Quero você do jeito que quiser (Reescrevendo)

45.

Pov Maraisa

- Mamãe...

Acordo com dois bracinhos pequenos ao redor do meu pescoço e eu vou abrindo meus olhos, encontrando a pequena Jade abraçada com meu pescoço. Marília dorme profundamente com Cristal deitada no seu braço e eu fico admirando a mulher perfeita que está na minha frente, a mulher mais linda do mundo inteiro. Olho como estamos deitadas em uma cama, com as nossas filhas, em uma casa que era para ser nossa e isso me traz vontade de chorar porque meu coração dói e dói bastante.

Depois de dois anos nós duas nos beijamos, depois de dois anos eu senti o gosto da sua boca, eu senti ela em mim, eu senti a pessoa que eu desejei nunca mais ver na vida. Como eu queria apagar tudo que ela fez para mim e fingir que somos uma família feliz, eu só queria que ela nunca tivesse ido embora, é tudo que eu queria...tudo que eu quero.

Afasto Jade devagar e tiro ela de perto de mim e coloco ela com a sua mãe e irmã. Quando tiro a coberta de cima do meu corpo sinto o frio negativo que está fazendo e eu lembro que estamos no inverno. Desço as escadas e pego minha blusa em cima do sofá, provavelmente está tendo uma tempestade de neve do lado de fora e isso é péssimo porque eu preciso ir trabalhar. Coloco minha botas e me arrumo para ir ao trabalho, ainda com algumas roupas que eu roubei da loira no dia anterior. Na estrada está impossível andar, o gelo deixa escorregadio e eu decido ir com mais calma, mesmo que eu chegue atrasada na empresa. Assim que eu chego vou direto para a minha sala, ignorando os olhares já que fazem alguns dias que eu simplesmente não venho para o serviço. Eu estava ocupada com as minhas filhas.

Sento na minha cadeira e abro meu notebook e a primeira coisa que eu vejo é páginas de fofocas querendo saber se eu engatei um relacionamento com a Isabela, já que ela é a única pessoa que a mídia está vendo junto comigo.

- Ótimo - Resmungo irritada e fecho o notebook com força.

O pior que eu só me envolvi com ela porque seu corpo e rosto são familiares com a da loira mas ao beijar Marília ontem, percebi que nenhuma boca e nenhum corpo vai ser igual ao dela, nenhum.

- Bom dia, achei que não viria trabalhar mais - Lauana fala entrando na minha sala - Esqueceu que tem uma empresa a sua espera todos os dias?

- Eu e a Marília nos beijamos - Falo para a minha melhor amiga - Eu beijei ela, depois de tudo que ela fez. Eu não consegui me controlar e eu me joguei nos braços dela.

- Mara...

- Eu não quero a Isabela ou...ou qualquer outra mulher, a todo momento eu procurei alguém que fosse igual a Marília, que me fizesse sentir igual ela fazia e...eu nunca achei - Nego com a cabeça - Mas ela me machucou, eu deveria ter parado de amar ela, por que eu não consigo, Lau? O que tem de errado comigo?

- Marília foi a primeira pessoa a te tirar das garras da sua família, Mara - Minha melhor amiga fala se aproximando - Ela que...que te ensinou a amar de verdade. Eu sei que ela te machucou e que foi embora mas você já tentou ouvir o lado dela dessa história?

- Não tem explicação para o que ela fez comigo. Tirou as minhas filhas. foi embora e levou tudo. Não tem explicação.

Minha melhor amiga não fala nada só respira fundo e concorda com a cabeça, querendo evitar uma possível futura discussão. Escuto a porta sendo aberta novamente e vejo alguém abrindo a porta.

- Oi, Mara - Isabela fala abrindo a porta.

- Só pode ser brincadeira - Resmungo passando as mãos pelo meu rosto.

- Ela realmente gosta de você - Lauana fala quase em um sussurro somente para mim ouvir - Acho que você deveria ser verdadeira para não sair mais uma pessoa machucada dessa história.