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Pov Marília

- Tô dodoí, mamãe? - Jade pergunta me olhando.

Coloco a mão na testa da minha filha  e ela está queimando de febre, suas bochechas estão vermelhas, seu rostinho está um pouco inchado, mas sei que ela não está doendo, é apenas uma febre emocional e eu já imagino qual seja o motivo.

Quando fomos embora nas primeiras semanas foi difícil porque Jade teve febre emocional e ficou internada por dias, não melhorava, não reagia, só foi melhorar no primeiro mês aqui mas a sua febre volta toda vez que acontece algo como eu não conseguir buscar ela na escolinha, ou ficar longe de mim. E agora eu tenho certeza absoluta que sua febre agora é porque ela viu Maraisa, matou um pouquinho a saudade e a morena foi embora.

Desde sempre Jade foi apegada mais na Maraisa, até mesmo que a sua irmã, eu já imaginava que não iria mudar agora. Minha pequena fica me olhando, ainda esperando uma resposta e eu deixo um pequeno beijo na sua testa.

- Vamos ir trabalhar com a mamãe no escritório dela? - Falo baixinho para não acordar Cristal - A mamãe faz um desenho para você.

A pequena concorda com a cabeça e eu coloco ela deitada no meu ombro, indo para o meu escritório na nossa casa. Pego a mamadeira da pequena que sempre deixo pronto pela manhã e entrego para ela que afasta as mãozinhas.

- A mamãe precisa trabalhar - Explico com Jade no colo - Você consegue segurar a sua mamadeira, filha.

- Consigo não...

- Filha, você consegue.

Jade resmunga totalmente manhosa e pega a mamadeira da minha mão, colocando na sua boca logo em seguida. Continuo organizando as papeladas enquanto minh pequena olha para tudo que eu estou fazendo, prestando atenção até nos mínimos detalhes.

- Mamãe, quando a mamãe Mara vai vir me ver? - A pequena pergunta receosa - Eu tô dodoi, ela tem que vir.

- A mamãe Mara já está vindo para a nossa casa, tá bom? Daqui a pouco ela chega.

- Mas...mas por que a nossa casa não é a casa dela?

- Porque ela tem a casinha dela, amor.

- A casinha dela pode ser aqui, mamãe - Jade fala esperançosa - E...e todos os dias ela coloca eu pra nanar.

- Filha...

- Por favorzinho?

Respiro fundo e olho nos olhos da pequena, procurando as melhores palavras para falar com ela. Sento ela na minha mesa e sento na cadeira, ficando frente a frente com a pequena. Sempre tento explicar as coisas como elas são para as minhas filhas, sempre tento ser o mais sincera o possível, para elas verem que como eu sou verdadeira com elas, elas podem ser comigo. A educação começa desde pequenos, não adianta tentar ser amigo do seu filho quando ele estiver grande, tem que ser igual uma plantinha que vai se regando aos poucos.

- Filha, eu e a mamãe Mara não somos um casal - Explico devagar - Ela não precisa morar aqui para te colocar para nanar, se você quiser, você pode ir para a casa dela.

- E a Cristal?

- A Cristal também.

- Mas mamãe...quando eu choro de noite, você que vem me ver.

- A mamãe Mara também iria te ver.

- Mas eu choro porque eu quero você, mamãe.

- Você pode dormir lá com a mamãe Mara.

Vejo os olhos da pequena enchendo de lágrimas e ela cruza os braços totalmente magoada. Deixo um beijo na sua bochecha e ela me olha brava, com as lágrimas nos seus olhos.

Quero você do jeito que quiser (Reescrevendo) Where stories live. Discover now