Parte 2

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POV Pete

Cuidar de uma família tão frágil e quebrada foi o desafio mais difícil que eu impus a mim mesmo.

Vegas esteve em coma por meses após todos os tiros recebidos durante a batalha entre as famílias. Eu, que havia recém encontrado coragem pra assumir o que sentia por ele, mal conseguia me manter firme ao seu lado sem desabar a cada vez que olhava para seu estado inconsciente. No entanto, eu precisava ser forte por Macau, que havia perdido tudo e só havia a esperança de não perder o irmão também.

Em algum momento daqueles meses, uma mulher surgiu no hospital, dizendo que teve um filho do finado senhor Khan, mas não queria o bebê.

Macau não a reconheceu, é claro. No entanto, um dos seguranças da segunda família enviado por Porsche para proteger Vegas no hospital a viu e disse que sabia quem ela era. Disse que ela frequentou a mansão algumas vezes, mas que sumiu por muito tempo e eles achavam que estava morta.

No entanto ela estava ali, viva e bem louca tentando trocar o filho dela por um pouco de dinheiro.

Fora a indignação por alguém ter coragem de fazer uma coisa dessas e a vontade enorme de bater nela quando ela gritou com o bebê por ele não parar de chorar, eu me interessei imediatamente por aquele menino tão pequenino que parecia não gostar de estar nos braços da mãe.

A contragosto, Macau aceitou fazer o exame de DNA para atestar o parentesco com o menino e, após alguns dias de espera, o resultado foi o que eu não precisava: eles eram irmãos. A família de Vegas tinha acabado de crescer mais um pouquinho e eu não sabia o que fazer com mais essa responsabilidade.

Mas, uma coisa era certa: aquele menino não podia ficar nas mãos dessa mulher.

- Pete, você tem certeza? - Porsche perguntou no dia que saiu o resultado do exame e eu pedi permissão para pagar aquela mulher horrível em troca de ela desaparecer da vida do bebê.

- Não tenho certeza de nada, mas, por favor, eu sei que é o melhor para todos nós. - Ele era o chefe da família agora, portanto se ele dissesse não, eu teria que acatar, mas eu realmente queria muito tirar o menino daquela mulher.

- Tudo bem, amigo. Vamos fazer isso.

Porsche deu a ela duas bolsas de dinheiro e ela largou o menino nos meus braços sem uma segunda olhada para ele. Seu sorriso cresceu ao sentir o peso em suas mãos e ela começou a ir embora sem olhar para trás. No entanto eu a parei para perguntar o nome do bebê.

- Não dei nome a essa coisa, mas pode chamá-lo do que quiser, ele é seu problema agora.

Depois que coloquei o menino nos braços de Porsche e caminhei até a vadia e lhe dei um tapa que quase a derrubou, nós nunca mais a vimos.

Duas semanas depois disso, a criança fofa que se apegou desesperadamente a mim foi enfim nomeado Venice, e, três semanas depois, Vegas enfim acordou do coma e a primeira coisa que fez foi rejeitar o menino.

Nada muito diferente do que ocorreria diariamente pelos meses e anos que seguiram. Ele apenas aceitou que aquele era o nosso filho quando eu consegui os papéis de adoção por conta própria e dei meu sobrenome a Venice.

Foi emocionante para mim, poder chamá-lo oficialmente de filho e eu chorei como um bebê enquanto o verdadeiro bebê me olhava preocupado.

Mas Vegas se sentiu excluído da nossa nova pequena família e decidiu que queria meu sobrenome também. No entanto, por tradição familiar, ele precisaria manter o sobrenome, então, ao invés disso, ele me arrastou a um cartório e me informou ali mesmo que dali em diante eu seria seu marido e portanto obrigado a tomar seu sobrenome para mim, mesmo que isso desse ao garoto o mesmo direito também.

VegasPete e o dia que o Venice se apaixonouWhere stories live. Discover now