Janette Kinsley

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Eram exatamente 6hrs da manhã, o clima estava frio, nada mais que o normal desse horário em New Kingston.
Não é tão animador estudar em uma escola integral, principalmente quando você ainda é uma novata pela cidade.
Eu me chamo Janette Kinsley, mas, atendo pelo apelido de Jane, e sinceramente... É um apelido ótimo, melhor que o original por sinal.
Faz menos de duas semanas que me mudei pra essa cidade com minha tia, ela acha que um lugar pequeno e com pouca movimentação faria bem para a minha falta de socialização; na minha opinião isso não ajuda em nada, mas, vamos dar uma chance, até porque, eu sei que ela se mudou pra cá na intenção de fugir das coisas maiores do nosso antigo lar.

(...)

Elite Institute, achei um nome bem clichê quando fui matriculada, mas, não posso julgar, não poderia pensar em um nome pior. Ou melhor.
Pelo que entendi essa é a escola que abriga todos os estudantes jovens dessa cidade misteriosa, cujo nome nunca havia ouvido em toda a minha vida. As pessoas daqui não são tão terríveis quanto pensei que fossem, até consegui me enturmar com alguns colegas, tipo o Jay que está vindo logo aí.

— Bom dia, Jane!

Jay Mclain, um garoto alto, de perfil atlético e sorriso convidativo, apenas o golpe em pessoa. Até onde eu observei, ele faz parte do time de basquete da escola, e está sempre acompanhado pelos dois amigos, sendo eles Stevan e Marco que assim como ele, também são do time de Basquete além de serem ótimos jogadores, ouvi rumores de que os três jogam desde o fundamental e foram o principal motivo pelas vitórias da escola nas competições.

Assim como existem colegas bons, também há aqueles que não são tão legais.

— Tá olhando o que? – A garota de fios de cabelo avermelhados questionou com irritação, ao esbarrar na colega.

E este é o caso dela, Sapphire Angel, uma garota extremamente mal humorada e sarcástica. Poderia afirmar com todas as letras que ela não é uma pessoa muito positiva nem gentil, pelo menos não comigo.

Bom... Será um longo ano, terei tempo para conseguir conhecer e conviver com cada pessoa daqui. Além de tentar entender que clima é esse que me deixa arrepiada, e com frio na barriga.

(...) autora on

Jane ainda tem 17 anos e acabou de ingressar no segundo ano, estando atrasada nos estudos por conta das viagens. Ela desde sempre morou com sua tia cujo a criou desde o acidente que resultou na morte de seus pais. Se mudou diversas vezes, não apenas de estados, como também de país, e agora na pequena cidade de New Kingston, estava montando uma nova e "bela" vida. No começo foi estranho para ela já que nunca havia ouvido sobre aquela cidadela, na verdade nem sua tia sabia sobre esse local, podia se dizer que foi uma descoberta do destino, afinal, a sua responsável adorou aquele lugar.

New Kingston, uma cidade no interior da América, localizada em uma das mais belas paisagens, rodeadas de florestas e algumas montanhas. O prefeito de lá nunca aparecia em público, assim como nenhum responsável por lá, entretanto, isso nunca foi alvo de curiosidade para ninguém, já que todos viviam da forma mais perfeita possível. Eles possuíam um sistema para os jovens, no qual os faziam grandes gênios capazes de "mudar" o mundo; apostavam tudo nisso, e acabavam exigindo muito dos garotos, pois a perfeição nunca era demais quando o assunto se tratava de um futuro.

Jane adentrava em sua sala de aula e procurava um lugar para se sentar, e não foi tão difícil encontrar pois, praticamente todas as carteiras estavam desocupadas. À frente do quadro negro, um professor impaciente com um giz em mãos fitava a porta como um predador, isso devido ao fato dos alunos estarem atrasados para sua aula.

— Licença, professor.

— Se perdeu no caminho pra aula ? – Indagou irônico, revirando os olhos e recebendo um sorrisinho do ser que havia acabado de entrar. — Que seja... Qual pronome você quer hoje ?

— Hm... Ele! Vamos começar esse ano como alguém bem macho... Pff...

Este era Leslie Roux uma pessoa cujo ninguém sabia se era homem ou mulher, pois ao mesmo tempo em que sua aparência era gentil e sensível, também tinha toques masculinos, e seu cabelo consideravelmente comprido não ajudava a distinguir. Todos os dias Leslie costumava trocar seus pronomes para ele ou ela, e gerava curiosidade em muitos. Além de ser misterioso e ter um sedoso cabelo ruivo, Leslie era francês e costumava encantar com seu sotaque.

— Achei interessante como a palavra macho saiu tão reprimida de você, pãozinho. – Comentou um garoto encapuzado, no qual possuía olhos verdes chamativos. — O que acha de ir na quadra esportiva junto com a galera ?

— Valete meu querido amigo, você perde seus pontos comigo assim... Sabe que odeio esportes. – Suspirou pesado após responder o colega que balançou a cabeça negativamente. — Bom dia para você, Jane.

— Bom dia, Leslie.

Menino ou menina, Leslie era um amor. Jane queria que todos fossem assim, ou pelo menos metade do mundo.

(...)

Próximo a sala de música, Jay e Sapphire discutiam baixo sobre os planos para a festa que ocorria todo ano na escola, e que dessa vez estava na responsabilidade de sua turma já que na festa passada, a antiga turma do 2° ano havia deixado tudo para última hora, e no final, houve confusão por conta de drogas que entraram junto com estudantes de fora.

— Na parte da música eu indico a Luna pra DJ, ela toca bem e tem bom gosto. Posso pedir para ela organizar uma playlist só pro evento. – Enquanto falava, anotava tudo em um caderninho.

— A lista de convidados vou deixar com a Briana, ela tem mais paciência com essas coisas.

— Certo, e na parte da comida ? Podemos fazer pedidos para algumas lanchonetes, tem uma ótima perto da cafeteria no centro.

Jay apenas concordou e deu uma olhada rápida nas anotações, se escorando na parede e tombando a cabeça para o lado. Sapph desviou a atenção para ele e franziu o cenho como se perguntasse somente com o olhar o que ele tinha.

— O que rolou?

— Nada não, eu só...

— Você só...? – Repetiu a frase esperando ele a completar.

— Vem cá, você também notou que algo parece diferente ? Tipo, esse ano nosso ensino começou calmo demais, e até agora não pediram os relatórios dos cursos que escolhemos.

— Bom, eu notei isso. Acha que a entrada da garota nova tem algo haver? Nunca tivemos novatos, talvez os superiores do instituto queiram pegar leve para que ela se acostume.

Mesmo dando essa justificativa, Jay não pareceu se convencer e continuou intrigado com aquilo, mas seus pensamentos sobre aquele assunto logo tiveram que sumir pois seus colegas do basquete estavam a espera dele para o treino matinal.

Imperfeitos Where stories live. Discover now