•CAPITULO 56•

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Jason

Apesar de não ter acontecido nada pior com Alana e nem com o bebê, o médico lhe recomendou repouso absoluto por precaução, afinal ela havia passado por muitas coisas, precisava descansar o corpo e mente, pro bem dela e do nosso bebê.

Levei tão a sério o conselho médico de "não estressá-la", que preferi propor que sua mãe viesse passar uns dias na sua casa cuidando dela, do que chamar ela mais uma vez pra morar comigo, tinha receio de que isso gerasse uma discussão como da última vez.

Então nos últimos dias tem sido assim, eu saio do trabalho e vou direto pra sua casa, conferir se ela segue as recomendações médicas e matar a saudade, dela e do nosso primogênito, Apollo.

 Acabei de chegar e logo Apollo vem em disparada pulando em cima de mim, sobre duas patas ele fica quase da minha altura.

— Jason, que bom que chegou, o jantar acabou de ficar pronto. — Eliza me cumprimenta com um beijo na bochecha.

O aroma da comida estava realmente muito convidativo, mas minha preocupação era outra.

— Ela já jantou? 

— Ia levar agora mesmo.

— Então não se preocupe, eu levo. — digo já sem paletó arregaçando as mangas da camisa.

Subi as escadas lentamente, abri a porta do seu quarto e vi que ela estava em pé de frente á janela, olhando pra exatamente nada lá fora, pelo menos era o que eu acreditava.

— Oi, trouxe seu jantar. — disse colocando a bandeja em cima do criado-mudo

— Obrigada, mas não estou com fome. — fala sem nem ao menos olhar para trás.

Caminho até ela, enlaço minhas mãos na sua cintura enquanto ela continua de costas, passo a ponta do nariz de leve no seu pescoço sentindo o cheiro do seu perfume adocicado, sem demora sinto suas mãos macias sobre as minhas fazendo um carinho suavemente.

— Precisa comer. 

— Você não tá entendendo, minha mãe passou o dia inteiro fazendo eu comer, estou farta. — ela solta uma risada gostosa seguida de um suspiro.

— O que você tá olhando?

— O céu. É tão lindo. — acompanho seus olhos que brilhavam refletindo a luz da lua, fazendo com que ficasse ainda mais linda.

Eu não sou o tipo de cara que observa muito essas coisas, mas olhando agora é realmente espetacular, o céu está lindo e estrelado. Agora entendo o motivo de Alana ficar aqui hipnotizada, você fica encantado com cada ponto de luz que olha, e se fazendo indagações do tipo: "a qual distância ficam as estrelas?" ou "será que mora alguém lá?"

Ficamos alguns minutos ali abraçados observando as estrelas, em silêncio, somente desfrutando da presença um do outro.

Mas ainda podia sentir a respiração pesada dela, como se estivesse com algo preso dentro de si, algo que estava entalado em sua garganta, fazendo ela engolir á seco todo instante.

— Meu amor, está tudo bem? 

— Sim. — sua voz sai embargada.

Desvencilho meus braços da sua cintura virando-a de frente pra mim. E apesar dela tentar desviar o olhar cansado, seus olhos marejados não negavam, ela estava prestes a desabar mais sem um motivo aparente tentava segurar.

— Não faz isso... Não guarde isso pra você.

— Me sinto tão cansada Jason. — as lágrimas começam a jorrar dos seus olhos — Sinto que isso não tem fim, eu tento respirar e sorrir a todo instante, mas logo a angústia cresce no meu peito, parece que estou sendo sufocada. — sua voz falha — Porque lembro que daqui a alguns dias terei que ficar cara a cara com ele de novo e isso me atormenta.

Abraço ela a fim de lhe trazer conforto, ela soluça nos meus braços enquanto acaricio o topo da sua cabeça.

— Dessa vez vou estar lá, segurando sua mão, e sempre, sempre Alana, zelarei por você e pelo nosso filho. — dou-lhe um beijo no topo da sua cabeça.
  
Depois de alguns minutos meus olhos começaram a pesar, estava cansado, acordava muito cedo e dormia extremamente tarde e isso me deixava extremamente cansado.

— Está ficando tarde, preciso ir.

Alana aparece com um semblante entristecido ao virar-se de frente pra mim. Franzi o cenho ao observar ela caminhar e sentar-se na beirada da cama, soltando um profundo suspiro logo após.

— Algum problema? — Sento-me ao seu lado.

— Acredito que ando sentindo saudades de você mais que o normal nos últimos dias. — ela sorri fraco — Acha que julgariam mal se eu fosse morar com você estando grávida e antes de nos casarmos? — Abri um sorriso satisfeito, sabe aquele cansaço? Ele sumiu de repente — Claro, se seu convite ainda estiver de pé.

— Claro que está! — Nos abraçamos com ternura e logo começamos a combinar detalhes da mudança para o lugar que seria agora a nossa casa.

***

Com o aval do médico realizamos a mudança da Alana e marcamos a data do casamento, sua antiga casa acabou sendo útil pra Eliza que desejava mudar-se para Los Angeles, era um desejo seu ficar mais perto da filha e do bebê assim que nascesse. 

Agora estamos aqui colocando as roupas e pertences de Alana no closet que foi feito especialmente para ela, quando ela entrou no lugar imenso disse que suas roupas não preencheriam um terço, ela não imagina que contratei alguém que preencherá as araras e gavetas a seu gosto.

Propus que só trouxesse o que fosse realmente necessário, já que aqui não lhe faltaria nada. 

As caixas continhas somente roupas, objetos de valor sentimental e pertences do nosso filho mais velho, Apollo. Parece realmente uma criança de verdade, perambulando pra lá e pra cá conhecendo cada canto da casa, com certeza eufórico com quantos lugares ele pode esconder nossos pertences, correr ou pior, destruir algo.

— Onde Apollo se enfiou? — Alana pergunta levando a mão a testa e logo depois a coluna.

— Está explorando a casa, isso é bom, significa que ele gostou. — ela sorri parecendo estar exausta. Minha teoria é comprovada após ela bocejar e voltar a organizar as prateleiras.

— Por que não tomamos um banho e descansamos? Parece exausta. Amanhã com certeza terminamos. — afirmo, pois sei que o profissional contratado faria um trabalho excelente.

No dia seguinte...

Acordei com Marina batendo na porta e me chamando, estranhei o fato dela vir me acordar tão cedo já que sábado, então suponho que algo aconteceu. Levantei com cuidado pra não acordar Alana que dormia sobre meu braço, o que foi difícil já que seus longos cabelos se enroscavam em meus braços, por sorte a gravidez lhe deixava com um sono mais pesado.

Abri a porta colocando somente a cabeça pra fora, Marina estava com o telefone em mãos, transparecendo certa preocupação no olhar.

— Marina, o que ouve? 

— É o delegado Mendez, disse ter um comunicado urgente. — diz me estendendo telefone. 

Ligação on:

— Mendez. Aconteceu algo?

— Sr. Collins, supus que gostaria de saber, o sequestrador da sua esposa... Está morto.

Olhei para Alana que respirava calmante num sono tranquilo e profundo,  preferi adentrar o banheiro, não queria que acordasse com essa notícia.

— Como isso aconteceu? 

— Asfixia, ele se enforcou com as próprias roupas que estava usando.

Fechei os olhos, respirei fundo, que Deus me perdoe pelo que estou sentindo, estou aliviado, não por mim, mas por Alana que enfim poderá viver sem tormentos do passado, saber que ela poderá enfim viver segura me deixa totalmente tranquilo.

Predestinado a você •CONCLUÍDO✓Where stories live. Discover now