Amor Paradoxo- Draco Malfoy

capítulo 19

Com um forte deslocamento de ar e ruídos de batidas, centenas de corujas entraram voando pelas janelas superiores. Desceram por todo o salão, trazendo cartas e pacotes para seus donos, e deixando cair uma verdadeira chuva de pingos sobre as pessoas que tomavam café; sem a menor dúvida estava chovendo pesado lá fora. Hermione teve de afastar depressa o seu suco de laranja para abrir espaço para uma enorme coruja-de-igreja molhada, que trazia um encharcado jornal no bico.

-Para que é que você ainda está recebendo isso? - perguntou Harry irritado,enquanto Hermione colocava um nuque na bolsinha de couro presa à perna da coruja que em seguida
levantou voo. - Eu não estou mais... é um monte de baboseiras.

Hannah adicionava mais e mais comida em seu prato, estava ansiosa.

-É melhor saber o que o inimigo está dizendo - respondeu Hermione sombriamente, e,desdobrando o jornal, desapareceu por trás dele, só reaparecendo quando Harry e Rony tinham terminado a refeição.

- Nada - disse simplesmente, enrolando o jornal e guardando-o ao lado do prato. - Nada sobre você nem Dumbledore nem nada.

A Profª McGonagall agora vinha passando pela mesa distribuindo os horários.

-Aqui está o seu Srtª Potter.- ela olha brevemente o horário.

- Olhem só hoje! - gemeu Rony. - História da Magia, dois tempos de Poções, Adivinhação e dois tempos de Defesa Contra as Artes das Trevas... Binns, Snape, Trelawney e a tal Umbridge, tudo no mesmo dia! Gostaria que Fred e George trabalhassem mais rápido para aprontar aqueles kits Mata-Aulas...

- Será que os meus ouvidos me enganam? - perguntou Fred, que vinha chegando com George e se apertou no banco de Harry. - Com certeza os monitores de Hogwarts não desejam matar aulas!

- Olhe só o que temos aqui...- George diz, olhando para os pés de Hannah, calçados com os tênis que ele havia dado. Ela apenas sorri, pois estava de boca cheia.

- É a pior segunda-feira que já vi na vida.

- Um argumento válido, maninho - disse Fred, examinando a coluna do dia. - Posso lhe ceder um pouco de Nugá Sangra-Nariz baratinho, se quiser.

- Por que baratinho? - perguntou Rony, desconfiado.

- Porque você não vai parar de sangrar até murchar inteiro, ainda não temos um antídoto - disse George.

- Obrigado - disse Rony, mal-humorado, guardando o horário no bolso -, mas acho que fico com as aulas.

- E por falar nos seus kits Mata-Aulas - disse Hermione encarando os gêmeos com um olhar penetrante -, vocês não podem pôr anúncios pedindo cobaias no quadro de avisos da Grifinória.

-Não seja chata Hermione.- Fred disse recolhendo a mochila e indo embora.

-Acho que devemos ir, a aula já vai começar.- Harry diz.

-Você não vem Hannah?- Hermione pergunta.

-Ah não, vou ficar mais um pouco.- diz pegando mais um copo de suco.

-Tudo bem, ela está ansiosa.- Harry diz baixo aos amigos.

-Tente não se atrasar Hannah.- ela confirma com a cabeça.

Haviam umas seis pessoas ali, que rapidamente foram embora, só restara Hannah, a ansiedade tomava conta dela, estava preocupada em não conseguir se adaptar.

-Acho que eu vou ficar por aqui...- diz pegando uma cesta de pães, saíndo do salão. Ela sabia que não devia perder a primeira aula, mas não iria conseguir prestar atenção em nada.

...........

Agora, em seu horário, dizia ser aula de poções, ela saiu rapidamente da comunal, colocando a mochila nas costas.

Caía uma chuvinha fina e nevoenta, que fazia os contornos das pessoas paradas em grupos ao redor do pátio parecerem esfumados. Hannah fechou a capa para se protegerem do ar gelado de setembro. A sala era nas masmorras do castelo, e Hannah não fazia ideia de como chegar lá, apenas seguiu alguns alunos que andavam em grupo. Após andar um pouco, ela viu uma fila de alunos se estendendo a frente de uma porta, devia ser ali. Ela viu Pansy e Daphne logo adiante, mas evitou falar com elas, um pouco mais a frente, estavam Harry, Rony e Hermione, e ela vai até eles.

-O que deu em você?- Hermione diz.- Matar a primeira aula!

-Eu só não estava... Pronta?

-Tudo bem, você não precisa.- Harry disse.

-É, não precisa mesmo.- um garoto da grifinoria diz, num tom parecido com o de Draco. Era um cara alto, de ombros largos, cabelos grossos e loiros.- Eu ainda não sei o que pessoas como você fazem aqui.

-Como assim, "pessoas como eu?".- Hannah pergunta, o garoto cruza os braços e dá um sorriso sínico.- O gato comeu sua língua?

-Eu francamente não compreendo não mesmo, como podem colocar um aborto estudando conosco, e além do mais, quatro anos de atraso, acha mesmo que vai...- sua frase é cortada quando ele leva um soco no nariz.

-Acho melhor lavar essa sua boca, McLaggen.- era Theodore.

-Vai pro inferno Nott, a conversa é entre mim e ela.- diz enxugando o sangue do nariz.

-Não me interessa, deve se achar o melhor de hogwarts, pra falar tanta merda! Por que não volta pra casa e vai chorar no colo da mamãe? Hein?- McLaggen o olha furioso.

No momento em que ele ia revidar, alguém abre a porta. Era um homem alto e magro, com uma pele amarelada e um nariz grande em formato de gancho. Ele tinha cabelos negros e oleosos na altura dos ombros que emolduravam seu rosto como uma cortina. Seus olhos negros e frios assemelham-se a túneis escuros.

-McLaggen, vá se limpar, e Nott...- diz de lábios crispados.- Conversamos depois...- os outros alunos cochichavam entre si, inclusive Draco e os dois brutamontes.

A sala era grande o suficiente para permitir, pelo menos, vinte alunos trabalharem, e suas paredes são revestidas com animais conservados em frascos de vidro. Em um canto da sala está uma bacia em que água gelada derrama da boca de um gárgula, enquanto em outro tem um armário com ingredientes. Há também um quadro negro bem na frente da sala, que particularmente, era muito fria