20.Tal Pai Tal Filho.

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 "-Jonathan - Aline sussurou.- Vamos cuidar do porco agora..? Vamos fazer isso por ele, ta bom?

- Ele ainda está lá? Mesmo depois desse tempo..

- E a onde mais estaria?- ria curtamente.- O mesmo motivo que moveu a nos dois a não ir até a policia antes esta nos movendo agora, vamos fazer isso do jeito certo dessa vez! Já pensamos demais nele, vamos acabar de uma vez com isso logo...Ele merece isso, ele tem que ter isso!

- Acha que devemos fazer isso mesmo? Não é melhor...deixar o Jêck decidir o que faremos com ele?

- Olhe bem irmão, se fizermos isso logo todos saem ganhando.. Eu me vingo, vc fica com aquela vaga idiota, jeck não vai mais precisar ter medo do estuprador maldito do pai dele e a policia não vai precisar se preocupar em pegar ele, vamos entregar a cabeça dele em uma bandeja de prata para eles depois! E tudo vai ser jogado nas costas do morto como deve ser. E pelo o que eu saiba.. mortos não falam..- sorriou. - e então? O que me diz?

-..."

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- Você é o que chamamos de sinal verde, ou azul, dependendo do caso. E no momento creio que você é os dois para o paciente... - Falava o doutor William, com toda paciência que podia ter. Esse assunto era complicado de se falar enquanto se mantia a sua pose de homem inabalável. - Como você foi a última pessoa a vê-lo depois.. do meu filho, naquela situação miserável, acho que seria de agrado a ambos os lados esse reencontro. Além que pessoas no caso dele, que ja eram muito fragilizadas e incapazes por causa de algum evento traumático passado, ainda mais sem o cuidado devido , é mais do que o esperado que ele tenha uma reação negativa quando acordar. Pânico, medo, ansiedade, desespero ou até tentativas mais agressivas contra si mesmo podem ocorrer nesse processo de readaptação. Por isso que precisamos que vc seja a primeira pessoa a vê-lo, não so para demonstrar seu bem físico o tranquilizando, como sua presença o ajudaria muito ele a se sentir mais seguro aqui. Já que muitas vitimas ainda se sentem presas ao seu trauma quando acordam.

- Pra elas, todo lugar é perigoso, até sua própria mente. Não duvidaria que ele se sentisse assustado até em um quarto vazio.- se pronunciava a psicóloga, pela primeira vez naquela conversa. - Entenda que essa situação toda é muito delicada, não é todo dia que aparece um caso com essa gravidade aqui, ainda mais quando o paciente já era "mal desenvolvido" psicologicamente antes da forma que ele é. Entende o porque precisamos de você? Todo cuidado é pouco aqui..

- Vamos tentar acalma-lo de alguma forma antes, mas ele cedendo ou não, você precisará comparecer.. E isso, é claro, deve ser em completo sigilo.

- E-eu.. - a mulher que até agora parecia congelada enquanto tentava processar toda a informação. Suas mãos geladas tremiam, e ela suava frio, sua cara pálida e acabada já denunciava por si só o quanto que ela não estava bem..- C-claro que eu vou fazer isso, Mas e os outros? Eles foram quem salvaram ele, não eu..

- Entendo como tudo deve estar uma loucura para vocês nesses meses, mas.. não podemos expor o paciente assim de jeito nenhum. A senhora mesmo só está tendo acesso a ele porque é realmente necessário para o começo da adaptação dele aqui. Caso o contrario nem mesmo saberia sobre o assunto.- Falava a psicóloga, já impaciente.

Odiava a ideia de expor o paciente até mesmo para uma pessoa que fosse, já que tinha conhecimento de muitos relatos de pessoas que passaram por traumas parecidos, todos eles falavam praticamente a mesma coisa mas de formas diferentes. Por causa do seu trabalho a mesma sabe mais que qualquer um que uma das piores partes de se tonar uma vitima disso é olhar mais uma vez no rosto daquele que você ama, e ver todo o sofrimento e dor que "ele" causou. A vítima geralmente se sente mais fraca com isso, mais impotente e inútil , algumas enxergam uma decepção que nem mesmo está lá, e quando está confundem-se para quem ela é realmente direcionada. E só pela cara dela Vanessa já via perfeitamente que aquela mulher não duraria nem alguns minutos com Jêck sem deixar seus próprios sentimentos extravasarem piorando ainda mais o estado do paciente. Se ela já estava um caco na frente deles, imagine na frente de quem precisa de seu apoio.

°·MEU ALUNO...meu anjo·° (romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora