NOSSA LUZ NA ESCURIDÃO (Intersexual)

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MENDES

Quando recebi aquela mensagem fiquei assustada para um caralho, sai voada com o carro indo para a tal praça.

Assim que chego lá vejo ela encolhida em um banco de cabeça baixa. Ando rapidamente até lá, e ela levanta sua cabeça me fazendo vê-la chorando muito.

Meu coração se aperta no mesmo instante.

— O que aconteceu? - pergunto preocupada, e ela apenas se levanta me abraçando. — Eu tô aqui com você... calma. - ela estava soluçando de tanto chorar, e isso me fez sentir uma raiva do caralho, pois não sei o que aconteceu.

— Fui demitida. Júlia me chamou de várias coisas, disse que eu sou uma irresponsável, uma falsa... perdi mais uma pessoa que eu amava, ela nunca me tratou desse jeito.

ESSA FILHA DA PUTA TÁ FODIDA!

— Eu preciso de um trabalho o mais rápido possível...

— Mari, calma.

— Como calma, teté? Eu tenho que comprar minhas coisas, e comprar as coisas da nossa filha. - fala desfazendo o abraço, e me encarando fixamente.

— Fica tranquila porquê eu não vou deixar nada faltar pra vocês duas.

— Sei que não, mas eu odeio sentir que estou dependendo de alguém.

— Relaxa. No morro têm vários salões, e caso não consiga te ajudo comprar os teus bagulho de esmalte e tu atende à domicilio ou eu arrumo um lugar pra tu abrir teu próprio negócio... pra tudo tem uma solução, e vamos encontrar uma pra isso. - passo meu polegar pelo seu rosto enxugando suas lágrimas.

— Obrigada... - dou um beijo em sua testa, e ela sorri sem mostrar os dentes.

— Pode contar comigo. Eu sempre vou estar aqui pra vocês duas.

[...]

— Quer que eu entre contigo? - pergunto enquanto ela tira o cinto.

— Não precisa, teté... você já fez demais por mim, e deve ter coisas mais importantes para fazer.

— Nada é mais importante do que vocês duas. - ela sorri, e me dá um selinho.

— Pode ir, teté, vamos ficar bem.

— Tudo bem. Eu vou pra boca, mas qualquer coisa você me liga, ok.

— Sim. Me leva pra comer mais tarde?

— Levo, mas vai ser comida, nada de lanche.

— Tá bom. Fica bem, se cuida.

— Você também...