FIRE | ⁿᵒˢʰ

7!

[ Povs Noah ]

Minhas mãos pequenas desfilavam em Lamar de todos os sentidos possíveis enquanto o mesmo não se movia. As lágrimas desciam do meu rosto até o momento de eh cansar e me afastar.

- Fiquei dias procurando você! - murmuro o olhando e vejo seus olhos repletos de lágrimas - Achei que tinha perdido meu irmão.

- Você nunca vai me perder Noah. - ele se aproxima e me abraça forte - Como ela tá?

- Instável. - Me separo rapidamente. - Os remédios estão ficando cada vez mais caros, estou diminuindo as pílulas mas não sei Lamar... não sei por quanto tempo ela irá aguentar. - Murmuro baixo olhando pro chão.

- Como esta fazendo pra pagar? - pergunta curioso e eu volto a encará-lo.

- Estou dando meu jeito - Digo seco e dou as costas pra ele indo pra cozinha.

- e esse braço aí? - aponta pro meu braço que eu esqueci que tinha sido enfaixado pelo Beauchamp - Tu não tá se mentendo em nada de errado né Urrea? Porque se estiver eu...

- EU O QUE? VOCÊ VAI FAZER O QUE LAMAR? ME DIZ! - explodo não aguentando mais a aparição repentina dele. - VOCÊ SIMPLISMENTE SUMIU, DEIXOU EU E A MAMÃE PASSANDO DIFICULDADES E SE NÃO FOSSE POR MIM, SE EU NÃO TIVESSE DADO MEUS PULOS SABE SE LÁ DEUS ONDE ESTARIAMOS AGORA.

Fecho os olhos respirando fundo tentando me acalmar pra não acordar minha mãe.

- Não adianta dar uma de irmão mais velho agora que voltou, sabe Deus o que você tava aprontando e sinceramente nem quero saber, se você teve que se virar eu também tive... Então, apenas sobe no meu quarto vai vê-la e não se meta do que eu faço.

Sem dizer mais nada Lamar  balança a cabeça como de tivesse entendido e sobe as escadas para o andar de cima e indo até o quarto da nossa mãe. Enquanto isso caminho até a lavanderia e fecho a porta me trancando ali mesmo deixando que todo o meu choro viesse a tona.

Lamar é meu irmão adotivo, Minha mãe era muito amiga da mãe dele e a mesma morreu no parto de Lamar, fazendo com que Wendy o adotasse como filho.

Eu e Lamar mesmo que não fossemos de sangue agiamos como verdadeiros irmãos, um cuidando do outro sempre, éramos inseparáveis, raramente brigávamos, sempre juntos mão importa o que acontecesse. Esse era nosso lema

Em uma certa manhã quando nossa mãe começou a passar mal Lamar havia sumido deixando que eu cuidasse dela sozinho.

No hospital, após uma vizinha ouvir meus gritos de socorro pedindo por alguém e ligando pra ambulância, tentei ligar várias vezes para Lamar, deixava mensagens escritas, por voz mas não obtia nenhum sinal de vida dele.

Mamãe acabou tendo que ficar internada e o médico pediu para buscar exames antigos para ele analisar e dizer qual era o estado dela e o que se poderia fazer.

Me sentia desesperado, com medo de perder minha mãe e meu irmão não dando sinal de vida. Ao chegar em casa antes de pagar os documentos vou direito pro quarto de Lamar e antes que eu pudesse entrar havia um bilhete colado na porta com poucas palavras

" Não posso ficar mais aqui nessa casa, nessa vida. sinto muito nonô e mamãe. Amo vocês.
Beijos do Lamar Morris Urrea :) "

Aquilo tinha sido como uma facada nas minhas costas, um tiro na minha testa doaria menos. Como meu irmão vai embora de casa com nossa mãe doente e sem motivo? Fiquei muito puto que entrei em um surto, quebrei tudo na casa pra acabar com a dor do abandono, dali pra frente seria só eu e minha mãe, mas ninguém.

Após ter dado uma de fraco, ssco minhas lágrimas e destranco a porta saindo do local.

- Como foi? - Pergunto qaundo o vejo descer o último degrau da escada.

- Ela... não me reconheceu. Levanta a cabeça fazendo com que eu consiga enxergar seus olhos vermelhos por conta do choro.

- Uma mãe pode não reconhecer o filho? Digo... eu só... fiquei fora por...

- Quatro anos. - Cruzo os braços. - Vice ficou fora por malditos quatro anos Lamar. Não fico impressionado que ela tenha te esquecido.

- Porque você, sei lá, não mostrou uma foto minha? Por que você não mencionou que ela tem um outro filho Noah?

- Lamar... Ela nem se lembra de mim que estou aqui com ela todos os dias. - Engulo seco - Tem dias que ela sabe quem eu sou e tem dias que não, isso dói muito, você não tem noção.

- E como você consegue lidar com tudo isso? Como é tão forte assim?

- Não sou forte, Estou destruindo por ver minha mãe nessa situação mas tenho vezes que eu preciso passar por cima dessa dor por ela! Somos uma família Lamar, estamos sempre juntos...

- Pro que der e vier. - ele termina a frase arrancando um suspiro meu

- Sim, pro que der e vier- Repito baixo enquanto o olho - Só funcionamos assim Lamar, juntos e unidos.

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