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MENDES

Nunca pensei que isso aconteceria novamente, nunca pensei que fôssemos nos distanciar de novo, ainda mais agora por causa do nosso filho. Mas ela tem razão, eu machuco todo mundo, não sou boa o suficiente para estar da vida deles, não sou boa o suficiente para fazê-los feliz como gostaria.

— Coé, que porra aconteceu lá? - JP pergunta se sentando do meu lado no sofá.

— Acabou seja lá o que tínhamos. - digo dando uma tragada no baseado, e em seguida soltando para cima.

— Como assim, porra? - pergunta me encarando. — Para com essa porra tu tá chapadona já.

— Foda-se, porra. - solto um suspiro. — A gente brigou por causa da briga que ela estava tendo com aquela mina. Cheguei no banheiro, e vi ela dando vários tapas na mina, mano, entrei no meio e perguntei o que tinha acontecido, a Tatiane começou a falar, e eu logo me estressei vendo que elas estava brigando de novo, gritei com a Mariana, e ela falou tanta coisa... e no fim disse que não me quer perto dela, e nem do bebê...

— Ela não pode fazer isso, é seu filho também.

— Porra, eu não sei o que fazer. Desde que descobri sobre o bebê venho tentando fazer tudo certo, mas parece que mesmo assim não adianta, parece que quanto mais eu tento acertar, mas eu erro. - suspiro. — Eu tô sentindo pra caralho. Eu queria acompanhar de perto, ver a barriga dela cada vez mais grande, cuidar dela quando estivesse sensível, ir comprar comida quando ela sentisse desejo...

— Você tá se escutando? - pergunta, e eu encaro ele. — Eu nunca achei que fosse te ouvir falando isso. Vai atrás dela, e fala tudo isso.

— Eu não quero mais machucar ela.

— Você não percebe que desde essa filha da puta apareceu vocês tão pior que antes? Ela fica fazendo ceninha, porra. - escutamos um barulho, e vejo Júlia entrando na sala. — Oi, gatinha.

— Oi. - ela dá um selinho na boca de JP, e senta no colo do mesmo.

— Mariana tá bem? - pergunto, e ela me encara.

— Aham. - fala, e eu suspiro. — Por que não ouviu a versão dela?

— Eu tava estressada com aquela porra já, toda vez que elas se veem brigam, cara.

— Deveria saber que tem algo errado. Mariana nunca saiu no tapa com ninguém, pois odeia qualquer tipo de briga, e você sabe, acha mesmo que só por causa do ciúmes que ela sente iria bater em alguém? Se acha isso realmente não conhece ela. Mariana me contou... ela disse que aquela mulher foi atrás dela no banheiro, e falou que você estava mimando, e fazendo de tudo por ela enquanto a Mariana e o seu filho estavam sendo jogados para escanteio. ‐ sinto meu sangue ferver e me levanto saindo da boca.

— Onde você vai? - pergunta saindo da porta.

— Procurar ela.

— A Mariana?

— Não, aquela desgraçada.

— Quero ir também. - Júlia fala sorrindo.

[...]

— Que surpresa você aqui. - fala abrindo a porta. — Me ajuda com umas coisas? - pergunta entrando.

Ela tinha acabado de alugar uma quitinete, e estava arrumando as coisas pelo que pude ver.

— Quero saber o motivo de tu ter falado um monte de mentira pra Mariana. - me encosto na parede, e cruzo meus braços encarando ela. — Fala, filha da puta.

— Eu não disse nada.

— Só vou te avisar uma vez. - me aproximo dela. — O dia em que você inventar qualquer bagulho com o meu nome eu vou te quebrar todinha, e ainda raspo tua cabeça, pode vir o caralho que eu não tô nem aí, tu vai ficar fodida na minha mão. SE EU TE VER CHEGANDO PERTO DA MARIANA OU DO MEU FILHO EU TE MATO! - me viro vendo JP e Júlia na porta.

— Como seu filho? Dedo engravida agora? - eu me viro encarando ela.

— Caralho, que filha da puta. - escuto Júlia falando.

— Por que disse que a gente transou sendo que não aconteceu?

— Mas a gente...

— Caralho, mina, tu vai continuar com esse caô?

— Você nem se lembra como pode falar que é mentira? - caminho até ela, e a seguro ela pelo cabelo. — Me solta, você tá me machucando.

— Eu vou sair daqui antes que eu meta uma bala na porra da tua cabeça. - empurro ela. — NÃO TOCA NO MEU NOME NUNCA MAIS, E SE EU TE PEGAR FALANDO ALGUMA MERDA DE ALGUÉM QUE EU AMO EU TE MATO!

Filha da puta mentirosa do caralho. No baile em que ela disse que ficamos eu fiquei muito chapada por isso achei que fosse verdade, tem coisas que não me lembro.

— Vai falar com a Mari agora?

— Acho melhor deixar ela esfriar a cabeça. - solto um suspiro e subo na moto. — Qualquer coisa que ela precisar me fala...

— Tá bom. - Júlia fala me olhando.

NOSSA LUZ NA ESCURIDÃO (Intersexual)Where stories live. Discover now