcançar o padrão deles... Da última vez o governo deu uma chance e permitiu que continuassem... Chegaram a refazer planos para esses adolescentes. Mas desta vez, eles não irão dar uma terceira chance, me entendeu ?

— E o que vai acontecer com eles ?

— O que você acha?

Um arrepio correu pela espinha da morena, que depois daquilo passou a se perguntar como sairia dali, e o que faria caso esse governo tão perigoso descobrisse que ela sabia de coisas assim. Sua real preocupação era com sua tia.

— Eu preciso ir embora...

— Não tem como fugir, Janette, só me ajude...

— Por que você está tão preocupada, se foram pessoas como nós que mataram as bruxas?

— Porque o número de bruxas que morreu, será minúsculo comparado com os inocentes que vão sofrer. – Respondeu séria. — Vai me ajudar ou não?

—... O que eu preciso fazer ?

Ally sorriu aliviada e abraçou Jane, logo recompondo a sua pose de durona. Jane parecia estar pronta para ajudar, mas por dentro continuava temendo e tentando entender como ela havia se metido em algo tão perigoso.

Imperfeitos Where stories live. Discover now