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MARIANA


Depois do que aconteceu na doceria ela não quis mais ir lá, então fiz ela ir na sorveteria comigo comprar picolé, e depois fomos nos sentar na praça enquanto eu chupava meu picolé.

— Tá tudo bem, amor? - pergunto enquanto encarando seu rosto que estava virado para frente aonde tinha várias crianças brincando.

— Sim. - me encara.

— Certeza?

— Sim... - sorri de lado.

— Amor, você já decidiu o que vai fazer no seu aniversário?

Daqui alguns dias é aniversário dela, e ela nem tocou no assunto ainda.

— Não quero fazer nada não, pô, tô cansadona de festa já.

— Vamo fazer pelo menos um churrasco na laje... não precisa chamar todo mundo, só chama as pessoas que você considera.

— Vou pensar.

— Não vamos deixar passar em branco, teté. Sem contar que eu tô com vontade de comer churrasco.

— Interesseira. - fala, e eu dou um tapa em seu ombro.

— Mais tarde eu e a sua tia vamos comprar as coisas da bebê, vamos com a gente? - pergunto. — Por favor... eu sei que você não pode sair tanto quanto antes por causa daquele polícia que te conhece, mas...

— Não precisa pedir por favor, amor, é claro que eu vou com você. - sorrio dando um selinho demorado nela.

[...]

Quando chegamos em casa tomamos um banho, e enquanto eu me arrumava ela preparou um lanchinho para a gente, e comemos juntas, depois fomos buscar sua tia de carro.

— Oi, meus amores. - Cláudia fala entrando no carro. — Achei que tu não ia. - fala para Esther.

— Vou sim, ainda vou ajudar vocês.

— E a Júlia não vai? - pergunta, e a Esther me encara na mesma hora com a sobrancelha arqueada.

— Não, tia, decidi não chamar... - digo suspirando. — Depois do dia que aconteceu aquilo com você e ela me ajudou a gente tem conversado as vezes, mas não é nada demais... eu não sei se devo voltar a falar com ela... sinto medo do que ela pode fazer.

— Ela não é maluca de encostar um dedo em você, se ela fizer alguma coisa contigo eu acabo com a raça dela.

— Calma, Esther. - Cláudia fala. — Ela errou sim, mas se arrepende muito, foi atrás de você e pediu desculpas...

— Isso não vai mudar os bagulho que ela fez não, tia, bateu na mina grávida, bagulho feião.

— Deixa eu terminar. Quando soube daquele negócio sobre a Esther foi correndo saber como você estava, isso significa que se importa com você.

— Também me importo com ela, e ainda amo ela como minha irmã, mas ainda dói muito saber que ela foi capaz de tentar me machucar, capaz de achar que eu faria algo tão baixo como aquilo.

NOSSA LUZ NA ESCURIDÃO (Intersexual)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora