𝐍𝐀𝐊𝐄𝐃 ʳᵒˢᵃˡⁱᵉ ʰᵃˡᵉ

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟖

Ela congelou com a minha pergunta. Todo o seu corpo voltou para a posição dolorosamente reta que tinha sido antes.

Estava ficando óbvio que isso era algo que Rosalie fazia quando se sentia estressada ou em conflito.

— O que você disse? — Sua voz era baixa e eu fiquei apavorada se eu não tivesse tanta certeza de que ela não iria me machucar.

— Você se transforma em um morcego? — Eu repeti, meu tom tinha um pouco mais lisonjeiro, mas ainda consegui manter a calma.

Seu olhar endureceu e ela apertou a mandíbula.

Demorou alguns segundos antes que um sorriso encantador surgisse em seus lábios e ela mexesse o cabelo de uma maneira sedutora.

— Eu não sei do que você está falando — Ela negou, mas eu podia ver o nervosismo em seus olhos.

Eu engoli em seco. Eu queria confrontá-la, eu confiava nela para não me machucar. Afinal, ela foi meu anjo da guarda várias vezes. Mas quanto era demais para um vampiro?

— Você ou algum de seus irmãos tem asma? — Eu perguntei, tentando uma nova abordagem.

Ela franziu a testa, eu a peguei desprevenida.

— Não — Ela bufou, novamente agindo como se a mera ideia de eles serem asmáticos fosse absurda.

— Por que você tinha um inalador no seu carro? — Peguei o inalador do bolso da frente do moletom. Ela olhou para ele com tanto ódio.

— É seu — Ela mentiu.

— Eu não tinha o meu comigo, eu saí correndo ontem à noite e Charlie foi buscar o refil hoje — Eu saí pela culatra.

— Este está cheio — Eu balancei o inalador na minha mão para fazer uma observação.

Ela permaneceu em silêncio. Observando cada movimento meu.

— De onde você tirou a receita? Como você sabia qual pegar? Eu uso Fluticasona com Vilanterol, e que coincidência é essa? — Perguntei ironicamente na última parte.

Seu rosto o epítome do vazio.

— Eu comprei para você, e falsifiquei a receita para parecer que meu pai escreveu — Sua expressão estava em branco, eu olhei para ela escandalizada.

— Você pode ter tantos problemas, você está louca? — Eu a repreendi, eu sabia que de alguma forma ela tinha conseguido o inalador, mas falsificando a assinatura de seu pai, a assinatura de um médico. Isso foi um crime.

Ela revirou os olhos e se sentou do outro lado da cama na minha frente.

— Você não precisa se preocupar comigo — Ela sorriu novamente e então inclinou a cabeça...

— Para! — Eu me repreendi e olhei para o telhado, se eu deixasse ela me deslumbrar eu não teria a resposta que eu precisava.

— Você não tem um bico de viúva — Eu apontei e, em seguida, novamente silêncio. Eu finalmente reuni coragem para olhar para ela.