𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟎

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É hoje

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É hoje.

Minha primeira sessão de terapia.

Durante a semana eu tentei não pensar tanto nisso, mas foi inevitável quando eu olhei o meu mural e vi o lembrete que meu pai teve o prazer de colocar ali, com a desculpa de que eu iria esquecer - o que não é uma completa mentira - mas a verdade é que eu realmente tentei esquecer, porque talvez isso aliviasse o sentimento de medo que isso me causou, medo por estar conhecendo algo diferente, algo novo, algo nunca explorado por mim.

E por mais que seja algo bobo pra muitas pessoas ou até mesmo inútil, pra mim não, na verdade eu nunca fui boa com coisas novas, e digo isso em todos os sentidos, sempre gostei de ficar na minha zona de conforto, nunca me incomodei.

E não foi diferente quando Bella teve a ideia de vim morar com o papai para que nossa mãe pudesse ter mais momentos a sós com Phill, e assim poder aproveitar mais seu casamento sem ter que se preocupar conosco.

Mas quando bella tomou essa decisão isso me causou medo, medo de sair da minha tão aconchegante zona de conforto, mas eu tentei ver pelo lado positivo, eu iria estar com o papai depois de tanto tempo separados, pois só as ligações já não era mais o bastante.

E eu queria estar com ele.

Mas seria tão mais fácil se nós pudéssemos ser uma família normal, não que eu não goste do Phill ou tenha algo contra, não é mesmo, ele é uma cara muito legal e que sempre tenta deixar o clima mais leve, independente da situação.

Mas seria tão mais fácil.

Pra mim.

Mas depois de pensar um pouco eu percebi que isso estava errado, eu não posso pensar só em mim, e em como isso me afeta, não posso ser egoísta, eu também tenho que pensar na Bella e em como ela esta na mesma situação que a minha, mas que é madura o suficiente pra entender que nossa mãe precisa desse tempo sozinha com Phil.

E na nossa mãe que sempre está preocupada com as filhas, em especial a filha asmática - Minha mãe sempre foi meio maluca, mas nunca deixou de se preocupar comigo, e em como eu estou me sentindo - E querendo ou não isso acabou ocupando muito do tempo dela e de Phill, que também sempre se preocupou e sempre esteve comigo, me alegrando quando eu já não tinha certeza se viver desse jeito era o que eu realmente queria, ou quando eu estava no hospital e ele ficava fazendo gracinhas pra ocupar minha mente - Mesmo ele não sabendo que isso nunca funcionou 100% - mas independente, sempre esteve lá.

Então talvez eu devesse superar esse medo para que outras pessoas possam ser felizes, já que talvez seja isso, talvez eu devesse ter que sair da vida das pessoas pra que elas consigam ser felizes e terem uma vida normal.

Talvez o problema realmente fosse eu.

Ou talvez seja só o medo falando.

Porém balanço a cabeça pra afastar esses pensamentos, que são rotineiros quando paro pra pensar em como minha doença não afeta somente a mim, mas também em como afeta as pessoas a minha volta, e em como isso também afeta meu relacionamento com outras pessoa e também ser o motivo de eu não ter tantas amizades, exatamente por não querer atrapalhar a vida de mais ninguém.

𝐍𝐀𝐊𝐄𝐃 ʳᵒˢᵃˡⁱᵉ ʰᵃˡᵉWhere stories live. Discover now