◈ CAPÍTULO 33 ◈

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Com pouquíssimo álcool no organismo, consigo dirigir. A área em que estou passando é mais rural e a estrada é escura. Devido ao perigo, me irrito quando um carro atrás de mim acelera para ultrapassar o meu.

Piso fundo no freio quando o SUV faz uma manobra para me impedir de seguir em frente. Não demora para eu notar que estou encurralado: tem outro carro parado atrás de mim, me impedindo de dar ré.

Já sentindo que isso não é nenhuma brincadeira, pego minha arma, faca e o celular que uso somente para fazer ligações aos Pratas no pequeno porta-luvas escondido que personalizei quando comprei o Mustang.

Atiram no meu para-brisa. A bala só não me atinge porque o vidro é blindado. Eles fizeram como teste antes de me metralhar.

Sem perder tempo, abro a porta e saio correndo descalço para dentro da mata. Escuto passos na minha direção e então tiros. Porra! Fodeu! Não sei pra onde estou correndo, apenas sei que existe um lago por perto e talvez algum esconderijo.

"Acerta, filho da puta!" escuto um deles reclamar. "Sabe mais atirar não?! Errando a mira assim, seu incompetente."

"Estamos correndo, cuzão."

"Está um breu!" escuto outro responder.

Suponho serem quatro pessoas. Consigo correr rápido o suficiente pra não ouvi-las mais. Encontro uma caminhonete e pulo nela, me escondendo.

Ligo para os Pratas e deixo a ligação rolar. Não posso emitir nenhum som, então apenas terão que ouvir o que está acontecendo e me localizar via rastreamento.

Por estar escuro, arrisco espiar. Enxergo as silhuetas dos assassinos, portanto, miro em uma e atiro três vezes. Pânico se espalha entre eles. Aproveito para atirar em mais dois. O que sobra começa a atirar na minha direção.

Com adrenalina correndo nas veias, salto da caminhonete para procurar outro esconderijo, já que o carro não era blindado. Nem mesmo em serviço tive que lidar com uma perseguição dessa.

Encontro uma cabana próxima, porém pode morar alguém, então me escondo em um canto no quintal. Por sorte, não tem cachorro. Todas as armas possuem silenciador.

Escuto os passos cautelosos do assassino me procurando. Arriscando novamente, espio. Atiro na sua mão, fazendo-o gritar e soltar a arma.

Com o assassino desarmado, vou até ele apressadamente e o golpeio no rosto com minha arma. Ele tenta lutar, mas monto nele e aperto seu ferimento na mão. O cara se esperneia gritando. Mesmo com a máscara, seu grito dá para ser escutado.

"Cacete, cala a boca!" soco seu nariz. "Ou quer que eu corte suas cordas vocais?"

Com minha ameaça, ele fica só gemendo de dor.

Diferente das minhas máscaras fechadas, a dele é mais fácil de tirar. O cara é branco, de cabelo curto e barba, na faixa dos 30 anos.

"Quem são vocês e por que querem me matar?" Não são bandidos, pois não quiseram meu carro e estavam tentando me matar ao invés de me sequestrar para conseguir dinheiro de resgate.

"Não sei, porra. Eu juro. Apenas tínhamos a missão de te assassinar essa noite."

"São assassinos de aluguel?" tento parecer controlado para tirar qualquer informação.

"Sim, é isso," ele mente. "Agora me libera, cara. Só nos contrataram pra te matar."

Eu sei que ele está mentindo porque assassinos de aluguel não têm costume de usar a palavra 'missão'.

"Fazem parte de uma gangue," descubro, pensando no que meu pai pode ter feito para uma gangue vir atrás do filho dele. "Qual o nome? Algum motivo específico em meu assassinato ser marcado pra hoje?"

MAGMAWhere stories live. Discover now