1 • Parada obrigatória

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Olá, wattpader 🖤

Passando pra dar um lembrete: Se estiver gostando do capítulo, fique à vontade para comentar e votar. Isso dá aquela forcinha pra autora.

No mais, uma ótima leitura pra você. Beijos mil ✨ 

"Um encontro é sempre um início de universo."
António Ramos Rosa

Mente vazia, peito aberto

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Mente vazia, peito aberto. Nada me perturbava enquanto pilotava rumo ao meu lar provisório. Sem expectativas ou receios, segui em frente. Então, de repente, graças à minha mente vazia, o pior aconteceu.

Envolvi-me num acidente.

Não processei muito do que acabara de acontecer. Tinha certeza apenas de duas coisas: eu caí e havia alguém em cima de mim.

Esse alguém era rápido, se levantou num salto e logo começou a ralhar comigo.

— Olha por onde anda! — A repreensão me acertou como um soco de tão intensa que era a revolta.

Levantei-me com certa dificuldade e busquei entender o que aconteceu. Retirei o capacete e vislumbrei minha moto tombada adiante, por cima de uma bicicleta envergada.

Meus óculos escuros, estraçalhados no chão, deram seus suspiros finais enquanto assistia à queda do último pedaço de lente.

Por sorte, nada acontecera comigo. Estava inteiríssimo. Com um pouco de dor nas costas, mas, fora isso, nada de importante. O combo de jaqueta, calça e capacete cumprira seu papel.

Situando-me, encarei a mulher parada diante de mim enquanto ela analisava os braços esfolados. Arquejava frente a cada ferida, por menor que fosse. Só faltava sair fogo pelas ventas.

Transmitia a maior energia de barraqueira desesperada por indenização. Mas ela não se criaria comigo. Não mesmo. Onde já se viu cruzar a rua na frente de moto?

Ainda por cima quer ter razão! Olha por onde anda?! Olhe você! No meu tempo quem tinha bicicleta ficava pianinho e andava com olhos nas costas pra não ser atropelado.

— Até onde sei, lugar de bicicleta é na ciclovia — retruquei, incisivo.

— Até onde sei, nessa esquina, tem uma placa enorme de "pare" há décadas. — Ela apontou para a sinalização. — Faz bem tirar o olho do próprio umbigo e prestar atenção na rua.

— Tá, tá... — Bufei, revirando os olhos, tirando a carteira do bolso e contando as cédulas de cem. — Quanto você quer?

— Oi?! — Ela franziu o cenho, os lábios e tudo mais que poderia demonstrar o quanto se ofendera.

— Ué? — Parei de contar e ergui uma sobrancelha. — O drama todo não é por dinheiro? Essa é nova.

— Escute aqui, dono da rua: graças à sua imprudência, eu me lasquei. Meus braços tão feridos e ardendo feito a peste. Tenho todo o direito de ficar indignada. Isso não é drama. — Ela suspirou, meneando a cabeça em negação. — Mas você claramente não entende isso.

Destino MotoCiclistaWhere stories live. Discover now